17 - Uma cura impossível

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Arregalei os olhos

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Arregalei os olhos. As mãos de Sunwoo que seguravam meu ombro deslizaram até meu antebraço e ele me soltou. Minha boca abriu e fechou diversas vezes, eu não fazia ideia do que dizer, tudo que pensava parecia rude ou besta demais. Eu não gostava de ser rude com Sunwoo, isso o magoava.

"O que?" - sussurrei, confusa.

Sunwoo abaixou a cabeça, escondendo o rosto entre as mãos. Ele demorou alguns segundos para me responder.

"Não aguento mais ver você se matar."

Tentei toca-lo, mas ele se afastou. Aquilo doeu, mas não superava o que eu estava sentindo por ter feito meu melhor amigo chorar. Meus olhos se encheram de lágrimas.

"Do que está falando?"

Ele me olhou, as bochechas molhadas, mas os olhos ainda continuavam cheios de água.

"Desde que Ishida morreu..."

"Não." - o interrompi.

Nada de bom viria depois de uma frase como aquela. Mas Sunwoo continuou.

"Desde que ele morreu, você está se matando. E você pode não perceber, mas eu sim. Você está a uma semana nesse apartamento com cheiro de mofo. Não come nada além de macarrão instantâneo. Não consegue ir em lugares que ele já esteve conosco, ou em lugares novos, porque você acha que está o traindo. Não responde minhas mensagens ou ligações. E até hoje você não foi visitar o túmulo dele. Já fazem dois meses, Ryu. Você parou de viver"

"Não é verdade." - não podia ser. Eu visitei o tumulo de Ishida, tenho certeza.

"Não é?"

Ele pegou o celular, o virando para mim e mostrando a nossa conversa. Todas as últimas mensagens eram de Sunwoo. Só consegui ler as quatro de hoje.

'Você está bem?' - 13:37

'Ligação perdida' - 15:04

'Estou indo visitar Ishida. Por favor, me responda.' - 15:05

'Precisamos conversar. Estou indo ao seu apartamento.' - 18:29

Ele desligou o celular e o colocou sobre a mesa de centro, virando o rosto para mim em seguida.

Sobrancelhas franzidas, olhos vermelhos com cílios molhados, olheiras de quem não dorme a dias. Era como se eu olhasse meu reflexo no espelho. Mas, de alguma forma, Sunwoo parecia pior.

"Preciso da minha melhor amiga." - ele suspirou, cansado. - "Não quero que você volte a ser a garota de antes, eu também não sou mais o mesmo. Mas eu preciso que você tente, Ryu. Eu não posso mais continuar assim. Não posso mais dormir pensando se você está bem e acordar no dia seguinte sem ter certeza se você continua viva. Eu não posso mais olhar meu celular a cada cinco minutos para saber se você respondeu. Ou atender uma ligação com medo de que seja a polícia, avisando que você morreu, como eles fizeram com Ishida. Eu te amo, Ryu. Eu te amo tanto que nesse momento sinto que meu coração está se quebrando em mil pedaços por te ver chorar. Ele se foi, e eu sei que dói pensar nisso, mas Ishida odiaria ver você assim."

Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora