Capítulo 3.7

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Depois do trabalho, eu voltei para casa, jantei, assisti um pouco de TV, senti saudades de Louis, sabendo que eu estaria sozinho na minha cama naquela noite, troquei de roupa e estava pronto para uma corrida, quando abri a porta e Mason Mount estava lá.

E ele não estava sozinho.

"Oi." Cumprimentei-o em meus tênis e agasalho de corrida. "O que houve?"

Ele limpou a garganta, e eu pude ver, naquele momento, que ele estava nervoso.

"Harry," disse ele, tomando um fôlego, "Eu preciso que você venha comigo."

"Por quê?"

"Mark precisa falar com você sobre certas coisas."

"Que coisas?"

"Só..." Ele passou os dedos pelo cabelo. "Apenas venha falar com ele. É um caminho curto, e então ele vai te fazer algumas perguntas, e só."

"Nada do que você disse, ou como você disse, pareceu atraente."

"Harry, você salvou a minha vida. Eu te devo uma. Nunca deixaria você se machucar."

"Se eu disser que não, você vai me obrigar?"

"Sim," ele disse, mas parecia aflito.

"Ok," eu concordei, "deixe-me pegar minhas chaves, minha carteira e meu celular."

Ele exalou bruscamente, e dava pra ver que o fato de ele não ter que "me obrigar" era um alívio.

Eu fiquei em silêncio enquanto andávamos de volta para o centro, e gravei o caminho que estávamos percorrendo, os becos, os prédios pelos quais passamos, até que chegamos a um pub. Fiquei surpreso, na verdade. Eu estava esperando uma garagem fechada ou um cais ou algo infinitamente mais sinistro.

Dentro do pub, senti cheiro de umidade e madeira encerada. Segui Mason enquanto passávamos por pessoas comendo ou sentadas no bar, jogando dardos, jogando sinuca. Estava lotado, o que me fez sentir um pouco melhor. Eu parecia deslocado com minhas roupas de corrida, mas ninguém olhou por muito tempo. Eu comecei a me acalmar... até chegar à mesa.

Louis estava sentado em uma mesa redonda com o agente Aoki, outros dois homens que eu não conhecia, e Mark Mount. E eu poderia ter tentado realmente ignorar o lábio arrebentado e as manchas vermelhas que se tornariam hematomas no rosto de Louis, mas seus olhos se levantaram, encontraram os meus, e se aqueceram. Não havia como não notar, para quem fosse remotamente perceptivo, que ele estava olhando para o que lhe pertencia. Mas, felizmente, ninguém estava prestando atenção a Louis, todos os olhos estavam sobre mim.

"Vá até ele," Mark me provocou, inclinando a cabeça para o meu marido.

"Até quem?"

"Seu homem."

"Do que você está falando?"

Ele riu. "Esse é o seu detetive, certo?"

"Quem?" Eu esperava parecer irritado. Estava tentando com força, mesmo que meu coração estivesse batendo forte em meu peito.

Suas sobrancelhas franziram com o primeiro traço de incerteza. "Ele."

Mark apontou para Louis.

"Acho que não estou entendendo o que está acontecendo."

"Então eu vou deixar bem claro para você." Sua voz se levantou. "Esse é ou não é o seu detetive?"

"Não."

"Não?"

"Não." Eu olhei. "Você não conseguiu uma foto de Louis Tomlinson? Imaginei que teria providenciado, com todo o seu interesse por mim."

É tudo uma questão de tempo [l.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora