Antes mesmo do novo vírus se espalhar pela Coreia, Ryu já sabia que estava infectada. Usada como cobaia em um Laboratório Militar, fugiu semanas antes da doença que transformava os humanos em monstros se espalhar pelo país até destruí-lo. Até então...
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O granito da pia do banheiro se quebrou em diversas partes depois que Sunwoo bateu nele. Felizmente, o machucado na cabeça do meu melhor amigo já havia se curado. Por outro lado, a minha pia não teria nenhuma chance de voltar a ser o que era. Por sorte, ela não é um objeto essencial em um apocalipse. Ajeitei a jaqueta em minhas costas. Sunwoo me esperava no quarto, enquanto eu vestia uma muda de roupas que ele me entregara a alguns minutos. Já estou pronta, mas há algo me prendendo aqui nesse banheiro.
Tenho medo do que posso encontrar lá fora, depois que eu passar por essa porta.
Não pode ser pior do que tudo pelo qual eu passei, mas tenho a sensação de que será dolorido.
Me olhei no espelho. Meu rosto estava pálido pela falta de comida e um pouco sujo pela briga da noite anterior. Todo o sangue sumiu quando Outra assumiu o controle, mas agora que eu voltei, eles também estão aqui, havia se transformado em jma casca seca.
Passei o dedo indicador na língua, usando o molhado para limpar a sujeira em minha bochecha. Foi uma tentativa falha. O sangue que estava ali secou a muito tempo e um pouco de saliva não o faria ir embora.
Espero que Jae-Heon esteja bem.
Suspirei, tomando coragem e saindo do banheiro. Procurei por Sunwoo, o encontrando sentado em minha cama, os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça abaixada, enquanto observava com atenção uma das nossas fotos em formato polaroid. Ele ergueu os olhos, pousando-os em mim e dando um leve sorriso. O nariz vermelho o entregara no mesmo instante.
Caminhei até ele, me sentando ao seu lado e cruzando as pernas. Peguei a foto da sua mão. Era uma foto apenas dele e de Ishida. Estavam sentados em dois bancos, um pouco distantes um do outro. Ishida estava com um pano preto em volta do pescoço, para impedir que o cabelo que eu cortasse dele caíssem em sua roupa e o pinicasse mais tarde. Seus braços estavam cruzados e ele fazia bico, como uma criança emburrada. Ao lado dele, na outra cadeira, Sunwoo gargalhava, saindo um pouco tremido na imagem. Ele estava rindo porquê o novo corte de Ishida não estava saindo do jeito que ele queria, o que causou uma longa discussão entre nós dois. No fim, o seu mullet, feito por mim, ficou como a foto que ele mostrara, então eu acabei ganhando um sorvete como pedido de desculpas.
— Pare de chorar.. – murmurei, os olhos ainda fixos na foto. Sunwoo levou a mão ao rosto, limpando as novas lágrimas. Deixei a foto sob a cabeceira e virei para ele. Seus olhos transmitiam uma mistura de tristeza e felicidade.
— O que você acha de comemorarmos o seu aniversário esse ano? – franzi as sobrancelhas.
— O que deu em você?
— Ishida gostava de aniversários. Mas desde que ele morreu, não comemoramos mais nenhum.
— Faço dezoito esse ano. A idade que ele nunca completou. Além disso, estamos em um apocalipse.
