14-Elfo, sua morte está próxima | ✔️

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_bato a poeira de minha roupa e me despeço do garotinho. Me recomponho e tento achar meu caminho de volta, o que era difícil já que não saia da minha cabeça o olhar do guarda para Thranduil, o que de tão importante teria acontecido? "não sei mas não me parece bom" será que estaria relacionado a fuga dos anões? será que conseguiram passar das fronteiras?. Não pensava em nada a não ser o que poderia acontecer.

_estava perdida em meus pensamentos quando finalmente achei a sala do trono, onde estavam thranduil e legolas, legolas segurava um orc, eles estavam em meio de uma conversa

-você perseguia uma compania com 13 anões, por que?- perguntou legolas e a criatura riu

-não são mais 13, um deles, o arqueiro de cabelos negros, foi atingido por uma flecha... Ha veneno em seu sangue, ele perecerá em breve.- meu coração acelerou. Não poderia ser... arqueiro de cabelos negros? só poderia ser kili, mas que descuido!!!...

-não me importo com um anão morto. Responda nossa pergunta, diga o que sabe e eu o libertarei.-a voz de thranduil ecoava sob o salão enquanto o mesmo caminhava em volta do orc

-por que perseguia os anões? O que thorin significa pra você?-pergunta legolas impaciente

-aquele anão nunca será rei!- rosnou a criatura

-Rei?? Não existe rei sob a montanha, nem nunca existirá. Ninguém sairá daquela montanha vivo enquanto o dragão estiver lá.- diz legolas

-você não sabe de nada, vocês vão queimar, seu mundo vai queimar!

-do que está falando?diga!- legolas grita a criatura, que apenas ria e debochava deles

-nossa era chegou novamente, vocês perecerão. Meu mestre é cervo do único! Agora me entende? Elfo, sua morte está próxima, a chama da guerra está próxima.-o orc ri, thranduil desembainha sua espada, gritando no ar em um só movimento thranduil corta a cabeça do terrível orc, que logo em seguida, o corpo cai molenga no chão

-por que fez isso? Disse que o libertaria!- diz legolas soltando a cabeça do orc que ainda estava em suas mãos. o sangue negro como a noite escorria pelas escadas

-e eu o fiz. Libertei sua cabeça nojenta de seu corpo miserável.- thranduil agora pisava no corpo do maldito que ainda se contorcia

-ele poderia nos contar mais.-legolas diz e thranduil embainha sua espada novamente e se vira em minha direção

-não havia mais nada que ele pudesse me contar.

-"as chamas da guerra" o que ele quis dizer?

-que eles planejam usar uma grandiosa arma capaz de destruir tudo em seu caminho.-thranduil se volta para o corredor de seus aposentos

-mas...

-quero vigília redobrada em nossas fronteiras, todas estradas e rios. Nada se move sem que eu fique sabendo. Ninguém entra mais neste reino, e ninguém sai dele.- thranduil da sua última ordem antes de sair.

-fechem os portões e os selem, são ordens do rei.- legolas falava para um dos guardas que vinha de encontro com ele

-senhor, e tauriel?

-o que tem ela?

-ela saiu armada... E não acho que vá voltar.- Legolas revira os olhos antes de correr de encontro com os portões e sair antes que os selem

-merda tauriel...calma...-dizia para mim mesma, minhas mãos estavam tremulas e a respiração chegava a falhar.- que que eu faço...

_Agora já não importava mais, eu havia os deixado. Os dixado para morrer. Morrerem de forma fria e violenta... e tudo isso pelo o que?? o que seria mais importante do que salvar as vidas dos meus amigos? pelo menos tentar...
sinto uma mistura de raiva e arrependimento dentro de mim, como pude ser tão burra? no fim, fui tudo aquilo que eles disseram de mim. traidora.

