Pilpert

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Rory estava em seu quarto, o envelope direcionado a Gilbert repousado na cabeceira. Ela nunca havia parado para pensar no quanto seu pai devia ter sofrido a morte do amigo, mas como poderia saber? Era jovem e seu pai não contou nada! Na verdade, Rory pouco sabia da vida do pai em Avonlea, quando ela finalmente ia conhecer, quando seu pai pretendia lhe mostrar... tudo desandou.

Enquanto pensava isso, ela ouviu alguém bater em sua janela e sorriu ao ver Gilbert passando por ela.

-Achei que queria manter sua reputação impecável com a minha vó. – comentou a menina se levantando.

-Justamente por isso que eu vim escondido e não amanhã pela porta. – ele se aproximou dela com um sorriso travesso.

-Justo.

Eles estavam de frente um para o outro, havia uma memória fresca dos dois no meio da floresta, mas também havia algo diferente. Gilbert colocou uma mecha do cabelo de Rory atrás de sua orelha e depois deslizou o dedo até o queixo da moça, acariciando.

-Minha maldição foi ter lhe dito o quanto eu amo ver você de vermelho. – Ele sussurrou apreciando a menina, com a mão acariciando sua bochecha, se inclinou um pouco, roçando seu nariz no de Rory. Estava tão perto...

-Ah, é mesmo? Eu nem lembrava. – Rory comentou cinicamente. Ele abriu um sorriso de lado, arqueando uma sobrancelha.

-Sei... – ele sussurrou roçando seus lábios nos dela. Gilbert mordeu delicadamente o lábio inferior de Rory, repousando suas mãos em sua cintura.

-Não se acostume. – Murmurou a menina antes dele depositar diversos beijinhos em sua boca e sorrir.

-Coitada, como se conseguisse ficar menos indescritivelmente linda com qualquer outra coisa que usar. - Gilbert lamentou dramaticamente e Rory revirou os olhos.

-Bobo.

-Cabeça dura.

Os dois se entreolharam com um sorriso travesso. Por um segundo Rory se perdeu naquele rosto tão familiar, mas que sempre lhe deixava agitada. Gilbert parecia mais alto do que quando se conheceram há quase um ano atrás, e talvez seu maxilar esteja mais marcado. Logo eles iriam para a faculdade, ele já havia se esforçado tanto.

Com as cartas ainda frescas em sua memória, Rory o abraçou com força.

-O que...? – o rapaz a correspondeu, meio surpreso com a urgência do abraço.

Há um ano, Gilbert voltara praticamente sozinho. Ele talvez tivesse Bash, assim como Rory só tivesse sua avó. Era apenas dois garotos desesperados. Rory afundou seu rosto no peito do rapaz, ela ouvia o coração dele bater forte, Gilbert sempre foi muito bom em se fazer de forte. Quantas vezes ele estava despedaçado enquanto tentava seguir em frente? Enquanto tentava ser esse rapaz que todos admiravam? E ela precisava... ela precisava dizer.

-Eu te amo. – Rory disse firme. Com o rosto baixo, quase curvada criando coragem de falar isso. Depois que as palavras saíram, rápidas e um pouco alto demais, ela fechou os olhos, percebendo ter sido uma cena ridícula e nada romântica enquanto estava abraçando-o, encolhida em seu peito. Respirou fundo e ergueu o rosto para finalmente encará-lo. – Espero que já saiba disso.

-Eu te amo. – ele disse solene, com um sorriso tão bonito. Ele claramente foi melhor do que ela nisso. – Mas com certeza você já sabia disso.

Seu comentário a faz rir, meio nervosa, e Rory suspira aliviada. Gilbert se aproximou um pouco mais, varrendo aquele rosto avidamente. Rory engole em seco, em expectativa vendo-o se aproximar mais.

𝐒𝐇𝐄, 𝐠. 𝐛𝐥𝐲𝐭𝐡𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora