15° Capítulo

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Alef-POV.

Algo de errado estava acontecendo comigo, eu estava inquieto, sem motivo algum. Tentei ler, mas a leitura não me prendeu, tentei desenhar, mas estava sem criatividade. Frustrado, arrumei algumas coisas em meu quarto, contudo, não consegui ficar lá por muito tempo, algo me puxava para fora, uma vontade de caminhar pela casa, ir até a cozinha mais especificamente. Eu não queria, não tinha motivos para isso, e nem estava com fome. Mesmo assim, não queria ficar sem nada para fazer, e quando percebi já estava descendo as escadas. Tentei dar uma passada pela biblioteca, mas não consegui, havia uma... coisa, que me puxava na direção da cozinha, então segui em linha reta até lá. Estava distraído, e tive um sobressalto ao colidir com alguém na frente das portas da cozinha.

Já deveria imaginar que era Freya, pelo pouco que a conhecia, sabia que ela era estabanada e desastrada, e é claro que só podia ser ela. Olhei para baixo quase ao mesmo tempo que segurei os braços da garota por reflexo, e olhem, era ela mesmo. Me olhando com os olhos arregalados, a expressão assustada e surpresa, o que era compreensível já que nenhum de nós dois esperava esbarrar um no outro. Quando minhas mãos encostaram na pele de seus braços, senti uma eletricidade passando por nossos corpos, e imediatamente me afastei dela assustado, pois aquilo não era normal. Ela também se afastou de mim ao mesmo tempo. Nos encaramos por alguns segundos, confusos pela estranheza da situação, até eu observar seu rosto com mais atenção e perceber que haviam pontos de farinha em sua pele.

Comprimi os lábios reprimindo uma risada, não podia sorrir dela, seria uma falta de respeito muito grande, pois não tínhamos nenhuma intimidade para isso. Ela piscou algumas vezes a balançou a cabeça minimamente, parecia insatisfeita, em seguida passou por mim e foi embora. Levantei o cenho, situação estranha, garota estranha. Me encaminhei para a cozinha, decidido a pegar alguma coisa para comer, cumprimentei o chefe e os cozinheiros e de repente senti uma vontade inexplicável e nada agradável de largar tudo o que eu estava fazendo para ir atrás de Freya.

Apoiei minhas mãos no balcão de mármore e sorri sarcasticamente comigo mesmo... Não. Seja lá o que fosse aquela vontade, e seja lá de onde tinha vindo, eu não ia ceder. Não ia mesmo. Peguei uma maçã do prato onde ficavam as frutas e me virei para Robert, Betsy e Amelia, os cozinheiros, puxando um assunto qualquer com eles para me distrair.

Dei uma mordida na fruta em minha mão cruzando os braços em cima do peito, tentando me concentrar na conversa. Mas era difícil, droga... Como era difícil! Aquela merda de desejo não ia embora e só intensificava a cada segundo. Eu já nem entendia o que as pessoas a minha frente estavam falando, mas com a personalidade tenaz que tinha, me forcei a entender, dando mais uma mordida na maçã e ficando lá por quase trinta minutos.

Mas depois de todo aquele tempo, respirei fundo, e no fim me vi sendo derrotado, era mais forte do que eu. Joguei o miolo da fruta no lixo e saí da cozinha, fui até meu quarto a passos largos para trocar de roupa. Cuidar de minhas rosas, era isso que eu iria fazer agora. Já vestido com roupas adequadas para jardinagem, desci as escadas praticamente correndo, passei pela sala e saí de dentro de casa, avistando o jardineiro preparando o terreno das rosas... Juntamente com Freya ao seu lado?

Antes de começar a me questionar sobre porque ela estava lá, me senti mais calmo, no instante em que a vi, minha inquietação foi embora e me senti melhor, como se até o ar ficasse melhor para respirar. Mas aquilo era loucura, eu não havia ficado melhor só por vê-la coisa nenhuma. Só estava sufocado dentro de casa e o vento puro de fora me fizera melhorar. Olhei para Freya novamente franzindo o cenho, mas o que ela estava fazendo lá? Caminhei até eles, quase não acreditando na imagem que via. A garota de joelhos na areia, sujando o vestido branco.

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