Aquecedor em aquecimento

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A semana passou voando.

Pelo menos era isso que eu havia sentido.

Desde minha última conversa com Jungkook, eu tinha enfiado a cara nos livros e nas aulas e não tinha permitido nada além disso entrar em minha vida.

E então as provas chegaram.

Jennie vivia comigo pra cima e pra baixo, porque nós duas gostávamos de estudar juntas. E era uma forma de desopilar.

Na sexta feira, o dia da segunda prova, eu estava uma pilha. E pra melhorar a situação, faltou energia no alojamento. Deu uma pane pesada e agora a gente estava sem aquecimento.

Sunny, estava pirando porque a apresentação dela precisou ser adiada, pois um dos convidados para a banca dela não pode ir.

Então ela estava na casa de uma irmã no subúrbio de Seul pra ver se melhorava os nervos. Ela chegou a me chamar, mas eu não estava em clima de ir pra casa de ninguém. Bom, pelo menos não antes de faltar energia no edifício.

Por isso eu passava mais tempo dentro da biblioteca do que qualquer coisa.

Também não tinha mais tido contato com Jungkook desde o ocorrido. Vez ou outra eu via Nancy circulando pelo campus, mas eram raras as vezes e eu sempre me escondia pra não ter que falar nada com ela. Como se ela fosse querer falar algo comigo.

Eu sentia que talvez ela viesse me importunar.

E foi justamente tentando me esconder dela, dentro da biblioteca, às 22:43 da noite da sexta feira que acabei esbarrando em um estudante que estava em uma mesinha isolada na ala de humanas.

CL – Desculpa! – Sussurrei pegando o estojo do coitado que havia caído no chão. Então quando olhei no rosto dele, ninguém mais, ninguém menos que o Sehun me observava um tanto surpreso e fazendo aquela carinha de cínico.

SH – Senhorita Maria Clara!

CL – SHHH... Fala baixo. – Eu fui pra detrás dele, e ficava tentando ver por cima de sua cabeça se a Nancy tinha ido pra outro local.

SH – Você esta se escondendo de quem? – Porque ele não fala baixo?

CL – Pelo amor de Deus, fala baixinho. Te dou um doce.

Ele riu olhando pra mim, depois virou o rosto pro outro lado procurando ver alguém. Mas não tinha uma alma à vista.

SH – Você viu um fantasma? – Dessa vez ele sussurrou ainda olhando pra onde eu estava olhando.

CL – Vi. Ela é branca, tem cabelos ondulados e se você chamar por Nancy ela aparece.

Sehun baixou a cabeça pra mesa, se segurando pra não rir.

SH – Você realmente precisa sair daqueles alojamentos.

CL – Mas eu saio ué. Estou na biblioteca.

Ele fez sinal de negativo com a cabeça e começou a arrumar a mesa. O barulho começou a ecoar pelo local.

CL – O que você esta fazendo?

SH – Vai dar 23:00, a biblioteca vai fechar.

CL – Mas faz baixinho se não...

– Quem está ai?

Nancy apareceu, ao lado de uma garota que eu nunca tinha visto. Eu corri o mais rápido que pude pra a prateleira do lado e me abaixei pra que ela não me visse por entre os livros.

SH – Eu já estou de saída. – Ele respondeu tão simples e sem nem sequer olhá-la que eu fiquei com dó da menina.

NC – O que ainda está fazendo por aqui?

Uma Irmandade Entre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora