Capítulo vinte e um

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Lorenzo pediu que um dos soldados me levasse em casa, ele havia dito que iria resolver uns problemas que envolviam Nova Iorque, mas uma parte de mim temia que ele tivesse ido tirar satisfação com Anna.

Então instrui os empregados a me avisarem assim que ele chegasse.

Depois de algumas horas e de ter tomado um banho, Milena entrou no quarto.

— O patrão chegou e se trancou no escritório — seu rosto estava sério — ele parecia chateado.

Olhei ansiosa para Milena.

— Parecia? — ela assentiu — certo, obrigada querida.

Milena assentiu e saiu do meu quarto.

Fiquei alguns segundos criando coragem e também sai dos meus aposentos. Segui nos corredores em direção a ala leste, assim que encontrei a porta do seu escritório, eu a abri e entrei sem bater.

Lorenzo estava com um copo de uísque nos lábios e suas sobrancelhas arquearam-se quando ele me viu entrar.

— Eu estava me perguntando quanto tempo demoraria até você vir aqui — Lorenzo bebeu o líquido âmbar no copo de vidro.

Ergui o queixo teimosamente, eu não queria que Lorenzo visse que eu estava desesperada por dentro, que eu estava aterrorizada com a possibilidade dele ter matado a Anna.

— Você a matou? — Notei que minha voz estava trêmula — Lorenzo, se você matou a minha prima, juro que essa é a última vez que você vai me ver.

Lorenzo suspirou.

— Eu não a matei — foi tudo que disse.

Suspirei aliviada, mas franzi a testa curiosa.

— Por quê? Quando você saiu e me deixou sozinha com o soldado, pensei que você tivesse ido confrontar ela pelas provas que não encontramos.

Lorenzo suspirou e colocou o copo vazio na mesa, seu olhar demonstrava cansaço.

— Eu disse que iria resolver um problema relacionado a Nova Iorque. — ele respondeu. — Sua prima ganhou tempo, depois de dez anos tive coragem de mandar reformar o estrago que ela causou no meu jantar — fiquei em silêncio —, mas houve um problema com a reforma e eu preciso resolver pessoalmente.

Abri a boca surpresa.

— Então você não vai matá-la? — perguntei.

Lorenzo olhou para mim.

— Se eu responder isso, você vai querer ir embora — sua voz estava tensa — ou era uma ameaça vazia?

Engoli em seco.

Aproximei-me da mesa meio receosa.

— Eu estava pensando — comecei — e se alguém sabia das provas e tirou de lá?

Lorenzo olhou pensativo para o copo vazio.

— Eu também cheguei a essa conclusão — ele suspirou — mas quem?

Olhei para baixo.

— Quem foi buscá-la na casa do Filippo? — perguntei.

Lorenzo franziu a testa.

— As irmãs dela, Luigi e meu irmão — ele falou devagar — mas creio que eles entregariam as provas para mim, o meu irmão não me esconderia isso.

Cocei meu queixo.

— E quanto as meninas? — Apoiei minhas mãos na mesa — elas podem ter feito isso.

Lorenzo negou com a cabeça.

— A Valentina tenta ser justa com tudo e a Marina logo será minha irmã, não acredito que elas fariam isso.

O Soberano da Cosa Nostra - Os Mafiosos, 3Onde histórias criam vida. Descubra agora