15. presente

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O riso frouxo de Paul já passava a incomodar Charlotte quando ele o deixava escapar pela terceira vez ao seu lado.

— O que foi? — se virou para ele desconfiada, mas o homem apenas negou com a cabeça enquanto observava o pão dentro do forno — Está rindo de mim? — colocou uma das mãos no rosto, torcendo para que não tivesse farinha ali

— Claro que não, Lotte — ele disse sorrindo — é outra coisa... — desviou o olhar enquanto cruzava os braços e olhava para a janela

— E o que é? — se apoiou no balcão curiosa pelo bom humor do amigo, mas ele novamente apenas negou com a cabeça enquanto tirava o avental

— o que achou do show ontem? — se virou para ela, ativando lembranças da noite anterior.

Os olhos de [Nome] quase brilharam ao receber aquela pergunta. O show havia sido espetacular; a banda havia batido o record de multidão e cantaram duas novas músicas, que foram adoradas.

Anthony, o produtos, pareceu se animar mais ainda por ter assinado o contrato, e ao final do show sorria mais do que parecia conseguir. Era como se tivesse encontrado uma mina de ouro no final de um arco-íris. A Nightrain era o balde de ouro e havia sido acabada de ser encontrada.

— Vocês foram... Incríveis — disse da forma mais sonhadora que conseguiu — é sério, eu amei estar lá acompanhando vocês, foi demais! — disse animada, com um sorriso largo no rosto — eu adorei a nova música...

— Qual delas? — ele se aproximou

— Aquela mais calma, melódica... — Paul sorriu mais ainda — É sério, foi tão linda!

— Era a sua cara mesmo! Sabia que gostaria — ele riu alto — quem escreveu foi eu e Dave. A outra, War Machine, é do Baji. — assentiu enquanto contava para Charlotte os créditos — a reação pareceu ótima, não é?

— Tá brincando? Vocês foram um sucesso!

Os dois ainda conversavam quando a porta se abriu, revelando Kazutora e Baji entrando na casa sem bater. Eles conversavam em japônes enquanto se aproximavam da cozinha, pareciam se divertir sozinhos, mas logo mudaram o idioma.

— E ai? — Paul cumprimentou — Sabe, essa casa ainda é minha — apontou para a porta, que ficou aberta após a passagem dos dois. Kazutora voltou correndo para fechá-la antes de receber qualquer sermão, enquanto Baji apenas se apoiava no balcão ao lado de Charlotte

Baji ficou quieto, ele se aproximou o bastante para que os ombros se tocassem, o que fez com que Charlotte desse um leve pulo no lugar, virando-se para ele e sorrindo para cumprimentar. Mas foi totalmente ignorada, ele apenas virou o rosto para o outro lado enquanto começava a conversar com Paul sobre como iriam gravar as músicas em um estúdio.

Charlotte estava nervosa, aquela noite foi... Peculiar.






Após o show, depois de toda a euforia, Charlotte começou a observar parte da multidão saindo do local e outra indo em direção a um pequeno bar no fundo do local. A banda arrumava os equipamentos enquanto a gritaria não tinha fim.

Ela deu uma pequena risada ao ver dois ou três sutiãs que foram jogados no palco, mas que todos pareciam ignorar suas presenças. As mulheres gritavam seus nomes como se fossem galãs; Dave parecia se divertir enquanto dava pequenos acenos para elas.

Charlotte, então, começou a ficar um pouco perdida. Não sabia o que faria ali, se eles gostariam de sair após o show sem sua presença, se teria quem a levasse para casa, ou se estaria apenas atrapalhando um momento especial. Mas tudo caiu por terra quando ele se aproximou novamente, retirando os protetores de suas orelhas e prendendo os lábios antes de dizer qualquer coisa.

NIGHTRAIN, Baji KeisukeOnde histórias criam vida. Descubra agora