21-O hobbit e a pedra

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-não a chame de bruxa novamente, bicho de estimação.—alfrid pareceu engolir a própria língua, ao me ver se aproximar, alfrid corre para perto de bard

-ta tudo bem?— paro em sua frente mas ele não desfaz sua expressão emburrada

-claro.— thranduil continua me olhando com os braços cruzados

-não me parece bem.— me aproximo para abraça-lo mas ele me para com sua mão— o que?

-está com o cheiro dele.-—ele sai me deixando sozinha, passo um tempo pensando "do que raios ele está falando?"

-espera, está falando de bard?— vou atrás dele até a pequena sacada que havia no centro da cidade

-o barqueiro? Não sei, estou?— Thranduil não se vira para mim ao falar, estava atento ao horizonte onde o sol estava se pondo

-e por que está com ciúmes de bard?— digo me aproximando, mas thranduil não moveu um músculo sequer

-não estou com ciúmes, ele que não deveria te-la tocado daquela forma...— uma frente fria consome o lugar e um arrepio me sobe as costas

-ele só estava me agradecendo...são costumes humanos, a gente tem que se acostumar, não é tão ruim assim.— justifico enquanto vejo seu cabelo bater ao vento, abraço meus ombros afim de me esquentar daquele frio repentino

-não é tão ruim assim?? Ele estava claramente flertando com você e você é minha...— ele diz finalmente se virando e andando em direção a estrutura dos refugiados, seus olhos brilhavam de um jeito que eu jamais vi. Corro atrás dele e seguro sua mão com força, estava fria, como jamais estivera...

-mas eu não. Não consegui me concentrar em bard com seus olhos em mim...—sinto meu corpo esquentar e levo minha mão agora quente ao seu rosto frio o virando para mim.— ei, não se preocupe com o humano.—o brilho seus olhos estavam foscos agora, por um momento achei que de alguma forma... Thranduil teria algum poder... Besteira.

-Desculpe...— ouço o suspirar e aos poucos seu corpo volta a sua temperatura normal, a frente fria que nos circulava se dissipa e o calor das fogueiras voltam a nos aconchegar

-ta tudo bem.— o envolvo em meus braços e o mesmo retribui de bom grado.

_gandalf nos fazia companhia enquanto ceiamos, os dois conversavam sobre o alerta que gandalf nos dará mais cedo. Os dois discutiram até terminarmos de comer

-isso é um absurdo!!! Desde quando um conselho meu vale tão pouco??? Thranduil, o que acha que estou tentando fazer?

-acho que está tentando salvar eles, persuadindo-me de meus planos... Você começou isso Mithrandir, vai me perdoar se eu o terminar.

-ele não vai mudar de ideia, não adianta.— digo tomando o resto do líquido que havia em meu cálice.

-Arqueiro, concorda com isso? O ouro é mesmo tão importante?— diz gandalf a bard, que estava passando por perto.

-não chegará a tanto... É uma guerra que não podem vencer, Mithrandir.— bard o responde

-mas isso não os deterá, você acha que os anões vão se render?não vão. Eles vão lutar até a morte pelo o que é deles.—a voz ofegante vinha das nossas costas, todos nós viramos e temos a vista de bilbo

-Bilbo bolseiro!!! Está vivo afinal...— diz gandalf se levantando e bilbo sorri

-se não estou enganado... Este é o 14°... O pequeno que roubou as chaves das minhas masmorras, debaixo do nariz de meus guardas...

-ahm... Si-sim... Me desculpe...

-e o que faz aqui, bilbo bolseiro?— pergunta bard

-eu vim para entregar isso.—bilbo tira um embrulho encardido do bolso e põe em cima da mesa logo o desembrulhando, o brilho da pedra arken invadiu toda a tenda e ofuscando a luz das velas. Thranduil se levanta rapidamente e encara a pedra

-Essa... Essa então é a pedra do rei?— pergunto encarando o objeto brilhante em cima da mesa

-o coração da montanha...—thranduil sussura.— Vale por todo o tesouro... Que direito tem de dá-la?

-bom... É a minha parte do tesouro...

-e por que faria isso?? Não nos deve isso...

-não faço isso por vocês, eu sei que os anões podem ser cabeças duras... difíceis, são desconfiados, reservados... Com a pior educação que você pode imaginar... Mas são corajosos e gentis... Eu passei a gostar muito deles, e faria de tudo para salva-los se pudesse... Thorin preza essa pedra mais do que tudo... E em troca dela, ele poderia dar o que deve e não seria preciso uma guerra...— gandalf ainda olhava para pedra sem reação, bard e thranduil se entreolhavam. Por dentro eu estava explodindo de alegria, ainda havia esperanças, quem sabe bilbo acabara de nos salvar desse destino amargo que nos esperava

-bom... Bilbo, descanse essa noite.—digo quebrando o silencio que absoluto que havia ficado na tenda.

-deve partir amanhã.- orienta gandalf.— vá para o mais longe daqui.

-eu não vou embora, você me escolheu como 14°, não vou sair da companhia assim

-não existe mais companhia, bilbo, não mais...—olho para gandalf que assente

-não gosto de pensar no que thorin falará quando souber o que fez...

-eu não tenho medo do thorin!!

-pois deveria ter.— gandalf olha para bilbo franzindo o cenho.— não subestime o mal do ouro, a doença do dragão invade o coração de todos que se aproximam dessa montanha... Bem, de quase todos...

-Alfrid!!!—alfrid que ia passando na hora congela ao ouvir minha voz.- arranje uma cama para este hobbit!— ele revira e se aproxima

-e encha sua barriga de comida quente, ele merece.— bilbo anda na frente enquanto alfrid o guia

-alfrid...fique de olho nele.—digo quando o mesmo se vira.- se ele tentar sair, nos avise.- ele revira os olhos e sai, ao longe pude ouvir um "hobbit idiota"

_cumprimento e vou em direção a minha tenda, gandalf andava ao meu lado quando lembro do que aconteceu com thranduil

-gandalf... Sabe se... Tem alguma possibilidade de thranduil ter algum poder?— ele me olha por baixo das suas sobrancelhas grossas enquanto franze a testa, ele olha em volta e depois volta sua antenção para mim

-isso é assunto para outra hora, vá descansar... Boa noite.— ele diz finalmente me deixando só e adentrando sua tenda, não protesto contra o mago e me volto para minha tenda. A visão que tive da magia nos olhos de Thranduil me deixou acordada durante a noite, demorou até que o sono me alcançasse e me envolvesse de forma sorrateira

A Herança Escarlate | The Hobbit [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora