Não tínhamos um plano?

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-Bom dia, moças. – Rory ouviu e piscou sonolenta no sofá. Ela viu Gilbert com as mãos na cintura olhando-a e Anne que agora gemia coisas sem sentido tentando dormir no sofá ao lado.

-Oi Gil. – a morena murmurou coçando os olhos e se espreguiçando.

-Espero que não tenha se aproveitado da minha garota. – resmungou Gilbert, ainda digerindo Anne dormindo no Lote dos Gilmore.

-Ah, Blythe. Você sempre soube que eu era uma opção melhor. – exclamou Anne e Gilbert arregalou os olhos, Rory não se aguentou e riu.

-Relaxa, bonitão. Eu ainda sou gilbertsexual. – Rory deu um beijinho em sua bochecha e foi até as cortinas abri-las.

-Ah, muita luz! – exclamou Anne cobrindo o rosto.

-Não acredito que a Anne que ficou te fazendo companhia! Podia ser a Diana ou a Mary – sussurrou o garoto indignado.

-Eu tô ouvindo, Blythe. Você devia ser mais grata a mim que ficava te ouvindo chorar por causa da Rory. – comentou Anne finalmente se levantando e espreguiçando, Gilbert revirou os olhos.

-Veio cedo, está tudo bem? – perguntou Rory puxando o garoto até a cozinha.

-Ah, sim. Eu sei que hoje é o último dia, queria ver como você estava.

-Prestes a perder tudo o que tenho e o único teto que é meu por direito. – ela comentou sorrindo. – Tô me sentindo ótima!

-Ele é sempre lerdo assim? – comentou Anne entrando na cozinha e roubando uma maçã.

-E você é tão entrona assim? – resmungou Gilbert, Anne mostrou a língua pra ele.

-Está emburradinho que a Rory me escolheu pra ficar com ela aqui. Noites bem longas, Blythe. – Gilbert revirou os olhos.

-Ela só a escolheu por ser mais correto. – murmurou o rapaz amuado, Anne e Rory não deixou de abrir um sorriso de pena.

Os três tomaram um longo café. Por alguma razão os empregados estavam mega empenhados, talvez porque a maioria viveu anos ali e hoje estariam dizendo adeus.

-Senhorita Gilmore, a senhorita prefere para o almoço cordeiro ou pernil? – perguntou Amélia sorrindo gentilmente.

-Amélia, por favor, eu... não quero que façam nada.

-Ora, senhorita, é a forma que podemos pagar pelo tanto que a sua avó já fez por nós. – outras duas criadas sorriram tristemente atrás e Rory esboçou um sorriso.

-Bom, então façam uma boa quantidade. Somos muitos.

Rory passou a manhã arrumando a mesa nos jardins com a ajuda do caseiro e de Gilbert. Anne ficou ajudando na cozinha, rindo com as criadas, e de alguma forma, no almoço se sentou o grupo de senhores e senhoras que sempre estiveram presentes na vida de sua avó. E a ela brindaram com lágrimas de despedidas.

-Eu sinto muito por... isso. – Murmurou Rory ao fim do almoço. – Não é justo com vocês e com as suas famílias e eu queria ter tido mais tempo para avisar ou para poupá-los disso.

As pessoas apenas sorriram, elas obviamente entendiam. Todos estavam profundamente tristes, porque Rory também estava sofrendo muitas perdas, mais do que eles, mas ela se sentia terrivelmente culpada.

Após o almoço todos foram arrumar suas coisas, pegar suas malas e se despedir de pessoas que provavelmente trabalharam e se conheciam a anos.

-Achei você. – murmurou Gilbert entrando no escritório. Ele viu Rory olhando alguns papéis.

-Talvez tenha uma brecha... eu só estou checando. Isso é tão injusto com eles!

𝐒𝐇𝐄, 𝐠. 𝐛𝐥𝐲𝐭𝐡𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora