Capítulo 2.14

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Meu plano era simples e lógico, porque, de acordo com o que eu imaginava, havia apenas um plano de ação possível para mim. Eu tinha que refazer meus passos e começar de onde o carro tinha sido abandonado. Porque se eu conseguisse encontrar o lugar onde os ladrões pegaram o carro, talvez de lá eu pudesse traçar o meu caminho de volta para onde eu tinha estado preso.

Parecia razoável. Então eu voltei para o terreno baldio ao lado da loja de bebidas e fiquei de tocaia. O quarto que eu aluguei era geralmente alugado por hora, em vez de diário. Isso foi o que o gerente me disse, enquanto contava as dez notas de 20 dólares que lhe dei. Ele normalmente não cedia a chave do banheiro, mas já que eu havia pago em dinheiro, ele me daria acesso ao chuveiro, mas eu não deveria emprestá-la. Ele não precisava se preocupar, eu não estava pensando em receber ninguém.

Ocupei meu lugar no parapeito da janela do meu quarto e observei o terreno baldio à minha frente. Eu estava convencido de uma coisa: os dois rapazes que haviam roubado o carro dos sequestradores moravam em algum lugar daquele bairro. As pessoas eram criaturas com hábitos, por isso a minha teoria era que, se eu ficasse vigiando a loja de bebidas, encontraria os homens que eu estava procurando.

O calor no quarto era mínimo, então fiquei com a minha jaqueta e gorro enquanto olhava através dos meus binóculos. Atendi o telefone quando ele tocou sem sequer olhar para ele.

“Olá?”

“Harry, onde você está?”

“Em uma tocaia,” eu disse ao meu irmão. “Como está Louis?”

“Ele acordou esta manhã e quer ver você.”

“Boa tentativa,” eu disse lentamente, verificando a rua para cima e para baixo. “Eu conversei com uma das enfermeiras esta manhã. Ela disse que ele estava dormindo profundamente e que vai ser liberado da UTI hoje."

“Onde você está?”

“Eu já respondi.”

“O que isso significa? Onde você está fazendo essa tocaia?”

“Veja bem, eu tenho uma teoria.”

“Deus, será que eu quero mesmo saber?”

“Não, escute – se eu começar de onde eu fui deixado e encontrar os caras que roubaram o carro dos sequestradores, então eu tenho um ponto de partida.”

“E você não acha que os policiais não pensaram nisso.”

“Já que eles nunca se incomodaram em me perguntar como eram os ladrões de carro, eu acho que não, eles nunca pensaram nisso.”

Houve um silêncio.

“Sabe, eu esqueço de dizer o quanto você é inteligente, às vezes, e você é. Essa linha de pensamento não é má ideia – no entanto, deixar a polícia cuidar disso ainda é a melhor opção.”

“Então você acha é uma boa ideia? Retroceder?”

“Sim. Quando você perde algo, você refaz seus passos. Procura saber onde estava, para começar a procurar pelo último lugar. Faz todo sentido."

“Não é?”

“Mas isso não significa que você deve fazê-lo sozinho. Diga-me onde você está e eu vou ficar com você.”

“Não, obrigado, eu posso cuidar disso.”

“Pode o cacete. O cara que quer pegar você pode estar te observando agora. Você poderia ser morto ou pior ou... só me diga onde diabos você está antes que eu chame a polícia.”

“Pode chamar; eles não conseguem encontrar um sequestrador que tentou matar um deles, você acha que eles podem me encontrar?”

“Harry...”

É tudo uma questão de tempo [l.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora