03-Elbereth |✔️

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_Acordo com os raios de sol salpicando em meu rosto, o ambiente estava meio frio por causa da altitude e o dia não estava pra lá de ensolarado, a neblina pairava mais abaixo da carrocha. Gandalf já estava de pé, observava a neblina e o vento correr sobre as folhas lá embaixo

-de pé tão cedo gandalf?—vou até ele depois de me espreguiçar rapidamente

-bem vinda ao segundo dia além da floresta.— ele ri e eu sento ao seu lado

-ah, tive uma conversa com Thorin ontem, o que acha de irmos pelo leste de Rhovanion? pela floresta dos elfos?

-bom, não temos comida o suficiente para uma viagem de tal tamanho, apesar de ser a decisão mais sábia...Orcs não entrariam numa floresta protegida por elfos...e muito menos estes anões...— responde Gandalf

-Em relação a isto eu já conversei com Thorin, mas não havia pensado em relação a comida...— vejo as sobrancelhas de Gandalf se arquearem

-conversou com ele?—assenti com a cabeça— e ele aceitou?— assenti mais uma vez— acho que sei quem pode nos ajudar... há um... homem, não mora muito longe daqui... inclusive é dono desta carrocha, podemos o pedir ajuda— ele parece pensar antes de dizer, e ainda mais preocupado depois de dito

-ainda bem, não somos capazes contra milhares de orcs.— sorrio e então o rosto de Gandalf toma um tom sério

-nem mesmo com seu poder?— Gandalf me olha com atenção

- Não quero pensar nisso como uma possibilidade. Não...— digo olhando para meus pés

-Amarïe, deve saber que sua mãe foi uma grande guerreira, e apesar de todas as dificuldades, ela o adorava! O controlava como ninguém, era lindo ve-la o manusear. Deveria se orgulhar, honrar sua linhagem, foi a ruína de muitas mas será o seu ascensão, sua história, seu legado.— Gandalf acende seu grande cachimbo após sua palavras

-como poderia? Não tenho capacidade para controla-lo.—engulo todo o meu choro de uma só vez

-Mas você nem está tentando! Amarïe, tem de ser corajosa, o medo que você sente será a própria ruína!— ele me fita mais uma vez e desvia o olhar ouço o sussurrar um "Onde Radagast estava com a cabeça"

-Desculpe?

-Radagast deveria te treinar, te preparar pro mundo lá fora, libertar a sua magia ao invés de tê-la mantido reclusa naquela floresta rodeada de medo. Olhe para você! Ao menos parece portar o poder que porta... Você tem ideia do poder que porta?

-...eu...

-como eu imaginei. Amarïe, aqui não é a floresta do velho mago que conhece. Aqui é o mundo real, não acredito que vou ter de lhe ensinar em alguns dias o que Radagast não lhe ensinou durante uma vida inteira.

-... e o que sabe sobre isso?— digo em meio a indignação

-bom, tudo começou com Elbereth, se recorda desse nome? É, dizem que Elbereth sempre foi destemida, sempre foi uma elfa impulsiva, sempre fazendo desordens... Além de meia elfa, Elbereth também mexia com essas coisas se magia. Ela vivia no reino de Mirkwood com sua mãe, e você deve saber como os elfos da floresta são cabeça-oca... menos sensatos, eu diria. Quando descobriram sobre Elbereth, sacrificaram sua mãe e injustamente foi acusada de bruxaria contra o rei. Então a caçaram, a caçaram por todos os lados, até que o rei a condenou a morte... e com sua revolta houve uma explosão, uma explosão vermelha em tom escarlate, um brilho vermelho se espalhou pela cidade, fazendo apenas a quem a condenava agonizar até a morte, não era sua vontade, era a vontade deles, a vontade de quem a condenou. Elbereth fugiu e viveu feliz na floresta, feliz, mesmo sabendo que estaria condenada pro resto da vida, você pode aprender a viver com isso ou, deixar isso te consumir. A cor expressava a dor e raiva de Elbereth, e então este gene vem passando de geração a geração em sua linhagem, como forma de lembrar quem vocês são: guerreiras, destemidas e fortes.— gandalf fala palavra por palavra olhando fundo em meus olhos, que a esta altura estavam totalmente abertos

-E enquanto a família real? Foram mortos pela explosão de Elbereth?— pergunto sentindo minhas orelhas esquentarem

-Não, pelo contrário, permaneceram vivos. À Elbereth foi concedido o poder da justiça, o inigualável poder escarlate, já a família real foi amaldiçoada com um tipo de frieza, o poder deles dependem do escarlate para se manter, caso seu poder não for passado adiante, ele se dissipará, deixará de existir, e o mesmo com a família real. Você é preciosa para eles...

