Noite de Estudos

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Rory passou os dois dias seguintes em casa cuidando de sua avó. Seus amigos foram visita-la, levar seu dever de casa e a menina apenas dizia que queria ter certeza que sua avó ficaria bem logo.

A menina se acomodava aos pés da cama da avó e passavam a tarde jogando cartas, lendo uma para a outra. Rory gostava muito de ouvir sua avó contar histórias de quando moça também.

-Como nunca me contou que a senhora tinha fugido de casa e viajado o atlântico escondida?

-Meus pais queriam me casar com um velho coronel, eu só pensei em ir embora.

-Então conheceu o vovô na Inglaterra.

-Ele trabalhava para a Coroa. Era um dos ministros e muito bonitão. – a senhora riu - Na época, A Ilha do Príncipe Eduardo mal era habitada. A Inglaterra queria expandir sua colônia e então seu avô cedeu seus serviços a realeza. Fomos bem servidos por uma ótima propriedade e tudo para que habitássemos o pequeno condado Ingles aqui.

-Que história...

-Eu amo o campo. Seu avô que demorou a acostumar, mas seu pai nasceu e aquele garotinho amava a natureza. Então sempre nos orgulhamos de ter vindo para cá.

-Vovó... obrigado por cuidar de mim. – digo baixinho. – E ter me trazido a Avonlea.

A senhora a olhou tristemente, mas abriu um sorriso.

-Tive medo de que vivesse infeliz aqui. Como uma senhora da minha idade ainda poderia proteger uma moça tão inteligente como você?

-Eu estou feliz por estar aqui. E estou feliz de ter vivido esse tempo ao seu lado. Sei que as circunstâncias não foram as melhores, mas... se não tivesse acontecido, não estaríamos juntas agora.

Rory viu o olhar brilhante da mulher, ela queria chorar, sua voz embargou, mas ela se recusava a chorar na frente de Rory.

-Tem razão, pequena. – ela sussurrou segurando forte a mão da neta.

De repente, alguém bate timidamente a porta e era a governanta.

-Senhora Gilmore, o senhor Blythe.

Rory viu atrás da mulher o rapaz com um pequeno buque de flores. Ela deu passagem e Gilbert entrou timidamente no lugar.

-Moças. – ele sorriu ao ver a senhora, o comentário fez a senhora Gilmore sorrir entre uma lágrima que teimou em descer.

-Gilbert, meu rapaz! Não era necessário. – comentou a senhora cheirando as flores.

-Eram muito lindas, precisava mostrar a elas que a senhora é bem mais. – comentou o rapaz beijando respeitosamente a mão de minha vó.

-Pois bem. Tem razão, as flores são ótimas companhia, assim como o meu livro. Que tal tirar Rory um pouco daqui? Ela chega está ficando pálida de tanto ficar aqui dentro.

Minha vó lança um olhar incisivo para Gilbert que balança sutilmente a cabeça.

-Não, vovó. Eu quero ficar aqui.

-Se me lembro bem, seus exames são em poucas semanas.

-Tenho feito os deveres de casa e continuo estudando a noite.

-Não vejo motivo para isso. Não vou para lugar nenhum além dessa cama. Gilbert, porque não vão respirar um ar fresco? Ou fazer aquelas aulas onde parecem que os dois estão brigando um com outro?

-Ficamos discutindo ideias, vovó. – corrigiu a menina.

-Dá no mesmo. Agora vão! – A senhora acenou com a mão e pegou o livro para evitar que Rory insistisse.

𝐒𝐇𝐄, 𝐠. 𝐛𝐥𝐲𝐭𝐡𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora