O Soberano da Cosa Nostra - Os Mafiosos, 3

Capítulo trinta

LORENZO

Quando Lianna falou que me amava, eu entrei em um estado de paralisia, eu não conseguia abrir a boca e deixar que as palavras saíssem dos meus lábios.

Eu tinha medo daquele sentimento, Luna me fez ser covarde para o amor.

No entanto, eu sentia algo por Lianna, eu não sabia exatamente o que, mas estava disposto a descobrir com ela. E eu teria feito isso, teria ido atrás dela, se Luigi não tivesse se aproximado de mim.

— O Crimin quer se reunir amanhã para resolvermos a questão da Anna — olhei para ele, confuso.

Por que ele estava me falando aquilo? Toda reunião do Crimin envolvia as máfias, eu já sabia que a Camorra estaria presente.

Franzi a testa.

— O que tem demais nisso? — perguntei.

— Eles querem que as irmãs participem também.

Não tive tempo de raciocinar sobre aquilo, porque repentinamente houve uma queda de energia que deixou todo o ambiente em completa escuridão e um silêncio pairou sobre nós, até Marina murmurar alto demais para Dante.

— Agora você concorda comigo que a ideia das velas faz sentido? — Dante apenas deu uma risada.

Mas eu não me importava com isso.

A única coisa que me importava era o fato de Lianna estar longe de mim naquela escuridão, será que ela também teria medo do escuro ou eram só as tempestades que a amedrontavam?

Eu esperava que não.

Assim que as luzes voltaram, caminhei rapidamente em direção aos mesmo corredores que Lianna havia passado, parei então de frente a um banheiro, suas portas estavam abertas e as luzes acesas, mas não foi o banheiro que me fez parar de súbito, mas sim um brilho no chão.

Ajoelhei-me ali e encontrei a aliança e o anel de noivado de Lianna caído no chão, ao lado dele havia uma mancha de sangue no carpete, uma mancha que fez todos os pelos da minha nuca se arrepiarem.

De alguma forma, eu não sabia como, mas eu tinha certeza que aquele sangue pertencia a Lianna.

Levantei irado e soquei a parede sem me importar que aquela não era a minha casa, céus, eu não deveria ter ido naquele aniversário, eu deveria estar em casa com Lianna, onde era seguro.

Senti que alguém me segurou pelo ombro e notei ser Dante, logo Luigi, Marina e Valentina se aproximaram.

— O que aconteceu? — Valentina perguntou com os olhos arregalados — O que aconteceu, Lorenzo?

Com a voz trêmula consegui dizer:

— A levaram.

Dante olhou confuso para mim.

— Eu não tive nem a chance de dizer que também a amava.

Valentina franziu a testa e olhou para o marido.

— Quem foi levada? — ele perguntou.

Abri a palma da mão e mostrei os anéis de Lianna.

— Lianna, levaram a minha mulher — coloquei as joias no bolso do terno — e eu vou revirar cada canto desse país até encontrá-la.

Caminhei irritado pelo corredor, eu precisava contatar meus espiões para me ajudar a encontrá-la, eu precisava de Lianna, eu não sabia mais como era uma vida sem ela.

Sem o sorriso dela.

Sem a sua risada.

O seu cheiro.