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Cinco anos depois...

- Metade, eu realmente estou preocupada, fazem quase dois anos que meus pais não me perturbam. - Maraisa dizia para Maiara em um tom carregado de preocupação. - Da última vez você mesma presenciou a cena, a Marília passou mal e parou no hospital.

Com o passar dos anos, ambas começaram a se chamar desta forma por serem parecidas e quase idênticas.

- Não foque nisso, metade. - Maiara segurou suas duas mãos, lhe tranquilizando. - Foque nas coisas boas que estão acontecendo na sua vida. - Sorriu.

- Eu estou grávida. - Maraisa estava de três semanas, a inseminação havia sido um sucesso e a morena resolveu que faria uma surpresa para a esposa. Sim, hoje completava um ano do casamento de Marília com Maraisa, a festa havia sido incrível, a lua de mel melhor ainda, a loira realmente apostou todas suas fichas e arrasou em tudo.

- Sim, metade. - Beijou o dorso das mãos da outra. - Então pra quê pensar em coisas negativas agora? - Incentivou ela, balançando as sobrancelhas. Antes que Maraisa pudesse responder, a porta da sala foi aberta, chamando a atenção das duas.

- Eu estou morrendo de cansaço! - Marília dizia visivelmente exausta. - Ninguém mais aguenta aqueles adolescentes. - Bufou, caminhando até o sofá para tirar seus sapatos. Marília havia mudado um pouco seu cabelo, ele estava em um tom castanho um pouco abaixo do ombros.

- Oi, Lila. - Maraisa sorriu, ainda segurando as mãos de Maiara.

- Oi, Maraisa. - Estava concentrada em tentar tirar seus sapatos e acabou sendo um pouco grossa. - Oi, baixinha. - Olhou Maiara rapidamente.

Maraisa estava um tanto sensível por conta da gravidez, então, soltou das mãos de Maiara, lhe interrompendo antes que a ruiva pudesse dizer algo. Correu para o quarto, deixando Marília sem entender nada.

- O que aconteceu com ela? - Olhou Maiara, estranhando a atitude da morena.

- Ela não está muito bem. - Maiara mentiu, sabia que o motivo era a gravidez.

- Eu vou atrás dela, baixinha. - Marília correu até as escadas. - Fique a vontade. - Gritou, subindo até o quarto que elas dormiam. Maiara assentiu, sorrindo e correndo para assaltar a geladeira.

Marília adentrou o quarto, encontrando a esposa deitada, encolhida em um cantinho da cama, parecia tão frágil e sensível, a loira sentiu seu peito corroer ao finalmente notar que havia lhe tratado mal.

- Maraisa? Pequena, está tudo bem? - Se aproximou com cuidado, se deitando ao seu lado. - Está se sentindo mal? Quer ir ao médico? Quer que eu vá na farmácia? Onde dói? - Dizia realmente preocupada e Maraisa negou.

- Está tudo bem, fique tranquila. - Disse com a voz um pouco embargada e Marília fechou os punhos, se martirizando mentalmente por ter a feito chorar. Envolveu um braço em sua cintura e se aconchegou nela.

- Quer carinho? - Sussurrou carinhosa, acariciando sua cintura. Maraisa deu de ombros, como se tivesse dito um tanto faz.

- Eu te amo. - Beijou sua bochecha, apoiando o queixo em seu pescoço. Ultimamente Marília parecia se importar apenas com seu trabalho, deixando sua morena de lado. - Desculpa por não estar te dando a atenção que você merece. - Afagou seus cabelos em um carinho. Maraisa assentiu.

- Eu estou cansada agora, se importa se eu dormir um pouco? - A gravidez cansava e Maraisa estava quase caindo de sono. Marília negou e tirou os sapatos dela, visto que Maraisa estava de tênis. Se aconchegou um pouco mais nela e continuou com os carinhos em seus cabelos morenos que agora estavam na altura do ombro.

Fazia quase duas semanas que ambas não tinham relações sexuais uma com a outra ou compartilhavam momentos de carinho. Marília se perguntava quando foi que permitiu deixar seu casamento se desgastar assim.

- Minha morena. - Deixou lágrimas caírem ao lembrar dos momentos felizes que viveram nesses anos que se passaram.

