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Maraisa estava em sua casa assistindo um simples filme de romance qualquer, ao seu lado estava um balde enorme de pipoca e uma panela de brigadeiro. A morena chorava com saudades de Marília, mas era orgulhosa demais para ir atrás.

- Eu não penso só em sexo. Eu te amo, caralho! - Disse para si mesma com a voz embargada, se lembrando das palavras da ex namorada.

No mesmo momento, a campainha tocou e ela fitou a porta, franzindo o cenho antes de se levantar e ir atender, dando de cara com uma ruiva com o semblante desesperado.

- Oi, você é a Maraisa, né? - Maiara dizia afobada com a respiração descompensada.

- Sim, quem é você? - Estava confusa e com o cenho franzido.

- Eu sou a vizinha da Marília, preciso que você venha comigo agora! - Puxou ela pelo pulso, mas Maraisa continuou parada no mesmo lugar.

- Ué, eu nem te conheço, quem me garante que você não é uma maluca que fugiu do hospício? - Cruzou os braços, arqueando uma sobrancelha.

- A Marília está a ponto de tirar a própria vida! Venha comigo! - Maraisa arregalou os olhos e buscou sua rasteirinha, deixando Maiara a conduzir para o carro, para assim, poderem ir até o apartamento da loira.

[...]

Ao chegarem no prédio, Maraisa correu com Maiara para as escadas, não podia esperar o elevador chegar, pararam na porta do apartamento e Maraisa ameaçou bater, mas Maiara a impediu.

- Entre logo, ela não irá abrir a porta, acredite. - Fingia afobação, prendendo a risada.

Maraisa assentiu e entrou com tudo, arregalando os olhos ao escutar o barulho da chave rodando na fechadura. O que!? A ruiva maluca realmente a trancou com Marília ali dentro?

- Ei, garota! Enlouqueceu? Eu vou te processar assim que eu conseguir sair daqui. - Batia na porta na esperança dela abrir, mas Maiara apenas saiu dali gargalhando alto.

Maraisa sentiu duas mãos em sua cintura e uma cabeça ser apoiada em seu ombro, cruzou os braços já sabendo quem era.

- Oi, Mara. - Disse Marília carinhosamente, beijando sua bochecha.

- O que você quer?- Respondeu com rispidez e a maior riu baixinho.

- Fazer as pazes. - Retrucou simples.

- Não estou afim, me tire daqui. - Tentou se soltar, mas Marília a prendeu ainda mais em seus braços.

- Vamos jantar, venha. - Segurou sua mão direita, a puxando com cuidado, mas Maraisa continuou parada ali.

- Não, obrigada. Estou sem fome. - Cruzou os braços novamente e Marília suspirou.

- Espere aqui. - Se virou com rapidez, caminhando até seu quarto. E como eu vou sair daqui? Pensou Maraisa enquanto revirava os olhos.

Minutos depois Marília voltou com um buquê de flores e um enorme urso nas duas mãos. Maraisa segurou o sorriso, afinal, precisava manter sua postura séria e inflexível.

- Para você. - Sorriu e a morena caminhou até o sofá, se sentando ali com as pernas e os braços cruzados, fitando ela. - Não quer? - Entortou a boca.

- Me dê logo isso. - Puxou as coisas das mãos de Marília, lhe arrancando uma risada. Maraisa se agarrou no urso, deixando as flores de lado.

- Eu não ganho um abraço também? Parece estar tão aconchegante aí. - Fez um bico e Maraisa assumiu a expressão emburrada.

- Não, eu estou magoada com você. - Brincou com a gola da blusa do urso. Marília mordeu o lábio tensa.

- Certo, podemos jantar? Tenho outra surpresa para você. - Maraisa respirou fundo e assentiu, sabia que a loira não lhe deixaria em paz.

Ambas caminharam até a sala de jantar do apartamento de Marília e a morena arregalou os olhos totalmente surpresa ao ver a decoração dali.

- Nossa... - Foi a única coisa que conseguiu pronunciar.

- Gostou? - Lhe abraçou por trás, a cheirando, Maraisa fez um som com a garganta e se afastou.

- Vamos comer, estou com fome. - Marília prendeu a risada e assentiu com a cabeça.

- Espero que goste do jantar, eu preparei especialmente para você. - Servia o prato da menor.

- Você? - Explodiu na gargalhada e Marília arqueou uma sobrancelha. - Aposto que você pediu no restaurante e está querendo me enganar.

- Eu preparei sim, pode perguntar para a Maiara depois. - Lhe entregou o preto e serviu um pouco de vinho para a mesma.

- Ah! Então o nome daquela maluca que fugiu do hospício é Maiara!? Bom saber, o processo ficará pronto mais rápido por eu saber o nome dela. - Marília até tentou, mas não conseguiu segurar a gargalhada.

- Você irá processa-la? - Estava incrédula.

- Vou. - Disse simples, bebendo um gole do vinho.

- E como irá dizer no tribunal? Que ela te sequestrou e te trouxe até aqui para você me perdoar e voltar para mim? - Fitou a menor com deboche.

- Quem te iludiu dizendo que vamos voltar? - Retrucou.

- Veremos. - Piscou para ela, comendo um pouco da lasanha que havia preparado.

[...]

No começo foi difícil, mas Marília arrancou diversas gargalhadas de Maraisa, o jantar seguiu em um clima maravilhoso e agora ambas estavam no sofá da sala, a morena entre as pernas da loira enquanto a maior lhe fazia um carinho em seus cabelos.

- Você está linda. - Disse a mais velha, beijando o topo da sua cabeça.

- Marília, eu estou de pijama. - Riu, fazendo uma careta.

- Está linda mesmo assim. - Beijou sua bochecha delicadamente.

- É assim? Só me dará beijos na bochecha e na cabeça a partir de agora? - Cruzou os braços emburrada.

Marília soltou uma risadinha e ajeitou a menor em seus braços, fitando seus olhos e sua boca antes de selar seus lábios em um beijo calmo e sem pressa. A língua da maior pediu passagem, sendo concedida por Maraisa, essa que deixou a loira comandar. Se separaram por falta de ar e encostaram suas testas sorrindo.

- Tenho outra surpresa para você. - Sorriu sugestiva e Maraisa entendeu o recado.

- E o que seria? - Fitou ela, beijando seu pescoço delicadamente.

- Sobe comigo? A surpresa está no quarto. - Sussurrou em seu ouvido e a mesma sorriu de canto, assentindo rapidamente.

Marília a puxou pelo braço, lhe conduzindo até o quarto, para assim, finalizar a noite do melhor jeito possível.

Nudes | Malila.Onde histórias criam vida. Descubra agora