Capítulo 3.6

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Tomei banho, e sob a água quente, me acalmei. Coloquei uma calça de pijama, e estava de pé na cozinha, olhando pela janela, quando a porta da frente foi aberta e Louis atravessou.

Meus olhos estavam sobre ele, o jeans, a camiseta de algodão esticada sobre o peito largo, e os olhos azuis, agora turvos pela raiva. Ele rosnou, batendo a porta da frente, jogando as chaves do outro lado da sala para mim.

"O que diabos você estava fazendo no clube?"

Eu fiquei lá só olhando para ele. Eu conhecia o homem há mais de dez anos, e ele ainda fazia meu coração parar.

"Você está me ouvindo, porra?"

Sim, eu estava ouvindo, e sim, ele era de tirar o fôlego. Eu sorri para ele.

"Harry." Sua voz falhou ao dizer meu nome.

Eu corri em direção a ele. Ele me encontrou no sofá, me agarrou, e caímos juntos em um emaranhado de braços e pernas. Assim que eu consegui algum espaço para me mexer, livrei minhas mãos e coloquei em sua camisa. Ela tinha que desaparecer.

"Quem era aquela mulher que eu vi na outra noite? Diga!"

"Puta que pariu, Harry, ela está disfarçada, é do FBI, isso é tudo," disse ele, com as mãos em cima de mim. "Você me conhece. Não há mais ninguém além de você."

Eu o conhecia.

"Coloque sua perna sobre..."

"Eu senti sua falta," eu disse, me arqueando, querendo estar mais perto.

"Olhe para mim."

Meus olhos ficaram presos nos dele.

"Cada parte da vida de Mark Mount está grampeada - seu telefone, seu carro. Todo mundo ouviu você dizer a ele que me amava na outra noite, confessando tudo, e por mais que eu ame como você é honesto, você basicamente me tirou da linha de frente do meu próprio caso."

Eu fiquei imóvel sob ele.

"Sabe, nós estávamos tão perto de perder tudo na outra noite com Zach Ducal quase fazendo Mark Mount cancelar seu contrato com Adrian Miller, mas você, só você, colocou tudo de volta no caminho certo. Holt, ele é o agente responsável por nossa força-tarefa, deve ter dito um milhão de vezes que meu namorado nos manteve no caminho certo."

Eu toquei o rosto de Louis. "Eu pensei que você não quisesse voltar para casa."

Ele virou a cabeça em minhas mãos, beijou minha mão esquerda, e fez um barulho na parte de trás de sua garganta.

"Louis?"

"Eu sempre quero voltar para casa, e você deveria saber disso, em vez de desmoronar."

A desconfiança tinha sido por minha conta, ele não tinha mudado em nada.

Fui eu, só eu. "Eu estava com medo."

"Que vergonha," disse ele quando levantou-se de cima de mim.

"Amor?"

"Você nunca deve duvidar de mim. Eu não mereço isso," ele disse enquanto se sentava ao meu lado.

A ausência tinha ferrado com a minha mente. Eu não tinha ninguém para culpar além de mim mesmo.

"Mereço?"

Ele merecia que eu duvidasse dele?

"Não," eu respondi com sinceridade.

"Nós estamos bem, H, está tudo bem."

E estava. Eu só precisava ser reconfortado, e isso provavelmente me tornava fraco, mas também me tornava humano.

É tudo uma questão de tempo [l.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora