Capítulo 3.13

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Eu estava bem, não com frio, o que era bom. Era suave, onde eu estava, mas o som, como uma britadeira ou uma lixadeira, era alto. E eu estava me afogando.

Vagarosamente, pacientemente, eu estava me afogando. Era essa a sensação, que meus pulmões estavam estourando porque você não podia prender a respiração por mais de um minuto, e era apenas o fim. O acúmulo tinha ido e vindo, sem alívio, e eu sabia disso porque tinha acordado no último momento.

Tão perto.

E depois havia mãos no meu cabelo antes de eu ser esfaqueado no lado com uma faca. Afiado, quente, gelado perfurando meu lado. Eu não conseguia nem gritar.

Mas de repente eu consegui. Deveria estar agradecendo a alguém pelo alívio de estar fora da água, mas logo meu pescoço e cabeça foram apertados antes de eu levantar e havia chuva. Meu rosto foi atingido com água, e eu tentei virar meu rosto.

"Segure-o!"

"Puta merda, ok, não se mexa!"

Eu não lutei, não podia, não havia energia. A chuva parou de tentar me afogar novamente. Bandidos sabiam meu nome e eu não sabia nada sobre eles, e isso me incomodou tanto.

Na escola eu tinha um emprego em um drive-in e tinha que usar um crachá. Todos os tipos de pessoas sabiam o meu nome, e nunca tinham que perguntar, sabia que era estúpido, era parte do trabalho, mas ainda assim, isso tinha adicionado meu ódio ao trabalho.

Quando mudei de emprego numa livraria, eu lhes disse que era chamado pelo meu nome do meio, Edward, então eu tinha um crachá que dizia, basicamente, que eu era um estudante. Ser chamado por um nome diferente foi bom, porque eu não suportava a ideia de estranhos me chamando pelo meu primeiro nome.

"Eu não entendi. Abra os olhos e me diga outra vez."

Abrir meus olhos?

"Por favor, amor."

Havia um hálito quente em meu rosto, e eu gemi porque o som era um grunhido, profundo e rouco, e apenas um homem poderia fazê-lo.

"Louis," eu disse, mas percebi que não saiu nada.

"Harry," disse ele e os lábios sedosos e macios foram pressionados a minha testa.

Meus olhos se abriram, e eu o vi ao meu lado. Ele parecia terrível. Havia círculos escuros sob seus olhos, sua cor tinha sumido, a barba em seu rosto estava beirando a barba real, o que não fazia sentido, e ele estava tremendo um pouco.

"Louis," eu disse, mas saiu um sussurro. Limpei a garganta e tentei novamente. "Louis."

Ele fechou os olhos por um minuto, e eu assisti a mandíbula apertar os músculos em seu pescoço. Eu queria tocar seu rosto, mas não tinha força. Abrir os olhos tinha me drenado. "Eu te amo," eu disse e fechei-os.

**********

Ele estava dormindo em uma cadeira ao lado da minha cama quando acordei novamente. Perto da porta, usava uma camisa de manga comprida de abotoar, que estava aberta revelando o coldre e a arma dele.

"Ei," eu disse para ele.

Seus olhos tentaram abrir e se fecharam, tentou de novo, antes que ele percebesse onde estava. Era como se ele fosse atropelado por um raio de eletricidade. Sua cabeça se levantou, e ele estava olhando para mim.

"Raio de sol, é você mesmo," eu resmunguei.

Eu estava tão feliz em vê-lo. Tentei alcançá-lo, mas nada aconteceu. Meus braços não se mexeram.

Ele veio até a cama e pegou o copo da bandeja ao lado da minha cama. "Aqui," ele disse, movendo-se o canudo para os meus lábios.

"Tome um pouco de água."

É tudo uma questão de tempo [l.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora