Antes mesmo do novo vírus se espalhar pela Coreia, Ryu já sabia que estava infectada. Usada como cobaia em um Laboratório Militar, fugiu semanas antes da doença que transformava os humanos em monstros se espalhar pelo país até destruí-lo. Até então...
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EUN-JI RYU
- Você precisa parar! Está machucando ele!
- É nosso inimigo.
- Não! É o Sunwoo, Outra! É o nosso amigo!
Durante toda minha vida, nunca pensei que um dia eu estaria presa em algum lugar da minha mente, discutindo com o vírus que me infectou. E também nunca pensei que um vírus teria assumido o meu corpo e estaria prestes a matar meu amigo asfixiado.
Eu estava naquela sala preta de novo, mas dessa vez, ela estava parcialmente iluminada. Outra estava ao meu lado, pelo menos uma parte dela. Por algum motivo, ela não havia reconhecido Sunwoo. Desde que assumiu meu corpo, depois do que aconteceu no elevador, Outra anda muito protetora. Ela me explicou algumas coisas do que havia acontecido e porquê eu estava ali, já que eu não me lembrava de boa parte de tudo.
Nas últimas horas, ou dias, nós duas conversamos muito. Cheguei a uma conclusão: Outra não está mais contra mim. Agora, como ela tinha dito antes, nós somos uma só. Talvez seja por isso que anda tão protetora. Acho que Outra está com medo que eu morra, porquê isso significa que ela também vai morrer.
Estou no meu subconsciente. Na verdade, no subconsciente dela. Por isso, tenho certeza que Sunwoo não pode me ouvir, mas eu posso escuta-lo perfeitamente, gritando o meu nome e me pedindo para solta-lo. O problema é que não sou eu que estou o segurando.
- Outra! Você precisa soltar o Sunwoo! AGORA!
A versão dela que está ao meu lado se virou para mim, semicerrando os olhos. Outra odiava quando as pessoas gritavam. Caminhei até ela, encarando-a nos olhos, irritada.
- Solte ele. Solte agora.
Ela suspirou e finalmente, soltou Sunwoo. Os pés dele tocaram o chão e ele iniciou uma sequência desesperadora de tosses, tentando recuperar o fôlego que perdeu nos últimos dois minutos. Havia um pequeno corte um pouco acima da sua testa que fazia o sangue escorrer pelo seu rosto vermelho. Outra deu um passo a frente, fazendo Sunwoo se afastar com rapidez, assustado.
- Você o machucou. Peça desculpa.
- Não.
- Anda logo! Ou não te deixo continuar no comando.
- Você precisa de mim.
- Não. Eu preciso dele. Peça desculpas, Outra!
Ela suspirou, se aproximando mais uma vez. Sunwoo não teve mais para onde recuar. Estava encurralado contra a parede, os olhos arregalados, fixos nos de Outra. Sua expressão de medo havia desaparecido. Ele sabia. Sabia que era eu.
O tempo em que fiquei aqui, descobri novos poderes. Pelo que parece, consigo curar ferimentos de queimadura. Segundo Outra, agora eu consigo controlar os monstros com muito mais facilidade. Isso significa que eu não vou mais perder tempo tentando me concentrar para fazê-los parar. Eu preciso apenas dizer o que quero.
