Capítulo 77

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       P.O.V Maraisa

Eu esperava pacientemente na sala de espera da clinica, Benjamin está em meus braços praticamente dormindo, as vezes cochilava e acordava todo resmungão por
algum bebê estar chorando alto. Marília está sentada ao meu lado, completamente calada e com os olhos vidrados na TV que tem na
parede,Ana está morrendo de sono já que acordamos cedo para virmos a clinica. Ela não parecia estar animada, obvio, quem estaria animada em um hospital? Mas temos
que estar aqui para que o câncer não se espalhe mais pelas células. Senti a mãozinha de Benjamin em meu peito, olho para baixo vendo o pequeno com os olhos piscando
lentamente e saiu um bocejo de sua boca.
 
  Sorri com o seu jeito manhoso, mas esse pequeno é dorminhoco mesmo, Benjamin apertou o meu peito e na mesma hora removi sua mãozinha, o que não adiantou muito.Meu filho voltou a colocar a mão em meu seio e ficou lá pousada, não dei muita importância para isso, talvez ele tenha essa mania quando morava com a mãe biológica. Vasculho a bolsa que eu trouxe especialmente para Benjamin, tiro de lá uma chupeta e enfio em sua boca, mesmo começou a suga-la freneticamente.

- Meu Deus, que menino mais lindo desse mundo - Beijo a sua testinha - Que tal dormir?

- Ele não vai dormir nem tão cedo
- Marília murmurou com os olhos ainda na TV.

- Mas a cara dele indica que ira apagar daqui a pouco - Prendo o risinho ao olhar para o meu filho.

- Já estou vendo que o Benjamin está cheio de energias hoje - Marília  finalmente parou de ver a TV e fitou o nosso filho - Oi meu amor.

- Esse curioso, está prestando atenção em nossa Clconversa - Acuso o pequeno Benjamin me olhou todo sapeca e apertou o meu seio - Ei!

- Não pode fazer isso, príncipe - Marília repreendeu - Só a mamãe pode pegar ai e dar umas boas apalpadas.

- Marília- Arregalo os olhos - Não fale
essas coisas perto dos nossos filhos.

- Foi mal - Deu de ombros.

- Mama - Ana me chamou, a olho -
Vai demorar muito?

- Não meu amor - Respondo esticando a minha mão para pegar a sua - E que hoje tem bastante crianças para serem atendidas, mas
não vai demorar.

- Estou com soninho - Ana coçou os olhos.

- Daqui a pouco é a nossa vez de entrar - Marília a puxou para seus braços e beijou o topo de sua cabeça - Vai ficar tudo bem.

- Quer tomar agua? - Pergunto e a
mesma nega com a cabeça.

- Ana Henrique Mendonça.

Assim que a recepcionista chamou o
nome de minha filha, rapidamente nos levantamos e nos ajeitamos antes de irmos para dentro do consultório em que a Ana será atendida. Assim que entramos, Marília fechou a porta por ser a ultima a entrar, sento na cadeira e a Marília senta na outra ao meu lado tendo a nossa filha em seu colo. O doutor ajeitou o óculos no rosto com um sorriso muito simpático, ele tem cabelos grisalhos parecia ter um peitoral até que definido para a
idade dele e alguns músculos. É bonito.

- Olá - O doutor sorriu - Sou o Johnson.

- Oi - O cumprimento com um aperto de mão – Sou Maraisa, essa é a minha noiva Marília e esse são meus filhos, Benjamin e Ana.

- Uma linda família.

- Obrigada - Marília agradeceu
apertando a nossa princesa em seus braços.

- Bom, vamos começar - O doutor se
ajeitou em sua cadeira - Ana, como tem se sentido ultimamente?

- Normal - Ana respondeu tímida - Quer dizer..não tão normal.

- Explique-se.

- Hum - Ana me olhou como se
tivesse pedindo ajuda, beijo a sua bochecha a encorajando - E-eu tenho ficado cansada.

