Capítulo três

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Assim que Lorenzo saiu, voltei para o quarto para arrumar as minhas coisas, então me toquei que todas as minhas roupas estavam na casa de Mario e não tinha possibilidade alguma de que eu fosse lá, não sozinha.

Sentei-me frustrada na cama, notando que tudo que eu possuía era a roupa que eu havia usado na noite anterior e o vestido simples do meu casamento relâmpago.

Eu realmente não ligava para um casamento cheio de riqueza e festas, eu havia tido dois e a festa do primeiro não foi garantia nenhuma de que eu seria feliz. Na verdade, havia sido um período assustador da minha vida e uma época em que eu havia perdido completamente as esperanças de viver, acabei cometendo uma série de decisões absurdas, como, por exemplo, assassinato.

Ninguém suspeitou da doce e submissa esposa de Benício, mas fui inteligente, eu o matei lentamente com veneno e um belo dia o seu coração finalmente parou.

Eu não me arrependi, deveria ter feito o mesmo com Mario.

Levantei-me assim que ouvi o barulho da campainha, deveria ser o motorista que Lorenzo havia dito que viria, acelerei meus passos e abri a porta, um rapaz de no máximo vinte anos, com cabelos dourados e olhos verdes cheios de gentileza, sorriu para mim.

— Sou o Murilo — o rapaz usava vermelho-escuro da cabeça aos pés — Lorenzo me deu a ordem de vir buscá-la.

Dei um sorriso de desculpas.

— Eu não tenho nada comigo, apenas o meu bolo de casamento — falei com um sorriso educado — minhas roupas estão na minha antiga casa.

O menino assentiu, mas as suas sobrancelhas arquearam cheias de curiosidade.

— Tudo bem, vamos? — Murilo perguntou.

Assenti, pegando apenas o meu celular e as chaves do apartamento que Dante havia me dado. Era a chave reserva que Lorenzo havia dado-lhe e que eu pretendia devolver.

O pobre do Murilo carregou o bolo para mim.

Tranquei o apartamento e segui o rapaz até o elevador, ele me olhou intrigado.

— Que foi? — perguntei.

Murilo deu de ombros.

— Você não iria se casar com o irmão do patrão? — ele perguntou e eu não consegui conter a risada — Por que se casou com Lorenzo? Vocês estão apaixonados?

A minha risada se transformou em uma gargalhada difícil demais de controlar, neguei com a cabeça enquanto secava uma lágrima no canto do meu olho.

— Eu não me casei com Dante porque ele é apaixonado por outra pessoa e o Lorenzo apenas se sentiu na obrigação, não tem nada de amor envolvido — falei dando um longo suspiro para controlar a vontade de rir de novo.

Até parece que um dia o Lorenzo iria deixar de amar a falecida esposa para me amar, eu tinha a noção de que aquele casamento não era por amor, era raro na máfia isso acontecer, eu sabia bem.

Ainda mais quando a pessoa em questão já possuía alguém na mente e no coração.

— Pensei que ele tinha finalmente superado a outra — olhei com curiosidade para Murilo, ele notou meu olhar e ficou vermelho — desculpa.

Neguei com cabeça e apertei o seu braço com suavidade.

— Não precisa se desculpar, eu amo uma fofoca — um sorriso brotou nos meus lábios — por que você não gosta da Luna?

Murilo me olhou assustado, então suspirou devagar.

Eu não queria saber as coisas ruins da falecida esposa do meu marido, eu só gostava de saber os podres de todo mundo, sempre gostei de uma boa fofoca, Luna sempre foi uma incógnita para mim, ou todos a amavam, ou a odiavam, não tinha meio-termo com ela.

O Soberano da Cosa Nostra - Os Mafiosos, 3Onde histórias criam vida. Descubra agora