_tentei controlar a respiração antes de seguir Thranduil pelos corredores

-Ei! Espera.-digo correndo até ele

-Sim?- thranduil tinha uma expressão vazia em seu rosto

-você tá bem?- digo tentando controlar a voz que insistia em falhar

-sim.- ele desvia o olhar para seus pés.- já soube dos anões não é? É agora que irá atrás de seus amigos anões e me deixar?-respiro fundo e procuro seu olhos

-Aquele orc poderia estar mentindo, querendo nos botar medo para que fiquemos vulneráveis.- levanto seu rosto com um toque suave o fazendo me olhar nos olhos

-Não acho que seja um blefe, azog voltou... Não podemos esperar que ele fique quieto. Essa guerra não é nossa, contanto que ele fique longe de minhas fronteiras, eu não irei me meter.- thranduil se desvencilha de meu toque e entra em seu quarto que estava um pouco mais a frente

-Não, essa guerra é nossa sim! Thranduil, toda a terra média está sendo ameaçada, não podemos nos esconder!- vou atrás dele e fecho a porta atrás de mim.

-não fomos nós que começamos isso, não vou desperdiçar o sangue de meu povo

-Se não agir, não é só o sangue élfico que será desperdiçado, os anões irão morrer e...

-Eles irão morrer!!! Daqui a 10 anos ou 100 anos talvez, eles são mortais, não faz diferença. Eles começaram isso...eles que lidem com as consequências

-por que é assim?

-Assim? desculpe se estou preocupado em manter meu povo vivo e não agindo feito uma criança ingênua que se lança para a morte por criaturas indignas da própria vida!- sinto meu sangue ferver. criaturas indignas da própria vida?

-ah é? Pois não é o que está parecendo, está sendo covarde e se escondendo atrás de portas mágicas, se submetendo a viver atrás delas pela eternidade. Se pensasse um pouco, entenderia que logo estaria cercado e carregaria seu povo para miséria. Porque é isso que a ignorância de um rei insensato causa ao seu povo, miséria. Se essa é a eternidade que preza tanto, eu não farei parte dela.

-conseguiu o que queria, não foi? libertou os seus amigos... então o que está esperando? vai em frente, me deixe novamente.- thranduil se aproxima

-vou mesmo, sabe, se pretende ficar aqui e ver todos a sua volta morrer enquanto se esconde em seu buraco, eu vou sozinha e não há quem me impeça.- digo firme. Vejo a raiva no olhar de Thranduil se dissipar ao finalmente entender que falava sério

-bein(bela)...

-Eu prefiro morrer lutando do que viver me acovardando, Thranduil.

-amarië, me escuta...

-não, eu já te ouvi demais. Eu não vou concordar com isso. Fique e viva sua amaldiçoada imortalidade.- me preparo para se retirar mas thranduil segura meu braço, sem o apertar ele me puxa para si

-Não faz assim, não me deixe, não me deixe de novo bein(bela)- thranduil abraçava meus ombros, não houve resposta de minha parte, mas como me controlar com seu cheiro, sua respiração fria em meu pescoço e seu corpo colado ao meu? Suas mãos vão até minha cintura e a aperta de leve. Sinto raiva. Sinto raiva por o desejar, mesmo não o entendo, mesmo não entendendo nossa relação, não entendendo o que significo pra ele.

-thranduil... não encoste...- Sou interrompida pelos lábios ansiosos de thranduil, seu toque era frio e macio ao mesmo tempo, era estranho estar em seus braços, era estranho beijar seus lábios, mas era bom... senti meu coração chacoalhar dentro do peito antes de me desvencilhar de seus braços e o empurrar para longe.

-bein...(bela)- olho em seus olhos e limpo meus lábios com o dorso de minha mão

-não ouse encostar em mim novamente.- tento manter a voz firme mas é inútil, sinto minha carne tremer e calafrios percorrer minha pele.- Tudo o que sinto por você agora é nojo.- é mentira.

-eu só quero que me escute...eu não posso permitir que se mate desse jeito, dar sua vida por um bando se anões... não vale a pena. Eu não queria a mandar embora, me perdoe...

-eu não estou lhe pedindo permissão. Quem é você pra me ditar o que devo ou não fazer? O que vale ou não a minha vida? Você finalmente mostrou quem você realmente é. Egoísta... Imaturo.

-me desculpe...eu só não quero a perder novamente, seria demais pra mim... Você poderia... gostar mais de Mirkwood, seriamos felizes aqui.-ele diz se aproximando em passos curtos

-não pode perder o que nunca lhe pertenceu Thranduil.

A Herança Escarlate | The Hobbit [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora