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5 de Março de 2022 - 18:23

Uma pequena parte do caminho percorrido por nós foi saindo da cidade até alcançarmos a BR, seguimos um tempo nela até chegarmos a uma estrada de terra. Por sorte o dono da fazenda, um velho estranho com quem falei a mais ou menos uma semana sabia a localização exata no mapa e mesmo que a estrada de terra fosse bem longa ela estava registrada no GPS.

A maior parte do caminho a ser percorrido era nessa estrada de terra. Carlos sentiu dificuldade em alguns momentos na hora de dirigir e a parte de baixo do carro pegou no chão algumas vezes, mas de resto ele conseguiu manusear bem o veículo. A poeira alta misturada com o pôr do sol dava um efeito estranho do meu ponto de vista, parecia que estávamos no pior dos desertos, senti até um pouco de sede nesse momento.

Nós então chegamos numa porteira engradada, retangular feita de metal azul. O GPS apontava que era ali, eu esperei a poeira abaixar um pouco até descer do carro para abri-la. Me aproximei da porteira, puxei a tranca que estava presa numa haste de madeira e empurrei-a até ela ficar totalmente aberta. Todos os três carros passaram e eu tomei uma poeira desgraçada na cara, mas tudo bem, tudo pode piorar.

Voltei para o carro e apreciei um pouco a vista durante esse percurso, a floresta ficava densa nessa parte e o sol quase sumido no horizonte deixava aquele ambiente mais frio e levemente assustador. Percorremos alguns poucos quilômetros até consequentemente vermos a fazenda, e ela estava tão foda quanto nas fotos. Fora o fato assustador dela ser totalmente cercada por um pasto e esse pasto ser todo cercado por uma mata densa o centro disso, onde a casa ficava era simplesmente foda.

Dava pra ver a casa de dois andares com acabamentos em madeira escura, seu telhado era feito com telhas esmaltadas que já estavam ficando escuras por conta do decorrer do tempo. À volta da casa haviam algumas árvores isoladas e num dos cantos havia uma espécie de mini bosque, com um amontoado delas.

Quanto mais nos aproximávamos mais ficava a vista a área da piscina, que com certeza era o lugar onde mais ficaríamos durante essa festa.

A estrada de terra cortava o pasto que ficava em volta da fazenda e dava na garagem coberta que era como uma extensão da casa, sendo que essa área coberta era sobreposta pela varanda do segundo andar da casa, uma puta engenharia bem feita. Gradativamente nós entramos nessa garagem e os carros de Olívia e Arthur vieram atrás e ficaram também estacionados nesta área coberta.

Assim que paramos Carlos desligou o carro e disse:

- Finalmente chegamos nessa porra - Ele desceu do carro bem rápido, se alongou por completo - Achei que nunca chegaríamos.

- Que lugar da hora - Disse Luana encarando a área da piscina que ficava alguns metros à frente na direita - Tão bom quanto nas fotos, boa escolha Heitor.

- De nada, senhorita - Eu e ela descemos do carro em sincronia - Eu também me impressionei com quão foda é esse lugar.

- Quase paradisíaco - Respondeu ela.

- Pena que não tem sinal - Disse Olívia que já tinha descido do carro dela e se alongava semelhante a Carlos - Não dá pra publicar nenhum story no momento.

- Aproveita o momento amor - Disse Martha - É pra isso que locais assim servem.

Olívia ainda se esticava pra lá e pra cá com o celular em mãos em busca de sinal.

Nisso eu reparei que os três carros: Santana, Gol e Golf GTI estavam sujos até o topo com a poeira da estrada que acabamos de percorrer, vi Arthur olhar meio puto pra esse fato, especialmente olhando pro seu carro de playboy. Isso me fez rir de canto de boca por alguns segundos, era engraçado ver ele desse jeito, soava até um pouco maléfico da minha parte mas antes maléfico que mentiroso.

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