Isabela bate na porta da sala do diretor.
– Entre – ouve a voz.
Óscar a encara, esperando-a dizer alguma coisa.
– Bom dia. Eu posso falar com o senhor por um minuto?
– Depende. Se for me trazer mais problemas, eu dispenso.
A jovem se aproxima um pouco mais. Parece estar nervosa.
– Eu gostaria de pedir transferência.
– Como?
– Eu já conversei com os meus pais, e eles também acharam melhor que eu mudasse de escola.
– Mas, por qual motivo? – indaga.
– O senhor deve ter visto o vídeo. Até porque a escola removeu o conteúdo do ar.
– Ah, aquilo? Aquilo não foi nada. – sorri. – Na próxima semana ninguém mais vai se lembrar disso.
– De qualquer forma, eu ainda quero a transferência, o mais rápido possível.
A última aula havia acabado. O professor acaba de sair da sala enquanto alguns alunos ainda arrumam seus materiais. Julio se aproxima de Coliseu, que sorri. Haviam conversado pouco desde a festa.
– Você tá chateado comigo? – pergunta.
– No. – responde. – Eu solo quería que você estivesse conmigo cuando eu recibí aquela notícia. Nunca me senti tan solo.
– Me desculpa. – repuxa o canto da boca, sem graça. – Eu tava me sentindo meio confuso e achei melhor ir embora. Tentei te ligar quando eu soube, mas você não atendeu, achei que estivesse com raiva de mim.
Vão caminhando para fora da sala.
– Bien, creo que no fiz falta, ahora tu no desgruda más de la madame – dá de ombros.
– É uma longa história. Mas eu consegui sair com ela, pelo menos.
– Hum, ótimo. – murmura. – Tu quieres ir lá em casa, tipo, ahora? – convida. – Eu basicamente no tengo nenhum amigo além de você.
– É claro – sorri.
– Certo, solo necesito ir al banheiro. Por favor, no te vayas desta vez. Me espera aqui.
Nicolas sai de dentro da cabine do lavabo, indo até a pia molhar as mãos. Ivan entra pela porta, com Roberto e Diego no seu encalço. Nick os encara pelo espelho.
– Olha só quem está aqui – sua voz está cheia de malícia.
No mesmo instante o garoto se vira para sair, mas os três estão em sua frente.
– Cara, eu só quero ir pra casa – está trêmulo.
– Pra que a pressa? – levanta a mão para tocar seu rosto. – Agora vir de costas, vai.
– Por favor... eu só quero ir embora – balbucia.
– Eu mandei você virar.
Os olhos do rapaz automaticamente começam a se encher de água. Sente medo.
– Eu não quero que você faça aquilo de novo – uma lágrima escorre.
Ivan lhe agarra pelo colete com força.
– Você tem que saber qual é o seu lugar.
– Eu sei por que você faz isso. – cria coragem para falar com autoridade. – Você se sente pequeno. Existe uma necessidade em diminuir todos a sua volta, porque esse é o único jeito que você tem de se sentir menos insignificante. Você precisa rebaixar todo mundo, porque a sua pequenez não consegue lidar com o fato de que você é medíocre. – fala. – Eu sei, porque eu também era assim.
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Dominó
Teen FictionUma morte ocorre durante um episódio de bullying quando um valentão tem a sua sexualidade exposta para a escola inteira. Após isto, todos precisam lidar com seus atos e as consequências deles, em um catastrófico efeito dominó, que não deixará uma ún...