ARQUIVO 37: FINAL - LOUDER THAN BOMBS

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OS ACONTECIMENTOS DO CAPÍTULO NÃO TEM QUALQUER RELAÇÃO COM O MOMENTO ATUAL DO PAÍS, MUITO MENOS FAZ APOLOGIAS POSITIVAS A MOVIMENTOS ANTI-DEMOCRÁTICOS. VIVA A DEMOCRACIA E OS DIREITOS CIVIS.

⚠ CAPÍTULO FINAL, confira se leu os anteriores! ⚠

+10k de PALAVRAS!

JUNGKOOK

O céu tinha se tornado escuro antes das três da tarde, mas devia passar das seis.

Não comia desde o momento antes acabar encontrando Namjoon, e a contagem continuava até então. Talvez esse fosse o motivo pelo qual eu esperava sentado, com a máscara de gás, perto da estação quase vazia, em comparação a como ela sempre estava, antes das intervenções da polícia.

Por outro lado, haviam aglomerações de resistência à polícia, implorando contra os assassinatos de pessoas contaminadas pelo Opium.

Exceto pelo enjoo e a respiração alterada, ninguém que não usasse a droga apresentava qualquer outro sintoma depois de respirar a fumaça daquilo, que sequer estava espalhada de fato no ar, ainda se mantendo extremamente concentrada no céu, condensando para uma chuva. 

Mesmo assim, os tratores começavam a sair do estacionamento, para recolhimento de corpos. Era como higienizar a sociedade, a partir do que eles pensam que é descartável ou não. De quem pensam que é descartável ou não.

Mas eu e Baek estávamos nos direcionando para uma parte de um ferro-velho, onde faziam enterros clandestinos.

Não queria queimar Namjoon. Mas também não queria que acabasse junto dos restos de robôs e máquinas.

Desencaixei cada peça atrelada a seu corpo, ainda que eu acabasse muito sujo no fim das contas. Quando finalmente terminei, só restava o que realmente pertencia a ele, enquanto o vestia com roupas compridas. E no fim das contas, de olhos fechados, ele parecia bem.

Puxei o colar do meu pescoço, passando a moeda pela meada preta que segurava o pedaço de plástico azul, parcialmente disforme pela vez em que caiu no fogo, e Jimin o recuperou mesmo assim. Agora tinha dois pendentes ali.

Cobri a cabeça também, quando terminamos, afastados de alguns que faziam o mesmo com familiares. E quando empurramos o cercado, saímos em silêncio absoluto, mas eu podia imaginar que Baek estava pensando em Chanyeol.

As bombas começaram a soar mais constantemente. No caminho, barracas, pequenas lojas e entradas de casas estavam destruídas, e todo tipo de gente pedia ajuda nas ruas.

— E agora, Jungkook...? — O murmúrio veio dele, incerto, enquanto ajeitava o braço na tipóia improvisada. Parei, ainda de costas. Na minha mochila, eu tinha duas armas potentes, além de munição. Mas não sabia o que fazer com aquilo. Por um momento, antes realmente pensei em retalhar contra a polícia. 

Acontece que além de acabar morto, eu poderia estar lutando contra Jimin, sem saber, se não o tivesse visto sem seu capacete.

—  Nós nunca tivemos uma chance. Nem de comer bem, nem de morar em segurança, nem de estudar, nem um trabalho de merda a gente conseguiu nessa droga de vida!

Apertei os olhos, enquanto ele continuava, e parecia querer chorar.

— Me diz que é culpa do Chan. Que é culpa do Namjoon ou do Jin. Me fala que a culpa é deles.

[CONCLUÍDA] OPIUM (LIMINAR) | Jikook |Onde histórias criam vida. Descubra agora