- Eu queria ter o poder de voltar a ter dezessete anos apenas para ser amada e desejada por você daquela forma. - Maraisa pensou ao escutar o apelido carinhoso e em questão de segundos adormeceu.

[...]

Maraisa acordou sozinha na cama e suspirou, olhando o horário no pequeno relógio que havia na cômoda ao lado da cama. Eram nove horas em ponto.

Se levantou com cuidado, afinal, sempre ficava tonta quando se levantava rápido demais. Saiu do quarto e desceu as escadas, avistando Marília sentada na mesa da sala com seu notebook, provavelmente elaborando alguma prova. A loira levantou o olhar, fitando Maraisa e sorriu.

- Oi, neném. - Chamou do apelido de quando ainda eram namoradas. - Desculpa ter saído da cama, eu tive que resolver algumas pendências do trabalho para amanhã ficarmos juntinhas. - Maraisa franziu o cenho em confusão. - Amanhã eu estou de folga. - Disse após ver o enorme ponto de interrogação na testa da morena. A mesma suspirou e assentiu com a cabeça.

- Está tudo bem. - Se referiu a ela ter saído da cama. - Eu já estou acostumada. - Deu de ombros e Marília baixou a cabeça. - A Maiara está precisando da minha ajuda, daqui a pouco eu volto, tudo bem para você? - Mentiu.

- Mas a Maiara saiu com a Lau, amor. - Franziu o cenho, lembrando que a ruiva estaria em um encontro a essa hora.

- Ah, claro. - Suspirou, lembrando que Maiara realmente estava ocupada. - A mensagem dela deve ter sido enviada mais cedo e como eu estava dormindo, acabei vendo só agora. - Mentiu outra vez.

- Maraisa, está tudo bem? O que está acontecendo com você? - Fechou o notebook, notando a esposa estranha.

- Está sim, só estou cansada por conta da.. - Assim que se tocou do que iria falar, engoliu a seco. - Do trabalho, isso, por conta do trabalho. - Outra mentira contada por Maraisa naquela noite. A morena havia se formado em medicina, na área de pediatria.

- Hm.. - Desconfiada. - Vamos pedir algo para comer ou quer que eu faça o jantar? - Sorriu, se levantando e parando atrás da morena.

- Você decide, eu estou sem fome. - Se sentou a mesa, suspirando fundo.

- Mas você tem que comer, irá passar mal assim, neném. - Beijou seu pescoço com carinho. - Vamos pedir algo e assistir algum filme juntas, certo? - Fez uma massagem em seus ombros e Maraisa assentiu.

- Eu irei tomar um banho e colocar uma roupa confortável. - Se levantou, sorrindo fraco. Marília assentiu e pegou seu celular para pedir a comida.

Um tempo depois, a morena havia voltado com um robe de cetim vinho, realçando seus seios que estavam maiores e seu grande volume de trás.

- Daqui a pouco a comida chega, meu bem. - Deixou o celular sobre a mesa e se aproximou, segurando seu rosto com as duas mãos antes de selar seus lábios em um selinho demorado. - Vem, vamos sentar. - Puxou ela com cuidado até o sofá da sala. Ambas se sentaram e Marília colocou em um filme de comédia, um dos gêneros prediletos da esposa e lhe abraçou, se aconchegando em seu peito, sentindo um cafuné delicado da morena.

- Você está linda, sabia? - Disse após alguns minutos de filme, cheirando seu pescoço enquanto a mesma estava com os olhos fixados no filme.

- Eu estou normal como em todos os dias. - Franziu o cenho em confusão, desviando o olhar para ela. Marília negou.

- A cada dia você fica mais linda. - Sorriu, selando seus lábios em um beijo calmo e carinhoso, que logo se tornou quente e fogoso. Marília puxou a mesma para o seu colo e desceu seus lábios para o seu pescoço, Maraisa soltou um gemido arrastado e se afastou um pouco.

- Eu acho melhor não. - Tentou negar a esposa, mas Marília ainda beijava seu pescoço, lhe excitando cada vez mais.

- Por que não? Eu estou com saudades, amor. - Disse choramingando com a voz abafada por estar com o rosto em seu pescoço.

Maraisa suspirou, resolvendo se entregar de vez, sabendo que provavelmente a esposa voltaria ao normal na manhã seguinte, voltando toda a sua atenção para o trabalho. Era sempre assim.

Nudes | Malila.Onde histórias criam vida. Descubra agora