-preciosa? Então por isso eu vivi numa floresta reclusa de tudo?— sinto uma ponta de tristeza e amargura ao mesmo tempo

-sim e não. Não porque ao receber o poder, obviamente, não pode controla-lo, por isso você foi enviada a Radagast, quem deveria lhe ensinar e treinar. Mas pelo visto o velho te avacalhou.— ele percebe meu desapontamento e tenta me fazer rir.— E sim porque sem um especialista em magia, você iria definhar, e eles precisavam de um rei vivo... Então te preservar, levar até Radagast e te manter reclusa seria a forma mais viável de te proteger e se auto protegerem.

-quando... Quando minha mãe... Morreu, o rei deles também faleceu?

-evidentemente. Passando o poder para você e pro único herdeiro do rei Oropher

-Como sabe sobre essas coisas?

-e quem não sabe? Vejamos...qual seria o motivo de ter tanto medo?

-bem, eu...

-Waaããh, bom dia companheiros— olho para o lado depressa e lá estava ori, se espreguiçando, mais à frente Thorin acordando (ou tentando) acordar bombur, que havia dormido a noite inteira.

-Vamos lá bombur, acorde!!!— thorin balançava bombur de lado a lado

_Os anões começaram a acordar, então eu e gandalf fomos ajeitar tudo antes de partirmos

-ee...oi— procuro de onde aquela voz vem, olhando para baixo vejo o pequeno hobbit

-Aa...dedo duro, bom dia...

-então, eu não sou um dedo duro, pode não chamar assim?é que...

-é que o que, bolsinha?—  o provoco

-eeu sou um bolseiro do bolsão!!— ele perce irritado, o que me faz rir, é engraçado ver essas adoráveis criaturas bravas

-me...des-desculpe—falo entre risadas, pois não consigo levar a sério sua cara brava com os pequenos braços cruzados

-olha, Thorin pediu para vermos a rota que vamos seguir com você—desta vez ele estava mais sério

-enquanto a isto, Thorin! Vamos ter que fazer uma outra parada— grito um pouco para que ele me ouvisse, logo o mesmo se aproxima

-outra parada?como assim?o que iriamos fazer?— pergunta Thorin com suas mãos na cintura

-será rápido, Gandalf tem um amigo aqui perto, poderá nos ajudar com comida e água.

-tudo bem, Balin...— então ele sai deixando apenas eu e o bolseiro

-sem querer incomodar, mas o que era esse tal de poder escarlate? não pude deixar de ouvir sua conversa com Gandalf, perdão— o dedo duro estava bisbilhotando?como ele ouviu?nem o vi se mecher

-esqueça isso, o quanto mais longe disso melhor.— saio o deixando sozinho, pego minha bagagem e espero os outros

(...)

_fomos pelo caminho em que Gandalf estava nos guiando, quando chegamos num certo ponto, podiamos ver um cavalo, o mesmo nos olhou, parecia nos analisar, e depois correu para a simpática casa que havia um pouco a frente

-Muito bem, evitem irrita-lo, e não falem nada se não querem morrer... — Gandalf para a nossa frente

-otimo, ele nos trouxe para uma fera!—falou Gloin

-Ele não é uma fera, é um troca peles! Evitem o chama-lo assim! Eu vou com Amarïe, e quando eu der o sinal vão em pares de dois, e apenas dois!!

-perai não conhece ele?— pergunta thorin

-éé...vamos Amarïe—ele me puxou deixando os outros a discutir atrás de nós

_andamos em direção a casa, e a frente dela havia um homem alto e forte de cabelos negros. Aquele deveria ser o troca peles.

A Herança Escarlate | The Hobbit [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora