Capítulo 3.0

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Desculpa a demora para atualizar, mas tá aqui um capítulo todinho do harry sendo harry.

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Durante a minha vida eu fui sequestrado duas vezes, levei tiros, surras, fui perseguido em um carro, e arrancado da rua. Isso acaba te anestesiando para experiências surreais. Por causa de tudo isso, meu irmão Dane tem certeza que o meu indicador de coisas estranhas está desregulado. É possível. Coisas que outras pessoas, pessoas normais, acham que são loucas ou horripilantes, realmente não me incomodam; então, de tempos em tempos eu tenho dificuldade em diferenciar loucura varrida de psicose grave.

Eu também preciso verificar ocasionalmente para me certificar de que alguma coisa que eu disse estava certa, realmente. Tenho tendência a aceitar demais certas situações e circunstâncias. Tipo, se um amigo meu me pedisse para guardar uma arma para ele, eu provavelmente o faria simplesmente porque ele é meu amigo, por que eu iria questioná-lo?

Esta capacidade de confiança deixa meu parceiro, meu marido, - nos casamos no Canadá e usamos alianças - Louis Tomlinson, absolutamente furioso. Mas, ultimamente, como ele estava fora, eu não tinha que me preocupar em me explicar ou minhas ações. Eu queria, porém; queria ser interrogado, porque assim eu saberia que era amado. Louis se importava o suficiente para me colocar contra a parede, e eu sentia falta disso.

O homem em questão estava longe há três meses, quase quatro, participando de uma força-tarefa federal. Eu ansiava por sua presença, seu toque, seu cheiro nos lençóis, a xícara de café vazia na pia, e as toalhas que ele deixava no chão do banheiro. Sentia falta de estar na cama com ele, e meu corpo doía e pulsava com sua ausência.

Eu estava descontando minha energia sexual na academia, e estava correndo como um homem treinando para uma maratona. Eu até derrotei o meu irmão em um jogo de raquetebol, algo que, para acontecer, as estrelas tinham que estar alinhadas. Quando Dane olhou para mim com admiração estampada em seu rosto, eu disse a ele que precisava que Louis voltasse para casa para que eu pudesse transar. Como sempre, quando eu compartilhava demais, recebi aquele olhar de nojo que ele conseguia fazer melhor do que ninguém.

Eu precisava me manter ocupado, de modo que trabalhar no fim de semana parecia uma boa ideia, em vez de ficar deitado, carente, em meu apartamento por dois dias.

Normalmente, quando Louis estava em casa, os sábados eram para dormir, fazer horas de sexo, e tomar café da manhã tarde (ou almoçar cedo). Louis de manhã com sua voz rouca, olhos suaves, o cabelo desgrenhado e barba por fazer poderia parar meu coração. Seu sorriso quando ele abria os olhos azuis, a maneira como se enrugavam nos cantos, a curva de sua boca... Eu não consegui evitar. De repente, tive que me mexer onde eu estava no trem porque meus jeans estavam apertados na frente. Eu precisava parar de pensar em meu homem.

Brincando com o aro de platina no dedo anelar da mão esquerda, desci para a plataforma de Oak Park e desci as escadas até a rua. Eu adorava aquela vizinhança, e era louco pelas pequenas lojas, os ótimos restaurantes, e a loja de jóias que vendia âmbar do Mar Báltico, que minha melhor amiga, Sarah, colecionava.

A chuva havia parado, mas o céu estava escuro e nublado, a rua escorregadia e molhada com poças de água, o ar ainda cheirando à chuva. Passando por um restaurante, aroma de xarope de bordo me atingiu, e senti um desejo súbito de comer torradas. Eu fiz uma nota mental para um brunch em um restaurante que eu gostava depois da minha reunião/introdução/consultoria.

Três anos atrás, Sarah e eu tínhamos nosso próprio negócio. Mas a Beechwood Design fechou as portas devido a uma crise financeira, e fomos forçados a vender e encontrar novos empregos. Eu não consegui encontrar um emprego na minha área e me recusei a voltar a trabalhar para o meu irmão, então acabei na Synergy.

É tudo uma questão de tempo [l.s]Onde histórias criam vida. Descubra agora