ARQUIVO 36: STIGMA

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Como deviam saber, Opium ia para a BLUE SIDE (editora que anunciou estar quebrada após ter sofrido golpe, infelizmente). Então opium se encontra sem editora, se tiverem ideias e desejo de um livro um dia, fiquem livres para pedir e indicar

Mas sinceramente, não vou levantar minhas esperanças sobre isso, vou tentar não ficar obcecada em correr atrás. Vou terminar meu trabalho nessa história e seguir para a edição do texto, com os pontos que comentei que faria, no capítulo anterior que saiu recentemente, o 35

⚠⚠⚠ NÃO AVANCE SEM GARANTIR QUE LEU O 35, QUE SAIU A ALGUMAS SEMANAS!!!

(Ou não vai entender NADA)

36/38

JUNGKOOK

Eu não sabia o que eu estava fazendo, não sabia o que estava pensando também.

Quando deixei o galpão destruído do Às, com os últimos bips das máquinas que mantinham Namjoon vivo avisando que ele já não estava mais comigo, minha mente se tornou nublada, meus olhos cegados.

Eu não conseguia imaginar o que eu pensei que poderia fazer, mas uma vontade inflamada certamente estava ali, comigo. Talvez eu destruísse algo além do carro de polícia. Talvez eu mirasse contra um policial, ou atirasse contra os androides. Mas vê-lo paralisou todas as minhas ações.

A fronte policial avançava atrás dele, mas ele era o líder no meio dos androides que o seguiam. De branco, com o emblema da polícia que já não era mais uma estatal há muitos anos, firmada em operações concentradas em lugares como aquela parte da cidade. Então é claro que a população estava apavorada. É claro que corriam mais deles do que dos bandidos que eventualmente tentavam quebrar e saquear lojas de chá, comida ou cacarecos.

Nos últimos tempos, a polícia se oficializou como uma ferramenta de genocídio naturalizada. 

Então, eu não podia entender como meu Jimin estava bem ali, novamente no meio deles.

Meu corpo permanecia parado. Eu ainda empunhava uma arma de tecnologia equiparada à da polícia. As pessoas ainda gritavam, o fogo ainda ardia por toda a rua que seguia até o galpão, e o alarme do carro de polícia ainda apitava, antes que sua lataria começasse a estourar, como foi quando Hoseok Hyung perdeu a perna.

O ar estava denso, e tinha contraste de coloração com o céu, enquanto manchas da fumaça roxa subiam e condensavam nas nuvens. E talvez o ox/igênio raro fez com que eu puxasse novamente a máscara, para começar a caminhar na direção dele.

A arma da mesma cor de seu uniforme era apontada para moradores de rua, e androides repetiam recados sobre esvaziarem o lugar, recuarem e retirarem as lojas ambulantes das ruas, numa espécie de limpeza. Observando aquilo, com fúria, confusão e determinação brigando dentro de mim, não percebi quando empunhei novamente a arma e mirei no chão, a alguns centímetros de onde sua bota estava, quando parou de caminhar.

Eu queria que olhasse para mim. E Jimin olhou. 

Olhou nos meus olhos, e mesmo com a máscara, ele tinha que saber que era eu.

Os cabelos estavam pretos. Pretos. Mesmo assim eu soube. Mesmo quando não demonstrou nada ao me ver, apenas se mantendo parado onde estava. 

Mesmo quando apontou a arma perfeitamente alinhada na direção da minha cabeça.

Senti minha respiração parar, e percebia como as pessoas gritavam ainda mais, mas eu não compreendia uma palavra sequer do que diziam, enquanto encarava aquele par de olhos de um azul profundo e nublado.

[CONCLUÍDA] OPIUM (LIMINAR) | Jikook |Onde histórias criam vida. Descubra agora