- Você vai na escolinha, certo? - Johnson indagou, a pequena assentiu timidamente - Lá você brinca?

- Sim mas...não muito porque fico
cansada.

- Ana sempre está reclamando do
cansaço quando está brincando - Marília contou - Dissemos a ela que é por conta do câncer.

- Exatamente - O doutor entrelaçou os dedos - O câncer acaba fazendo isso com a pessoa e ainda pode sentir dores musculares.

- É eu também sinto - Ana se encolheu no colo da minha noiva.

- Maraisa, você pode me dar osexames?

- Claro - Entrego a pasta onde tem os
exame de minha filha.

- Deixe-me analisar melhor - O doutor se concentrou naqueles papeis que eu não entendi nada.

- Da, da, da - Benjamin bateu palminhas - Da, da, da.

- Acordou quem não devia - Marília
brincou, o nosso filho riu mesmo
entender nada - Sapequinha da mamãe.

  Depois que o doutor analisou os exames descobrimos que o câncer aos poucos estão se espalhando e que Ana precisa fazer quimioterapia, Johnson também explicou que
quando se é criança é mais fácil se tratar do câncer do que um adulto. Digamos que isso me deixou parcialmente aliviada, porque
temos mais sorte em que a nossa pequena fique melhor logo. O medico receitou alguns remédios também e marcou a sessão de quimioterapia, após nos despedirmos dele,fomos para uma lanchonete que tem próximo ao hospital.

- Depois que comermos aqui, vamos na farmácia - Marília comentou quando nos sentamos nas cadeiras.

- O que vão querer? - A garçonete
perguntou com seus olhos vidrados na minha noiva.

- Eu vou querer um cachorro quente com hambúrguer - Marília pediu encarando o cardápio - E você, meu amor?

- Quero um X-tudo caprichado - Pedi
praticamente fuzilando aquela garota - E um belo suco natural de maracujápara me acalmar, antes que eu cometa um assassinato.

- Já ia me esquecendo da bebida - Marília riu brevemente - Trás uma garrafa de Coca-Cola.

- Mamãe, posso comer batata frita com queijo e bacon? - Ana fez um biquinho.

- Claro meu amor, pode comer o que
quiser - Marília sorriu, vi a garçonete
suspirando.

- Como o nosso pequeno não come nada,então é só isso mesmo - Cruzo os meus braços.

- Ah sim.. – A garçonete não saiu de
perto, ficou babando na minha noiva.

  Aquela garota não se toca não?
Aproveitei que o Benjamin está no bebê conforto brincando com as mãozinhas, puxo a Marília pela nuca em direção a minha boca, a beijo
violentamente querendo mostrar que essa branquela tem dona. Minha noiva ficou surpresa de primeira porem logo retribuía com maestria, seus lábios moldados perfeitamente
nos meus e para provocar, chupo lentamente aquela língua aveludada fazendo-a arfar contra a minha boca. Mas Marília não é de ficar parada, ela me devolveu com uma mordida no lábio e o capturou com uma
sugada lenta, gostosa e provocante. Afasto nossas bocas e sorrio vitoriosa para garçonete que se afastava de nossa mesa.

- Oque foi isso? - Marília sussurrou me fitando atentamente.

- Aquela vadia estava te comendo com os olhos - Resmungo.

- Que se foda - Marília sorriu lindamente - Eu tenho você, só você.

- Eu te amo - Dou-lhe um selinho.

- Eu também te amo - Marília  acariciou a minha bochecha.

- Já acabaram com a melação? - Ana bufou.

- Com quem você aprendeu isso?
- Indaguei incrédula.

- Tia Luisa e tia Vero.

- Sabia que não seria bom deixar o nossos filhos com aquelas loucas - Marília  reclamou abraçando os meus ombros.

Tell me you Love ( Malila )Onde histórias criam vida. Descubra agora