Nicolas bate no portão. Encara seus pés e suas mãos estão suadas. Não demora muito para que Rebeca apareça. Está com o semblante abatido, e o encara de cenho franzido, desgostosa.
– O que diabos você está fazendo aqui? – é ríspida.
Nick cria coragem para olhar em seus olhos.
– Será que eu posso entrar? Eu preciso conversar com você – a voz trêmula.
– Eu não tenho nada pra falar com você. Já não basta toda a desgraça que você fez?
– Eu sei. – balbucia. – Eu machuquei pessoas. Eu só queria que a senhora soubesse que eu sinto muito. – a respiração está entrecortada. – Eu vim pedir perdão por... – os olhos enchem de lágrimas. – Eu só queria que a senhora me perdoasse... por ter matado o seu filho – uma lágrima escorre.
A mulher o avalia com os lábios flexionados, enojada.
– Você consegue se perdoar?
Mais lágrimas vêm à tona.
– Não. – tenta embargar o choro. – Eu não consigo.
– E por que logo eu deveria? – diz, começando a lacrimejar. – Você poderia ter tirado qualquer coisa de mim. – suspira. – Mas você tirou aquilo que eu jamais vou conseguir ter de volta.
O rapaz já não mais consegue conter seu pranto.
– Eu não consigo parar de pensar nisso. – ofega. – Cada dia que passa tem se tornado pior. Eu preciso do seu perdão pra sentir que eu ainda posso ser uma pessoa de verdade.
– Pare de agir como se você fosse a vítima, quando só houve uma vítima nessa história. – fala. – O meu filho está morto. Tudo de ruim que acontecer com você, ainda será pouco.
Ele chora copiosamente.
– Agora saia da minha porta – entra em casa, abalada, batendo o portão.
Roberto está sentado, esparramado em seu sofá, com o braço por trás de Olívia. Há um balde de pipoca entre os dois. Na tevê é exibido um filme nacional, mas que ele particularmente não está prestando muita atenção.
– Hoje tá calor, né? – resmunga.
Remove sua camisa pela cabeça, voltando a por o braço atrás da moça. O rapaz tira o balde que está entre eles, chegando seu quadril para o lado.
– Você quer beber alguma coisa?
– Não, tô de boa.
– Hmm. Eu vou pegar um refri pra mim.
Se levanta, indo em direção a cozinha, voltando com um copo pela metade. Coloca sobe o encosto do sofá. Roberto bufa impaciente.
– Só tá a gente aqui, que tal se pausar o filme um pouco? – sugere, virando-se para Olívia.
– Como assim?
Coloca a mão no rosto dela, se inclinando para um beijo, mas a garota chega seu corpo um pouco para trás.
– Calma, err... Eu acho que você entendeu errado, eu não vim aqui pra isso – sorri, desconfortável.

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Dominó
Teen FictionUma morte ocorre durante um episódio de bullying quando um valentão tem a sua sexualidade exposta para a escola inteira. Após isto, todos precisam lidar com seus atos e as consequências deles, em um catastrófico efeito dominó, que não deixará uma ún...