Episódio 3 (pt.2)

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Darcy se encontra na enfermaria. Coliseu a acompanha.

– Essas tonturas e enjoos tem acontecido com frequência? – a enfermeira pergunta.

– Um pouco.

– Quanto tempo faz que você tem sentido isso?

– Não sei. Uma, duas semanas, eu acho. Mas antes não era tão forte.

– Bom, o mais provável é que não seja nada que você tenha comido, por causa desse tempo todo. Eu vou te dar uma medicação de acordo com os seus sintomas, mas eu vou recomendar que você vá a um médico, porque aqui eu não tenho condições de fazer nenhum exame em você. Talvez o doutor peça um exame de sangue, então você deve ir em jejum.

Se levanta, indo até um armário, pegando um comprimido de Dimenidrinato e um copo de água no bebedouro ao lado. Entrega a Darcy, que ingere. Os alunos saem da enfermaria.

– Você vai ficar legal? – Coliseu pergunta.

– É, vou. Valeu por ter me ajudado, mas olha só, nós não somos amigos, tá? E nem vamos ser.  Então, você pode ficar longe de mim.

Nayla vem chorando até Isabela, que está no refeitório. Parece arrasada. A amiga a abraça, preocupada.

– O que foi? – indaga. – O que aconteceu?

Mas a garota não responde de imediato, continua chorando. Elas se sentam. Isa vai buscar um copo com água, voltando segundos depois, e entregando para a moça, que bebe, suas mãos estão trêmulas.

– Wesley terminou comigo – consegue dizer.

– O quê?

– Eu também não entendi. A gente tava tão bem. – chora em um soluço. – Será que ele tem outra?

– Não. Quer dizer, ele não devia ter feito isso. Mas eu tenho certeza que ele vai reconsiderar, porque ele ama você.

Valentin olha Olívia de longe, vendo-a entrar na biblioteca. Disfarça um pouco durante cinco minutos, indo atrás dela. O aluno anda sorrateiramente, quase sem fazer barulho, procurando. A garota está em um corredor de prateleiras, abaixada, procurando algum livro na sessão de bibliografias. O rapaz se aproxima, lentamente. Ela finalmente o encara, quando o mesmo já está bem próximo.

– Oi – diz baixo, se levantando –, eu achei que a gente ia dar um tempo, sei lá.

– A gente tá dando. Mas não podemos ser amigos? – tenta fingir, despretensiosamente.

– Ah, tá bem. Eu acho que podemos.

Ambos ficam se olhando por alguns segundos, até Valentin dizer:

– Foda-se.

A puxa pela cintura e a beija, com intensidade e saudade. O gesto é retribuído, com ela agarrando os cabelos curtos de sua nuca.

Darcy entra na sala de Óscar. O diretor a encara, surpreso, e se apressa para ir trancar a porta. Ela se senta sobre a mesa.

– O que você tá fazendo? Eu já disse pra gente não se encontrar em horário de aula.

– Eu não vim pra isso – fala.

A encara, um pouco curioso e decepcionado.

– É uma pena, porque eu tô com um tesão do caralho. – se encaixa entre as pernas da jovem, lhe dando um selinho. – O que você gostaria, então?

– Eu ia pedir pra você me liberar mais cedo hoje. É que eu passei um pouco mal.

– Você tá bem? – pergunta.

DominóOnde histórias criam vida. Descubra agora