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A primeira noite no primeiro andar havia chegado. Pelo menos essa era a minha primeira noite, junto de Ji-su, Jae-Hoen e Hyun-Su. O garoto, por outro lado, teria que passa-la preso dentro da sala de quarentena, de onde não podia sair em hipótese alguma, segundo Eun Hyuk.
Normalmente, a porta principal do lugar ficava sob vigia de alguém, mas no momento, o cabeludo que estava no comando disso acabou de abandonar seu posto, me dando a primeira chance em algumas horas de fazer uma visita a Hyun-Su.Destranquei o cadeado com facilidade, já que a chave estava pendurada no pequeno gancho ao lado da porta. A empurrei, o ranger dos parafusos enferrujados tornando o barulho um pouco mais assombroso do que deveria.
— Hyun-su?
— Não deveria estar aqui.
Segui sua voz, o encontrando sentado na sua cama de lençóis improvisada. Ficava logo abaixo da única e pequena janela da sala. Caminhei até ele.
— No primeiro andar? Eu também acho, mas alguém me convenceu a vir.
— Estou falando sério, sou perigoso.
— É, um monstrão daquele. De dar medo. Só não mais que o velhote. A propósito, como ele está?
— Ainda não acordou.
O silencio durou poucos segundos, então nós dois falamos ao mesmo tempo:
— Como você...
— Como você...
Abaixamos a cabeça, envergonhados.
— Pode falar.
— Ah, ia perguntar como está se sentindo depois da queda.
— Bem, eu acho.
— E você, o que ia dizer?
— Como você controla?
— O que?
— Como consegue fazer com que o monstro não assuma?
— Antes de passar pelos quinze dias, eu tinha uma âncora. Ainda tenho, pra ser sincera, mas não a uso tanto assim.
— Uma âncora?
— É. Algo que faça você querer continuar. Que te faça voltar a ser você e te impeça de se transformar. Algo que te faça dizer: não posso morrer agora, tenho que voltar para ele. Ou ela, não importa. – fiz uma pausa, esperando que ele dissesse algo, mas Hyun-su continuou quieto, o olhar fixo em mim e uma expressão pensativa. – Sabe, ter uma âncora ajuda em todo tipo de coisa.
Segurei sua mão, a puxando para perto do meu corpo e analisando a grande cicatriz em seu pulso. Hyun-Su me observou, confuso. Passei o dedo indicador por cima da cicatriz, sentindo o relevo dela comparado ao resto da pele. Se não fosse pelo lugar, não seria muito diferente da minha. Voltei a olha-lo, dando um sorriso triste.
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Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet Home
Mystery / ThrillerAntes mesmo do novo vírus se espalhar pela Coreia, Ryu já sabia que estava infectada. Usada como cobaia em um Laboratório Militar, fugiu semanas antes da doença que transformava os humanos em monstros se espalhar pelo país até destruí-lo. Até então...