Capítulo 46

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        P.O.V Marília

  Eu fiquei horas naquele hospital,
principalmente no quarto tendo a esperança que o meu irmão vai acordar hoje mesmo. A todo momento a minha mãe aparecia me
mandando ir comer alguma coisa e eu me recusava a sair daquele lugar, meu pai já tentou me tirar daqui mas eu temei até que ele saísse do quarto e me deixasse a sós com o meu irmão que está desacordado, eu só sai uma vez por conta do medico que disse que iria verificar o Gustavo mas depois me liberaram para voltar no quarto.

   Parecia que o estresse e o nervosismo se misturou dentro de mim, não sabia mais quantas vezes já tinha chorado hoje, com medo de que o irmão não fosse acordar. Pego
na mão de Gustavo e dou uma pequena apertada,como pode uma coisa dessas acontecer?Sabe o que é pior? O infeliz que bateu no carro
do meu irmão, não ficou em estado grave,aquele verme estava bêbado, estou morrendo de vontade de acabar com ele.

- Amor - Maraisa abriu a porta, sua voz saiu suave e um pouco hesitante - Vamos em casa?

- Eu já disse que não vou sair daqui -
Respondi com meus olhos fixos em meu irmão.

- Não estou falando para você ir pra sua casa, vamos na minha - Maraisa  insistiu - Eu preciso tomar mais um remédio lá e comer alguma coisa.

- Mande o meu pai te levar.

- Que eu saiba você é a minha namorada e não ele - Maraisa bateu os pés no chão.

- O que custa pedir para o meu pai, porra? - Olho para ela, inflei minhas narinas.

- E o que custa Você me levar? - Maraisa deu um passo em minha direção - Marília!

- Me deixa em paz, eu só quero ficar aqui com o meu irmão, isso é pedir demais? - Solto a mão de Gustavo e me levanto da poltrona que eu estava sentada.

- Marília, por favor - Maraisa juntou as mãos - Só vamos ficar uns dez minutinhos lá.

- Você ainda quer voltar? - A encaro
incrédula.

- É claro que eu quero.

- Pra ficar toda hora me chamando para ir para algum lugar? De jeito nenhum, fique em sua casa - Cruzo os meus braços.

- Eu não te chamei para porra nenhuma,estou te chamando agora pela primeira vez - Maraisa parecia estar começando a perder a paciência - Eu vou de taxi então.

- Não, eu te levo.

- Agora decidiu me levar?

- Vamos logo - A ignorei.

Fui na frente deixando a Maraisa para trás mas sabia que ela está me seguindo, meus pais avisaram que vão ficar no quarto do Gustavo  e o João na sala de espera, achei o meu
Carro no estacionamento entramos.
Ficamos em silencio o caminho inteiro, a minha namorada olhava para a janela e eu me concentrava na rua tentando não me perder
em pensamentos. Assim que estaciono o meu Impala em frente a sua casa, saímos ainda em silencio e entramos na casa que está
completamente vazia, não tinha nenhuma alma. Fomos para a cozinha e vị as mãos tremulas da Maraisa enquanto ela pegava o
remédio.

- Está tudo bem? - Perguntei um tanto preocupada.

- Sim - Maraisa respondeu secamente, ela tomou o remédio com agua e foi até a geladeira tirando alguma coisas de lá.

- Podemos ir?

- Não - Maraisa basicamente continuou me ignorando, ela colocou as coisas na bancada e pegou dois pães começandoa fazer lanches.

- O que está fazendo?

- Lanches, não está vendo?

- Para com isso - Reviro os olhos - Eu
não quero comner.

- Mas vai, você ficou horas sem comida e agora já é de manha, ainda nem tomou o café da manha e muito menos almoçou - Maraisa continuou concentrada em fazer os lanches.

- Porque é tão difícil de me entender? Eu não quero a porra do lanche - Dou um soco na bancada - Eu só quero ficar com o meu irmão.

- Marília, eu acho bom você me escutar - Maraisa parou em minha frente e segurou firme em meu queixo, suas unhas cravam naquela
parte da pele - Eu vou cuidar de Você, queira ou não, mas vou.

- Não, eu não vou te deixar - Maraisa
apertou mais ainda o meu queixo - Para de ser uma grossa ogra, estou fazendo isso para o seu bem e estou pouco me fodendo para o seu estresse.

Empurro a sua mão do meu queixo e
pego o maldito lanche que ela me estendeu eu mordia com raiva e com uma certa força,Maraisa sorriu debochada para mim e revirou
Os olhos antes de começar a comer o seu lanche.Voltamos ao silencio novamente termino de comer o sanduiche e tomo um copo de água, me encosto na parede esperando por  ela que parecia me ignorar e comia lentamente.

- Da para comer logo? - A apressei.

- Não, não da – Maraisa me olhou com aquele sorriso debochado- Não gosto de comer apressadamente.

- Pois eu gosto, trate logo de comer isso porque quero ir logo ao hospital - Bato o pé no chão impaciente.

- Calma.

- Eu juro que vou te deixar aqui -
Ameacei.

- Se fizer isso, vai se arrepender disso de um tanto - Maraisa veio em minha frente novamente - Você não conseguiria.

- Para com esses joguinhos inúteis.

- Para você, não entendo porque está me tratando dessa forma - Maraisa apontou para mim, ela até deixou o resto do lanche de lado tinha pouco mesmo.

- Estou tratando assim porque você não me deixa ficar com o meu irmão - Empurro o seu corpo magro até que suas costas bateram na parede, ela soltou um gemido de dor.

- Eu já disse, isso é para o seu bem -
Maraisa voltou a gravar a sua unha, só que dessa vez em minha bochecha.

- Foda-se - Pego em sua pulso - Agora vamos.

  A puxei com certa força sem me
importar, eu só queria ficar ao lado do Gustavo para saber o estado em que ele está, porque ninguém entende isso? Voltamos para o carro
e fizemos o percurso todo que nos leva para o hospital, assim que entramos, meus pais nos olhou sem entender nada, ué, porque estão
nos olhando assim? Encarei a Maraisa que está descabelada, com o pulso um pouco vermelho e com um olhar matador, eu não estava
diferente e sentia a minha pele queimando.

- Estou cagada para vocês estarem me olhando assim? - Indaguei fuzilando meus pais com meus olhos.

- Está - João provocou e engoliu em
seco quando o olhei - Desculpa.

- O que aconteceu? - Meu pai perguntou nos fitando.

- Nada - Maraisa respondeu e se jogou no sofá.

- Marília, o doutor disse que tem uma
noticia para nos contar - Minha mãe avisou - Ele logo vai estar aqui para nos contar.

- Céus! - Sequro firme o meu cabelo e
dou algumas puxadas, me sento do lado da Maraisa e eu pego em sua mão.

- Vai dar tudo certo - Maraisa sussurrou, a olhei um pouco surpresa, mesmo estando "brigadas" ela continua aqui comigoe eu não
Consigo ficar sem toca-la.

- Obrigada - Ergo a sua mão e beijo o
seu pulso que não está tão avermelhado.

- Olá - O doutor apareceu em nossa
frente - Tenho uma noticia maravilhosa para vocês.

- O Gustavo acordou? - Questionei tendo uma enorme esperança, porque se não for isso, sinto que sou capaz de fazer uma loucura.

- Ele acordou - O doutor anunciou.

Tell me you Love ( Malila )Onde histórias criam vida. Descubra agora