𝐒𝐇𝐄, 𝐠. 𝐛𝐥𝐲𝐭𝐡𝐞

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-Hey, está tudo bem? – Gilbert perguntou, depois de quase uma hora quando finalmente Rory decidiu sair do escritório após a notícia.

-Hm? Está sim. – ela murmurou meio aérea.

Rory se esforçou para ficar neutra o resto da tarde, até todos irem embora. Bash e Mary se prontificaram em ficar com ela, mas ela recusou, assim como o convite da senhora Cuthbert para dormir com eles, assim como o pedido de Gilbert dela dormir em sua casa. Ela precisava urgentemente pensar no que faria de si, e talvez se despedir da casa.

Cento e sete quartos, era o total que Anne havia somado. Cento e doze se contasse os quartinhos de vassouras e uma saleta escondida atrás da tapeçaria do terceiro andar, e os jardins... seu pai era a alma daquele jardim. Era tão injusto!

Ok, Rory. Você é racional! Quais são suas opções?

Ela poderia morar com Anne no verão e com suas notas Rory podia começar em Queens no início desse semestre. Era um bom plano. Teria dois anos de formação e aí poderia reaver seus bens aos 18.

Mas como se bancaria lá? Poderia arranjar um trabalho de meio período. Era muito inteligente... espera, como ela bancaria Queens? Toda a poupança da faculdade estava com a avó.

Não, não, não!

Ela não poderia estudar. Ela não teria como arcar! Não dá para definir todo o seu futuro em sete dias, era um prazo muito curto!

Talvez... talvez ela abdique isso. Ela não precisa de um diploma. Talvez ela arranje um bom lugar para trabalhar, que dê para se manter. Ela se manteria por dois anos assim e aí poderia rever a faculdade se ainda pudesse... isso, era possível... céus! Eu acabei de perder minha avó!

Eu estou perdendo tudo!

Quando Rory percebeu ela vestia o casaco de qualquer jeito. Ela precisava de ar, ela precisava respirar e ali dentro estava sufocando-a, cento e sete malditos quartos e parecia que haviam roubado todo o oxigênio do lugar!

Quando Rory abre a porta da frente, um tanto bruta demais e prestes a gritar, ela paralisa ao ver Gilbert sentado nos jardins.

Ela demora pra entender o que ele está fazendo. Já estava escuro e havia uma lamparina ao seu lado no banco, iluminando um livro que lia. Agora o rapaz apenas a olhava um pouco preocupado. Ele apenas estava ali? Sentado? Lendo?

-O que faz aqui? – sussurrou Rory, ainda sentindo que poderia morrer sufocada a qualquer instante enquanto tentava conter.

-Não ia deixa-la sozinha. – Ele se explicou levantando, agora apenas olhando-a preocupado. – Rory, o que houve?

Ela deu um passo para trás e olhou para cima, o céu estrelado a fez lembrar que havia muito ar ali, porque simplesmente ele não entrava em seus malditos pulmões?!

Rory precisava se acalmar. Ela olha seus pés e tenta acalmar o coração acelerado.

-Está tudo bem. – Ela murmurou tentando inspirar devagar, tentando não parecer tão louca na frente dele, mas quanto mais fazia isso, mas seu corpo tremia e protestava.

-Rory, o que houve? Eu sei que está mentindo.

-Nada! Droga, Blythe! – Rory grita, sentindo seu corpo perder o controle.

Ela só queria surtar. Ela queria gritar e não estava conseguindo fingir que estava tudo bem enquanto ele não fosse embora. Só dessa vez vai embora e me deixe explodir!