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Sexta-feira- 15 de Fevereiro- 2 dias antes
A chuva forte se dissipou, tudo o que havia restado fora uma fina garoa e um vento frio e melancólico. Freya caminhava pelas ruas movimentadas, segurando sua saia com firmeza, para que a mesma não levantasse por conta do vento que ainda soprava forte. Seus dentes rangiam de tanto frio, suas mãos finas e brancas estavam fechadas em punhos ao redor do tecido fino e delicado de sua saia, e seu rosto outrora pálido agora estava todo corado de frio. Ela suspirou agradecendo a Providência Divina quando, finalmente, avistou o carro de seu pai, parado em frente a sua casa, apertou o passo, ansiosa para encontrar o calor reconfortante do lar e se livrar daquele frio horrendo!Mas antes que ela chegasse ao seu merecido destino, um carro desviou de outro bruscamente e passou por uma poça de água que estava rente ao meio fio, encharcando a garota da cintura para baixo. A água estava terrivelmente gelada e a fez estremecer dos pés à cabeça. Agora, não só vermelha de frio como também de raiva, ela girou nos calcanhares e gritou uma série de obscenidades para o carro que já estava a alguns metros de distância, mesmo sabendo que a pessoa que havia lhe presenteado com um banho gelado não escutaria seus gritos de protesto em hipótese alguma. Ela não se importou, só precisava descontar sua raiva em algo, e a melhor forma de fazer era gritar palavras que ninguém esperava ouvir de uma garota de dezesseis anos.
As pessoas que estavam ao redor arregalaram os olhos surpresas, cobrindo as bocas com as mãos e cochichando entre si. Freya logo percebeu que estava sendo alvo dos comentários assustados e escandalizados dos homens e mulheres ao seu redor. Ela olhou para as pessoas irritada e enraivecida e disse:
— Estão olhando o quê?! O show acabou, obrigada e boa noite!
Em seguida, jogando fora o pouco de dignidade que havia lhe restado, ela fez um gesto obsceno com as duas mãos, deu as costas para as pessoas e foi embora pisando duro no chão. Talvez ela tivesse passado um pouco dos limites, pois não era "normal" uma moça de família pronunciar aquelas palavras. No geral, só quem tinha o direito de falar o extenso vocabulário de palavrões eram os pais de família exaltados, os bêbados, as prostitutas e os adolescentes rebeldes. E como ela não era nenhum dos quatro, não podia dizer tais palavras em público. Todos ainda valorizavam a moral e a honra. Menos Freya, ela não se importava com nada daquilo, sempre que estava com raiva, gritava tudo o que desse vontade de gritar.
A verdade é que seus pais não deviam permitir que ela fizesse aquilo, mas eles diziam que tinham orgulho, pois se ela chamasse palavrão na frente deles, também chamava por trás, e essa lógica dizia que eles não tinham uma filha de duas caras e sim uma filha sincera. Falando em sinceridade, ela precisava ter uma conversa séria com seus pais, estava vendo coisas estranhas cada vez mais frequentemente. O surto de hoje na escola, por exemplo, quando ela saiu correndo pelo corredor fugindo de um suposto homem com um machado que queria lhe matar, e se escondido em um armário cheio de vassouras e objetos de limpeza ficando lá encolhida até que o zelador lhe encontrasse.