Capítulo vinte e três

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No fim, Lorenzo preferiu dormir sozinho no seu quarto, ele decidiu que eu era tentação demais, perigosa demais. No fundo, preferi assim, quando Lorenzo me possuísse, eu gostaria de ter certeza de que ele estava pensando só em mim.

Acordamos bem cedo para pegar o voo para Nova Iorque, iríamos de jatinho, visto que todos os chefes das máfias italianas possuíam um à sua disposição para o momento em que precisasse.

— Dormiu bem? — Lorenzo perguntou gentilmente assim que me viu descer as escadas.

Antônio já havia colocado nossas malas no carro, seríamos levados por Murilo até o Hangar e dali partiríamos de avião.

— Muito bem! — Falei inocente, contudo o brilho de malícia nos olhos de Lorenzo me fez acreditar que o que eu havia dito teria soado malicioso. — Acredito que você também.

Lorenzo engoliu em seco e assentiu.

Seus braços envolveram minha cintura e ele beijou o topo da minha cabeça.

— Tomaremos o café da manhã no avião, vou me reunir com alguns acionistas da empresa Cattaneo em Nova Iorque. — Ele falou enquanto andávamos até o carro. — E ainda tem a maldita reforma.

Franzi a testa.

— Por que só resolveu reformar agora? — perguntei enquanto me sentava no banco do carro.

Lorenzo logo se juntou a mim e sua perna roçou na minha, ondas de eletricidade subiram por todo o meu corpo, me fazendo engolir em seco. Lorenzo percebeu o que havia provocado em mim e um sorriso diabólico surgiu no seu rosto.

— Adoro ver você excitada só com um toque meu — ele falou baixinho no meu ouvido para que Murilo não ouvisse.

Abri um sorriso tão malicioso quanto.

— E eu vou adorar fazer você se render a mim e implorar por um toque meu — toquei no seu queixo com a ponta dos meus dedos.

Lorenzo soltou o ar pelos lábios e tentou retomar a seriedade da conversa.

— Bom... — ele tossiu — resolvi reformar agora por Nova Iorque ser linda no inverno e pensei que você gostaria de passar uns dias lá.

Abri um sorriso carinhoso.

Que coisa mais linda da parte de Lorenzo!

— Visitei Nova Iorque apenas uma vez em toda a minha vida. — Falei com um longo suspiro. — Minha mãe sempre viajava para Chicago e, bom, eu fui ao casamento da Valentina nos Hamptons, mas quase não conheci muita coisa.

Lorenzo ergueu as sobrancelhas escuras.

— E por que não? — ele perguntou.

— Bom, o Mário nunca foi o tipo de pessoa que levava minha mãe e eu a passeios. — Falei brincando com um fiapo solto da minha blusa. — E mesmo se ele fosse, eu não iria a lugar algum com aquele homem.

Lorenzo ficou tenso e fechou as mãos em punhos, só a menção do nome daquele nojento conseguia irritá-lo.

— Eu não vejo a hora de quebrar a garganta daquele desgraçado — ele falou friamente — homens como ele não merecem viver.

Suspirei.

— Se você matar ele é perigoso a Camorra querer guerra, é contra as regras matar um membro de uma família aliada — falei envolvendo suas mãos nas minhas —, mas obrigada por querer me defender.

Lorenzo suspirou exasperado.

— Que se dane a guerra. — Ele explodiu. — Isso virou uma palhaçada, quando nossos ancestrais criaram a máfia, foi com a intenção de nos protegermos, protegermos nossos filhos e nossas esposas, desgraçados como ele sujam a máfia e isso está errado.

O Soberano da Cosa Nostra - Os Mafiosos, 3Onde histórias criam vida. Descubra agora