Eu não consegui formatar absolutamente nada pra falar pra ele.
E Jungkook passou um tempo calado. Um bom e longo e agoniante tempo apenas me encarando. Acho que estava escolhendo as palavras. Ou apenas estava focando mesmo.
JK – Esta feliz?
Eu não consegui responder.
JK – Agora você realmente pode dizer que eu entrei no seu jogo.
CL – O que?
JK – Em primeiro lugar eu gostaria de lhe avisar que não sou garoto de recado. Se tem algo a falar que considere realmente útil, diga na minha cara ou apenas não fale nada.
O que a MinHye dos infernos deve ter dito ao Jungkook? Eu juro que não estava entendendo aquela reação.
JK – Avise a ele pra se aproximar mais! – Ele falou como se estivesse lembrando. Olhou pro teto e começou a rir do nada e girar com as mãos cruzadas atrás da cabeça. Eu já estava mais gelada de pavor daquilo tudo do que qualquer outra coisa. Nem conseguia raciocinar. – Você tem noção do que isso soou pra mim?
Eu estava em choque. Apenas porque ainda estava tentando entender o que porra estava acontecendo. Eu odiava a sensação de ser o foco de algo e não conseguir raciocinar sobre.
Então ele mais uma vez me encarou.
JK – Você acha que eu sou o que? Um palhaço? Um idiota? – Acho que meu silêncio o irritou. – HEIN CLARA?
CL – NÃO GRITA COMIGO! – Meu corpo reagiu, porque minha cabeça não tinha nada. Era uma nuvem.
JK – VOCÊ ME TRATA COMO SE EU FOSSE UM NADA E AGORA NÃO QUER QUE EU GRITE?
CL – Do que você esta falando? – Falei desfalecendo. Senti minhas pernas tremerem. Fui até a cadeira ao meu lado e sentei.
JK – OLHA PRA MIM!
Eu o obedeci. Mas apenas porque queria muito que ele parasse de gritar. Estava me deixando nervosa, ansiosa e sem chão. Jungkook estava chorando novamente, mas seu rosto era pura fúria.
JK – Você... – Ele apontou pra mim com raiva, e sua voz foi trancafiada pelo choro que chegava. – Está me matando... com tudo isso! Sabia?... você está!
Eu comecei a sentir a garganta apertar, mas me segurei o como pude. A minha respiração estava alta agora. As lágrimas caiam fortes dos olhos dele mas ele fazia força pra se concentrar.
JK – Eu só estou fazendo todo esse sacrifício pra você ficar em segurança... Apenas por isso. Mas ouvir da Minhye... logo da Minhye, uma ordem dessa... – Ele fechou os punhos como se fosse dar um soco e cobriu o rosto com eles. E depois deu um grito abafado. Eu não aguentei mais. Comecei a chorar olhando pra minhas pernas. – Você esta destruindo meu coração.
CL – TUDO ISSO É CULPA SUA! – Eu me levantei da cadeira e dei dois passos pra cima dele. De repente tudo começou a vir em minha cabeça.
JK – MINHA? – Ele começou a rir sem emoção alguma.
CL –VOCÊ QUE ME DEU UM FORA NO ASILO, SEU IDIOTA!
JK – EU PRECISAVA ME AFASTAR DE VOCÊ.
CL – E COMO VOCÊ ACHA QUE EU ME SENTI DEPOIS DISSO?
Dessa vez foi ele que não me respondeu. Eu aproveitei o breve silêncio pra me acalmar e tentar começar a falar normal.
CL – Foi você que me abandonou. Por causa dessa sua mania idiota de “segurança” ou seja lá por qual motivo for. – E voltei a andar pra trás. Quanto mais longe dele, menor ele ficava. – Eu só sei que depois daquilo, minha vida virou um jogo de gato e rato com meus próprios sentimentos se chocando. Um contra o outro. Se comendo. Se eu não fosse tão segura de mim, Deus sabe o que eu poderia ter feito.
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Uma Irmandade Entre Nós
Aktuelle LiteraturClara é uma estudante de design brasileira, que mora em Seul e que apesar de ser bilionária, vive de forma anônima e sem badalações. Quando começa a se relacionar com Jeon Jungkook, um estudante de medicina e membro de uma perigosa Irmandade Univer...