— Que merda você acha que tá fazendo aqui, porra? — Charlotte, em um grande susto, se afastou rapidamente com as mãos na frente do corpo, o encarando sem conseguir dizer uma palavra
Aquele homem com a voz mais grossa que já havia ouvido de maneira tão limpa, por ser novo, e de cabelos compridos e totalmente pretos, um pouco bagunçados, roupas escuras com detalhes em vermelho vivo e alguns acessórios com spikes era totalmente intimidador. Mas, de alguma forma, não conseguia desviar o olhar dos olhos dele.
Era asiatico. Ele era asiatico e seu sotaque quase perfeito, mas ainda não o bastante para passar despercebido, deixaram claro que era um estrangeiro.
— Responde! — levantou uma mão e apontou para ela — Veio fazer o que aqui, hein? Po-
— KEISUKE! — Paul apareceu atrás dele assustado — Não é essa — apontou para Charlotte. Ele parecia confuso — Veio sozinha? — tentou puxar o homem, mas ele não havia movido um músculo, ainda a observando em completa fúria.
Charlotte apenas assentiu, sem dizer uma palavra.
— Sozinha? Que ótimo, mais fácil de te expuls-
— Ela é a medrosa! — e então o olhar do homem ficou mais calmo, ele parecia até um pouco surpreso ao ouvir o que Paul dizia.
Medrosa?
— A velha maluca realmente não veio? — Paul perguntou eufórico, e Charlotte assentiu com medo
— Cê é muda? — novamente ela olhou assustada para quem havia a recepcionado — Eu não vou te matar não tá? Fica de boa.
— E o que você esperava depois de ter sido tão simpático?
— E eu ia saber que era a porra da medrosa? Queria que parassem de-
— E-Eu não sou muda — ela se intrometeu, fazendo com que os dois a olhassem ao mesmo tempo.
Paul sorriu, a observando por um tempo, enquanto o de cabelos pretos, "Baji", apenas revirou os olhos e andou até a janela. Ouviu-o murmurar algumas coisas quase imperceptíveis, mas algo como "ela ainda é uma freira de merda, o que isso muda?".
— Você me ajudou muito, mesmo que não pudesse falar comigo — ele se aproximou — podemos nos apresentar de boa agora, não é? — estendeu a mão — Ou você vai rezar igual faz todos os dias?
Charlotte observou a mão do rapaz estendida até si, estava pensativa e um pouco assustada com a situação. Talvez pela demora de ter respondido, ela ouviu um "tsk" do homem, que observava a situação de lado enquanto revirava os olhos.
— É claro que não — suspirou, estendendo a mão e o cumprimentando — Charlotte Cohen, meu nome. Paul...
— Paul Stevens, prazer em te conhecer Charlotte — sorriu de lado — uma freira rebelde hein? — soltou um riso enquanto colocava um braço para passar pelas costas dela e a levar para perto da maca
— N-Não é isso...
— Aquele lá é o Keisuke, Keisuke Baji. — apontou — ele é japonês, caso não tenha percebido — sussurrou de forma sarcástica
Charlotte estava um pouco travada com a situação, mas ainda assim conseguia sentir um tipo de alívio pela liberdade que tinha para ficar ali. Mesmo com um homem completamente assustador a encarando de cima para baixo a cada dois segundos.
Paul se jogou na maca para se deitar, colocando os braços embaixo da cabeça e fechando os olhos com um sorrisinho no rosto.
— Que que aconteceu com a idosa de merda?
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NIGHTRAIN, Baji Keisuke
Fiksi PenggemarCharlotte Gray-Cohen estuda para se tornar uma das freiras da Catedral de Birmingham desde os 15 anos, a mando de seus pais. Desde lá, segue para conseguir algo que nunca quis nem ao menos pensar em fazer pelo resto da vida, sempre observando as pes...