Capítulo 1.18

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Às vezes não há nada melhor do que ficar viajando enquanto faz alguma coisa. Fazer algo que não requer raciocínio pode ser mais relaxante do que quase qualquer coisa. Então, eu não me importava de ter sido nomeado para lavar os pratos após o jantar enquanto todos se sentavam e vegetavam.

Além disso, meu amigo Niall me disse que sua cozinha sempre parecia melhor depois que eu limpava.

E eu ainda estava no mundo dos pensamentos quando ouvi a tosse baixa atrás de mim. Eu me virei e um cara tinha entrado na cozinha, com as mãos nos bolsos de sua calça jeans, olhando para mim.

"Olá." Eu sorri para ele.

Leve sorriso, como se ele estivesse inseguro. "Niall disse para vir aqui e você me alimentaria mesmo que eu esteja super atrasado e tenha sido muito rude da minha parte não ter avisado."

Eu ri. "Típico de Niall."

Seu sorriso era torto e tinha covinhas. "Sim, típico de Niall."

Movendo-se mais para dentro do cômodo, ele se aproximou de mim.

"Sinto muito pelo atraso. E não é como se eu pudesse ter ligado de qualquer maneira. Quer dizer, eu estava na sala de insetos e..."

Franzi minhas sobrancelhas. "Sala de insetos?"

Ele riu, inclinando-se sobre o balcão. "Você deveria ver seu rosto."

"Desculpe."

"Tudo bem! Então, posso comer?" ele perguntou porque eu estava olhando e não me movia.

"Ah sim, desculpe."

"Não, não," disse ele suavemente, chegando a tocar o meu ombro para me impedir de abrir a geladeira. "Você pode ficar aí e olhar para mim a noite toda, se quiser."

Eu balancei a cabeça, arqueando uma das sobrancelhas quando me virei para retirar a comida que eu tinha acabado de guardar.

Ele riu suavemente atrás de mim. "Qual é o seu nome?"

"Harry," eu disse enquanto colocava os recipientes sobre o balcão. "O seu?"

"Kai."

"E o que você faz, Kai, que o leva para uma sala de insetos?"

Seu sorriso era largo quando ele me passou um prato do armário ao lado de sua cabeça. Ele, obviamente, conhecia a organização da cozinha de Niall. Eles deviam ser amigos íntimos.

"Eu trabalho no Museu Field e estava na sala de insetos onde guardamos estes besouros que, basicamente, comem a carne das coisas."

"Tem certeza que consegue comer?" Eu perguntei, olhando para ele.

Sua risada veio lá do fundo. "Sim. Quem sabe você gostaria de vir comigo algum dia e ver?"

Meus olhos se arregalaram. "Ir com você para a sala de insetos?"

"Isso mesmo. O que você diz?"

"Ok." Eu sorri para ele. "Claro."

"Quando?"

"Eu não sei. Quando você quer?"

"Amanhã?"

"Amanhã é domingo."

"Eu sei."

Eu dei de ombros. "A que horas?"

"Que tal nós almoçarmos? Eu conheço esse lugar italiano maravilhoso, podemos ter..."

"Na verdade, eu tenho que encontrar meu irmão para o brunch, depois eu posso te encontrar."

"Você tem brunch aos domingos com o seu irmão?" ele perguntou ceticamente, uma sobrancelha levantada.

É tudo uma questão de tempo [l.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora