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Depois de ter se vestido, Freya decidiu parar de procrastinar. Respirou fundo e foi até a cozinha, onde seus pais ainda embalavam as últimas coisas e colocavam dentro de caixas de papelão. Ela se apoiou em uma cadeira de madeira e disse:
- Eu estou pronta, posso ligar para vovô e vovó agora?
Daphne lhe ofereceu um sorriso condescendente, embalou um copo de vidro em uma folha de jornal e enquanto fazia isso disse:
- Ligue para eles no telefone da sala querida, com privacidade. Estaremos aqui esperando.
Ela assentiu com a cabeça e voltou pelo corredor. Sentou na poltrona de seu pai, que assim como o sofá já estava coberta com o protetor de plástico. Cruzou as pernas uma por cima da outra, e aprumou o corpo deixando a costa reta como uma tábua, respirou fundo e apanhou o telefone, discando o número dos avós. Quem atendeu foi Sandrine, claro, e estava super mal humorada, como em todas as vezes que a neta lhe ligava.
- Quem está falando?
Perguntou praticamente gritando. A senhora já tinha uma boa idade, e não escutava muito bem, por isso elevava a voz todas as vezes que falava.
- Oi vovó... Sou eu, Freya...
Disse com dificuldade, para falar a verdade ela não fazia a mínima idéia do que dizer a avó. "Ah, oi vovó, estou dando o fora por conta das minhas malditas visões. O papai e a mamãe não lhe contaram? Pois então, eu estava dando problemas e fazendo a minha família ficar mal falada, para não me colocarem em um manicômio como a senhora mesma e o vovô sugeriram nós estamos indo embora...." Essa não era coisa mais apropriada para se dizer, mas passou por sua cabeça dizer tudo aquilo e coisas piores ainda.
- Freya?! Garota! Quanto tempo não liga para sua vó! Achei que finalmente um dos fantasmas a tivessem matado, já que você vivia fugindo de assassinos com o machado e tudo o mais hahaha...
Sandrine disse em um tom zombeteiro. E Freya teve que afastar o telefone uns três centímetros do ouvido, ou então poderia ficar surda com os berros que a avó dava. Mordeu o lábio inferior, totalmente revoltada, como a sua própria avô tinha coragem de lhe dizer aquelas palavras?! Seu coração acelerou e ela lutou muito para não ser rebelde, respirou fundo e disse com sua melhor voz controlada:
- Desculpe vovó, não era minha intenção ficar tanto tempo sem telefonar, mas a senhora sabe como é... Os estudos e tudo o mais, quase não tenho tempo para nada e...
- Bah! Esses estudos não servem para nada! Se quer saber, eles só deixam os jovens ainda mais burros! Se a escola fosse tão boa como todos dizem, ensinaria você a conversar mais com os mais velhos!
Berrou em um tom reprovador. A garota franziu os lábios, se amaldiçoando, aquela conversa estava tomando um rumo totalmente diferente do que ela havia planejado ao fazer aquela bendita ligação. Revirou os olhos e disse entre dentes:
- A escola é ótima vó. E eu não ligo para conversar com você porque ando sem tempo...
Murmurou olhando para a parede.
- O que disse?!
A mulher perguntou em um berro ensurdecedor. A garota fez uma careta ao ouvir o grito da avó. Como se já não bastasse tudo, a velha tinha que ser surda também?!
