19-Não aceitamos mendigos

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-Então quer saber para quem ele mentiu?? Com toda certeza para mim.

-Pe- perdão...

-O que pretende falar a thorin?— tento mudar de assunto, mas bard ainda me olhava com dó no olhar

-Ahm o que?— ele pisca repetidas vezes e desvia o seu olhar do meu

-Está...tudo bem?—tento encontrar seu olhar novamente, estava o sentindo um pouco nervoso

-Sim... Claro!! Desculpe, e pretende casar com o senhor de mirkwood??

-Thranduil é um amor antigo, mas sinto que meu coração está mudando sua rota... Impossível e ainda mais problemática...

-Sinto muito...— bard meche em suas mãos enquanto se ajeita em seus pés

-Não sinta. honestamente, preferiria passar o resto da minha vida em um chalé no meio do nada... Ou velejando e explorando essas terras...

-Tem sorte por ter tanto tempo, não precisaria ter a pressa de o fazer antes dos 60 anos.—bard ri

-E o que pretende tazer antes dos 60?

-Cuidar dos meus filhos... É a única coisa que me mantém vivo

-Isso é inspirador.— vejo bard sorrir e acabo sorrindo também— foi um prazer conhecê-lo, bard.

-Não se preocupe com alfrid, ele olha feio pra todo mundo.— rimos e então saio da estrutura que estávamos. Os soldados de thranduil estavam por toda parte, seu acampamento em valle já estava montado, o anoitecer já caia e com isso as fogueiras estavam sendo acendidas.

_Estavamos no centro de valle, ali havia uma sacada onde a vista era ao território extenso a volta de erebor, o fogo das tochas em seus portões dançavam conforme o vento soprava. Agora a serpe estava morta, eu só podia imaginar os sorrisos que estavam estampados nos seus rostos agora. Sinto uma brisa fria se aproximando, o cheiro doce da primavera invade minhas narinas, com isso, inspiro fundo, para que não haja jeito de esquecer o seu cheiro. Thranduil para ao meu lado e aprecia o horizonte, enquanto me enfeitiçava com sua beleza imensurável

-Não está cansado?— pergunto admirando seu cabelo, a luz da lua o iluminava e de alguma forma o fazia brilhar

-Nem um pouco...

-Olha, me desculpa... Eu fui bem rude com você.— seu olhar encontra o meu, um arrepio percorre meu corpo e um frio na barriga me toma de uma forma que me faz engolir minhas palavras. Ele me olha por um tempo, seus lábios se curvam num pequeno sorriso, como se me dissesse "está tudo bem"
Voltamos a apreciar o horizonte, sinto a mão de thranduil entrelaçar-se a minha, e em silêncio permanecemos por muito tempo, sentia que poderia passar a eternidade alí, observando cada nascer e cada pouso do sol ao lado de thranduil.

_quando tudo parecia quieto demais, ousamos olhar para trás, não haviam mais pessoas a volta das fogueiras, apenas algumas tropas de thranduil guardando as entradas para o acampamento. Quanto tempo ficamos parados aqui?

_Thranduil firma sua mão a minha e me puxa até a tenda, não era tão grande quanto a sua, mas era aconchegante, haviam algumas velas acesas ao canto e junto as velas uma garrafa com vinho

-Já está tarde, deve estar cansada da viagem.— e eu realmente estava, mas não queria que o dia acabasse, não sentia que amanhã poderia ser um dia bom, amanhã não será um dia bom.

-Mára estë (descanse bem).— ele diz antes de sair e me deixar em sua tenda, não o questionei.

_Acordo com uma movimentação lá fora, visto minhas botas e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo. Saio em busca de bard ou thranduil, o que seria toda essa agitação?? As tropas de thranduil estavam posicionadas na sacada de Valle que daria vista para erebor. Tento me esquivar pelas tropas para chegar até a ponta da sacada, la na frente encontro thranduil e vou até ele

_La em baixo, bard se aproximava dos portões de erebor... Portões???? O que aconteceu com os portões??? Os portões de erebor agora eram uma pilha de pedras enormes, haviam tampado a entrada.

-O que??? O que aconteceu?— pergunto a thranduil com os olhos vidrados em bard

-seus amigos estão tentando dizer que somos bem vindos.— ele sorri sarcástico e eu reviro os olhos

_bard chega aos "portões" ou melhor: muralha. Os anões estavam lá, todos eles. Normalmente eu ficaria feliz em vê-los, mas que diabos??? Será se thorin esta enfeitiçado pelo tesouro?

_devido a distância não era possível ouvir o que os mesmos conversavam, até mesmo para ouvidos élficos. Depois de um tempo, bard vira com uma expressão desapontada. Ele desce do cavalo e se aproxima da muralha, lá ele cochicha algo, depois monta no cavalo e da meia volta. Thorin não tinha uma expressão muito boa no rosto, nem mesmo Bard tinha... Acho que não chegaram a um acordo afinal

_olho para Thranduil que agora tinha um sorriso estampando um "eu avisei." Ele me olha e sai em direção a sua tenda, o sigo enquanto suas tropas o abre caminho.

_não demorou para que Bard retornasse, quando nos vê, vem até nós completamente frustrado

-ele ao menos quis me ouvir.

-é uma pena, mas você tentou.— thranduil me olha enquanto enche sua taça de vinho

-mas porque ele começaria uma guerra??? Porque está fazendo isso??

-anões só entendem uma coisa...—Thranduil desembainha uma de suas espadas—atacaremos pela manhã.

-o que ele lhe disse?— pergunto a bard

-que o ouro é deles por direito e que não nos deve nada. Ele arrebitou o nariz e nos provocou. Por que obviamente 13 anões podem vencer uma guerra contra milhares de elfos...

-EI!!! Você de chapéu pontudo, não aceitamos mendigos, já temos problemas demais com pessoas como você!!! VAI EMBORA!!!— a voz de alfrid vinha meio abafada do lado de fora, logo Bard corre até lá

-Quem está no comando aqui?— a voz de gandalf era como música para meus ouvidos

-Quem pergunta?— bard o pergunta ao sair da tenda de Thranduil, com isso eu corro até o lado de fora e me jogo nos braços de Gandalf, ele estava alí. Sinto seus braços me apertarem e logo nos separar, ele segura meus ombros enquanto me examina

A Herança Escarlate | The Hobbit [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora