51 - Soldados Irritantes.

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Depois de tirar todos os destroços que cobriam o buraco onde o Gosminha se escondia, esperando me deparar com o corpo de Eun Hyuk, encontrei algo diferente

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Depois de tirar todos os destroços que cobriam o buraco onde o Gosminha se escondia, esperando me deparar com o corpo de Eun Hyuk, encontrei algo diferente. Abaixo das pedras que eu tirei está um tipo de raiz. Ela é grande e grossa como as de uma árvore, mas sua textura com toda certeza não é feita de madeira.

Continuei a tirar os destroços, cada vez mais rápido. Minha respiração estava pesada e o suor pingava em minha testa, mas eu não podia parar. Gosminha havia se afastado, tentando não ser atingido pelas pedras que eu jogava para todos os lados. O monstro com um único olho estava de volta, me encarando novamente em uma das aberturas na parede. Na abertura de onde eu vim, o monstro que eu achei estar morto está ali, parado. Ele não tem metade da cabeça, nem ao menos me enxerga, mas continua me observando.

— Me ajudem! – gritei. – Me ajudem, agora!

Um segundo depois, eles se aproximavam de mim e começavam a tirar os entulhos, um atrás do outro.

Finalmente consigo ver. No centro da sala, onde todas as raízes se conectam, há um tipo de tronco. Não é um tronco de verdade, mas tem o formato de um. Ele é completamente preto, mas nas laterais, onde as raízes se conectam, há pequenos fios brilhantes. Eles se parecem muito, na verdade, como as veias de Outra, mas quando eu as toco, não sinto nada quente. Os monstros ao meu redor também não parem sentir nada, muito menos Gosminha, que para chegar até mim precisou passar por cima de uma das raízes.

De qualquer forma, tocando esse tronco falso, sinto poder. Sinto algo correr por minhas veias e alcançar meu coração. Os pelos do meu braço se arrepiam e eu minhas pupilas ficam ligeiramente avermelhadas.

Não sinto nenhum tipo de raiva, como costuma acontecer quando meus olhos mudam de cor.

Estou acomodada, me sinto segura.

Pelo menos me sentia, até ouvir o barulho de carros do lado de fora. Toda minha atenção de desvia do tronco para a entrada principal, no pequeno buraco na parede. Não sei quantas pessoas tem lá fora, mas sei que são totalmente humanos. Os monstros que estão comigo na sala olham para o mesmo lugar que eu, imóveis. Não vão sair daqui até que eu mande. E eu não posso deixar ninguém passar por aquela porta. Tenho que proteger esse tronco, ou seja lá o que seja isso.

— Não deixem chegarem na entrada, mas não matem se não precisarem. – mandei, então os dois saíram quase que imediatamente, ficando apenas eu e Gosminha.

Eu ignoro tudo que acontece do lado de fora e volto minha atenção para aquele objeto preto em minha frente. Pouso minha mão em cima dele, sentindo todo aquele poder e segurança retornar.

Tenho que proteger essa coisa.

Enquanto tento pensar em uma forma de manter o que restou de Eun Hyuk vivo, percebo que lentamente, abaixo do local onde minha mão toca, os pequenos fios amarelos começam a ultrapassar as laterais e vir até ela, juntando-se. Em resposta a elas, as veias do meu braço também se alteram. Elas escurecem, tornando-se pretas. Parecem prestes a rasgar minha pele, pulsando forte, mas todo aquele sangue e poder que correm por elas seguem um único caminho, juntando-se ao tronco. As pontas dos meus dedos estão pretas, um sinal de que Outra está no controle, mesmo que faça dias que ela não fale comigo.

Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora