É tudo uma questão de tempo [l.s]

Capítulo 2.21

Um dia pode fazer toda a diferença no mundo. Duas semanas podem fazer ainda mais. Incrível que, apenas 14 dias depois, eu estava seguro e curado e completamente abrigado de volta na minha vida.

Eu estava no trabalho com Sarah, Louis estava fazendo a sua coisa policial, e Susan Reid, não Caleb Reid, estava sentado em um hospital psiquiátrico de segurança máxima para tratamento. Tudo muito normal, se fosse eu.

Dane havia dispensado o guarda-costas de Aja, eles se mudaram do apartamento e foram para sua impressionante casa de três andares em Highland Park, e ele emprestou a seu pai o dinheiro que ele precisava para fazer com que seu negócio ficasse de pé novamente. Era tudo o que poderia fazer para confortar Daniel Reid. Ele não tinha ideia de que sua esposa, a mãe de Dane, fosse capaz das atrocidades que ela havia cometido em seu desejo de vingança.

Em algum lugar ao longo do caminho, o amor por seu filho se transformou em ódio. Ela não estava mais falando com ninguém, então seu verdadeiro motivo - como e porquê de ter cometido os crimes, por que ela não tinha me matado, em vez de outros - estava trancado em um cofre dentro dela.

Não havia como dizer quando e se ela explicaria suas ações assassinas. Caleb estava em liberdade condicional e tinha que visitar um psiquiatra, participar de sessões de grupo e realizar uma quantidade imensa de serviço comunitário, mas ele estava livre para viver sua vida. Todas as feridas seriam curadas com o tempo.

Começou a chover quando saí do aeroporto, e me senti abençoado.

Eu poderia ter vivido em Seattle já que eu amava tanto a chuva, mas estava em minoria. Os céus cinzentos constantes, roupas molhadas, e poças chateavam a maioria das pessoas. O fato de ter chovido direto por uma semana e meia estava afetando o humor de todos que eu conhecia.

Metade do problema, na minha opinião, era o pé frio. Seus sapatos ficavam molhados, assim como suas meias e, caminhando para o trabalho, seus pés congelavam. O que todo mundo precisava era de galochas. Eu tinha um par amarelo, igual a um que eu tinha aos cinco anos, de modo que meus pés nunca estavam molhados. Dane tinha certeza de que apenas homens gays poderiam se safar usando aquilo, mas eu discordava. Louis tinha um par verde-oliva que eu comprei para ele e ninguém nunca zombou dele. Dane sentia que tinha mais a ver com a carranca do meu namorado do que com qualquer outra coisa.

Seja qual for a razão, eu fiz Louis ter o hábito de manter dois pares de sapatos extras no trabalho. Ele me disse que todos os homens casados tinham galochas e meias secas. Fiquei muito satisfeito com ele. Mas a minha boa vontade tinha mudado em face às nossas constantes discussões. Tudo começou com Aaron Sutter.

Louis queria aceitar o convite para jantar com Aaron porque achava que se ele nos visse juntos, interagindo, entenderia que éramos um casal exclusivo que funcionava. Eu não queria ir jantar por aquele motivo. Eu queria ir para que todos nos tornássemos amigos. Louis disse que seria um evento único. Jantaríamos, nos despediríamos e seria isso, para sempre. Achei a coisa toda imatura e infantil. Ele achou catártico. Eu não queria esfregar nada na cara de Aaron. Louis disse que Aaron e eu precisávamos de um encerramento, eu disse a ele para superar isso.

Então Aaron continuou ligando para Louis e continuei dizendo não a Louis. Nós estávamos em um impasse.

Nós também estávamos brigando por meus diversos amigos gays. Louis gostava de Niall e Shawn, mas só até aí. E eu sabia por que ele se sentia confortável com eles. A menos que alguém lhe dissesse, descobrir que Shawn era gay era como adivinhar sobre Louis. E porque Shawn agia como hétero, ele poderia lidar com Niall sendo a típica diva. Logo, Louis não se importava em sair com eles, ser visto com eles - o problema aumentava conforme meu círculo de amigos aumentava.