Capítulo trinta e três

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LORENZO

Assim que paramos o carro no estacionamento abandonado que Nico havia escolhido, eu saí do carro e tirei Anna comigo.

— Murilo, leve o carro e se esconda, quando a Lianna estiver comigo e você atirar no Nico, a Anna vai sair correndo e você se prepare para levá-la até o Hangar mais próximo, eu já tenho um avião pronto para levá-la para fora do país, combinado?

Murilo assentiu e partiu com o carro, minutos depois os carros de Dante e Luigi chegaram. Observei Anna olhar para os pés, enquanto Marina e Valentina a observavam em silêncio, havia dor e pena no olhar delas.

— Entrem — Marina falou do carro de Dante. — Antes que eles cheguem.

Assenti, coloquei Anna no banco de trás e eu me sentei do seu lado. O clima não estava dos melhores, mas notei que Marina estava se esforçando para manter a calma, Anna sequer respirava.

— Qual é o plano? — Dante perguntou.

— Quando Lianna estiver comigo, Murilo vai atirar no Nico. — Dante olhou para mim pelo retrovisor. — E todos vocês vão dizer que a Anna morreu no tiroteio começado por ele.

Marina olhou para a irmã e assentiu.

— Tudo bem. — Ela murmurou.

Ficamos durante uma hora ali dentro em silêncio, logo o sol surgiu no horizonte e esquentou o carro.

— Onde aquele idiota está? — murmurei digitando no celular, então um movimento no horizonte chamou nossa atenção.

Três BMW escuros e blindados se aproximaram do lado oposto do estacionamento, ficando de frente para nós, logo meu celular apitou com a mensagem de Nico.

Anna bufou.

— Esse ai, esqueceu o que significa ser pontual. — Aquela foi a primeira frase que ela disse desde que entrou no carro.

Um minúsculo sorriso surgiu no rosto de Marina e Dante segurou na sua mão. Notei que Anna os observava com um brilho no olhar.

Após enviar uma resposta a Nico, ele mandou uma foto de Lianna, e com exceção de um curativo em sua testa, ela estava sem nenhum machucado no corpo, estava em perfeito estado e aquilo tirou um peso das minhas costas.

— Ela está bem, não está machucada. — Anna falou sob o meu ombro. — Será que esse Nico não é tão sem escrúpulos assim?

Marina suspirou.

— Ele só está guardando a falta de escrúpulos dele para você. — Ela olhou para a irmã e o inimaginável aconteceu: Marina pegou na sua mão e apertou com força —, mas eu não vou deixar isso acontecer, somos Marchetti e juramos sempre nos proteger.

Anna engoliu a vontade de chorar.

— Marina...

— Não, sem pedidos de desculpas. — A mais nova murmurou. — Sei o que você fez e não sei exatamente quais foram as suas intenções, mas tenho certeza de que se eu tivesse continuado aqui e crescido como vocês, eu nunca teria encontrado o amor e tido a possibilidade de escolher me casar.

Dessa vez a Anna não conteve as lágrimas.

Finalmente a porta da BMW abriu-se e Nico saiu de lá, com toda a sua marra, abriu o lado do passageiro, tirando Lianna de lá de dentro. Eu estava pedindo a Deus para que ela não cometesse uma loucura, para que não saísse correndo.

Para que confiasse em mim.

O meu plano iria dar certo, eu pessoalmente treinei Murilo quando ele era criança, mesmo não sendo um membro da máfia e nem um associado, mesmo sendo apenas o filho dos meus empregados, achei prudente que ele soubesse atirar.

O Soberano da Cosa Nostra - Os Mafiosos, 3Onde histórias criam vida. Descubra agora