Capítulo 2.25

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O CASAMENTO DE MICHAEL

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Por Michael, eu tinha sido paciente. Por Beverly, fui tolerante. Pelo bem da paz, do espírito da boa convivência, eu tinha ficado calmo, mantive um sorriso estampado em meu rosto e mordi minha língua. Mas agora eu estava livre.

As luvas poderiam ser tiradas porque a cerimônia de casamento tinha terminado. A noiva e o noivo se retiraram sozinhos para sua suíte luxuosa na cobertura, enquanto a maioria dos hóspedes ainda aproveitavam o open bar que seria servido até meia-noite.

Como a comitiva do casamento deveria estar lá na parte da manhã para um brunch com os noivos antes que eles saíssem em lua de mel, Louis e eu tínhamos alugado um quarto no hotel. Eu tinha assistido o casamento do meu lugar ao lado de sua mãe, mas Louis tinha sido um dos padrinhos. Foi esta honra/fardo que começou toda a confusão.

Beverly, a noiva de Michael Tomlinson e agora sua esposa, teve nove damas de honra em seu casamento. Todas usavam vestidos com decote diamante nas costas que fluíam em linhas longas de tecido preto volumoso até o chão. O que me veio à mente quando as vi foram os filmes da década de 1940, onde as mulheres eram só elegância e glamour. Era como um desfile de moda em vez de um casamento, e quando Amanda Hart caminhou pelo corredor à frente de sua melhor amiga, a noiva, os suspiros foram audíveis.

Ela era uma mulher deslumbrante, alta e graciosa e exalava uma confiança que você podia sentir. Ela parecia uma modelo, mas eu sabia que ela tinha acabado de se tornar sócia do escritório de advocacia onde trabalhava, em Manhattan. E ela sabia cozinhar também. Ela era, Beverly disse, uma ameaça tripla. Qualquer homem em sã consciência a desejaria.

Até mesmo Louis a tinha notado, e estava sendo mais agradável do que o habitual. E eu não gostava nada disso.

Quando Beverly veio a mim na manhã das despedidas de solteiro/solteira e perguntou se eu poderia ajudá-la a conseguir que os programas do casamento fossem impressos novamente, perguntei-lhe o que estava errado. Eu tinha desenhado e imprimido há mais de um mês atrás, então o pânico de última hora tinha me confundiu. Descobriu-se que não havia nada de errado com o que eu tinha feito, a mudança tinha apenas a ver com Amanda. Ela insistia em entrar na igreja com Louis.

"Peraí, como é que é?" Sarah precisou esclarecer novamente. Eu disse a ela duas vezes e ela ainda estava olhando para mim como se não acreditasse em mim. Nós estávamos em nosso escritório naquele mesmo dia.

"Beverly quer os programas reimpressos porque Amanda diz que o padrinho principal é feio para levá-la até o altar." Eu repeti pela terceira vez.

Ela fez aquela coisa onde suas sobrancelhas ficavam meio amassadas no meio. "Deixe-me ver se eu entendi. A principal dama de honra está deixando o cargo dois dias antes do casamento, porque ela não quer entrar com o padrinho principal que é... feio"

"Certo."

"E a noiva vai deixar esta "princesa" fazer o que quiser?"

"Aparentemente."

"Você está brincando?"

"Não."

Então, Sarah me olhou com um olhar engraçado.

"O que foi?"

"Com quem ela quer entrar?"

Eu arqueei uma sobrancelha para ela.

"Oh, de jeito nenhum," Sarah se levantou "A Prima Donna quer entrar com Louis?"

Encolhi meus ombros como resposta.

"A cadela está com tesão pelo seu homem," Sarah me provocou. "Melhor tomar cuidado, Harry - o homem costumava ser hétero, afinal de contas."

Eu apenas atirei-lhe um olhar.

É tudo uma questão de tempo [l.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora