Epílogo (pt.4)

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Com delicadeza, vai abaixando seu maiô, despindo-a, até a mesma estar completamente nua. Tira sua sunga, mesmo sem estar ereto por completo. É nítido o constrangimento da garota em relação ao seu próprio órgão sexual, mas se permite estar ali, pois confia no parceiro que escolheu. O rapaz logo está sugando seu mamilo, revezando entre um e outro. Ela geme, alisando seus cabelos. Agarra a cintura da jovem, já apresentando uma ereção. Olívia alisa o membro, inclinando-se para a frente, segurando pela base enquanto o insere em sua boca. Valentin deita, encostando as costas no vidro da cabine. Enrola o cabelo da moça com a mão, para não atrapalhar, mas não força a cabeça para baixo, a deixa guiar o momento sozinha. Umedece os lábios com a língua, sentindo prazer.

Após alguns minutos, a garota então sobe sobre o colo do homem, que prontamente abre a nécessaire, pegando um preservativo e um pequeno tubo de lubrificante. O entrega para a parceira, que rasga o papel laminado e desenrola a camisinha por aquele mastro, em seguida lubrificando bem. O jovem não encosta em nada, deixando-a assumir totalmente o controle. Olívia encosta o pênis na entrada do orifício, tentando relaxar. Vai esmorecendo seu quadril devagar, até a penetração estar completa. Move-se para frente e para trás, lentamente, se apoiando no tórax do garoto abaixo de si. Valentin coloca as mãos sob a nuca. Gostaria de tocar todas as partes do corpo da amada, mas se contém devido a disforia. Sem pressa, a garota parece brincar com aquele pau enquanto cavalga, por vezes chegando a comprimir e apertar sua musculatura. Ambos gemem. O rapaz não se contém, a agarra pela cintura e giram seus corpos, estando agora por cima. A moça solta um gritinho de surpresa. Ele se movimenta compassadamente, afundando nela em estocadas rítmicas. Envolve os braços ao redor do pescoço do noivo. Os lábios se tocam em um intenso beijo.

Em um gesto habilidoso, Valentin prende as mãos nas coxas da parceira, levantando seus corpos e se pondo de pé, sem sair de dentro. Caminha cuidadoso até a popa, descendo uma pequena escada até seus pés tocarem a água. O oceano bate em sua cintura, e segue até a orla, sentindo a areia branca e fina grudar entre os dedos. Então deita-se ali, de costas na terra, olhando para o rosto daquela pessoa sobre ele, que contrasta com o céu que ganha tons de azul marinho. O quadril de Olívia é guiado para frente e para trás. O gemido de ambos é alto, por sorte não há ninguém a vários metros dali. Bom, seria possível que algum funcionário do hotel visse aquele espetáculo, mas não estavam se importando com isso agora.

As mãos do garoto apertam-lhe a carne com firmeza, ofegante e assim anuncia o gozo, que emerge em mais gemidos de prazer. A jovem pende para o lado, caindo sobre a areia.

– Você tá bem? Se sente bem? – indaga, esbaforido.

– Sim – sorri para ele.

Arfando, Valentin tenta se levantar, caminhando mole até a lancha, removendo o preservativo e jogando-o sobre a proa, quando sente uma bola úmida de areia atingir-lhe as costas. Solta um resmungo de susto. Ao virar-se, a está loira o encarando, com um sorriso malicioso nos lábios.

– Ei! – adverte, em tom jocoso.

Mas logo é golpeado novamente, dessa vez no peito.

– Para com isso!

Inicia uma perseguição pela orla, tentando pegá-la, enquanto a mesma faz o possível para fugir dele, gargalhando. Mas não consegue por muito tempo, logo é agarrada pela cintura e abraçada por trás.

– Você é muito sapeca, futura senhora Werneck – sussurra ao ouvido.

Sente os cabelos do corpo se arrepiarem ao ouvir aquele sobrenome, que logo será seu, sair daquela boca.

Ivan estava sentado em frente ao júri. Vestia um macacão violeta. Estava com os pulsos algemados em frente ao corpo, de cabeça baixa, os cabelos raspados. A juíza bate o malhete na base de madeira.

– Peço a todos os presentes que fiquem de pé para a leitura da sentença. – a voz é rígida. – O réu conseguiu provar que a vítima já havia falecido quando deixou a residência? Não. O réu conseguiu provar que não se omitiu em prestar socorro? Não. O réu provou que agiu em legítima defesa? Sim. O réu provou que não premeditou o crime? Sim. – lia em um papel. – Assim sendo, pelo poder concedido a mim por este tribunal, pelo crime de omissão de socorro e por evadir-se do local do crime, condeno o réu a detenção de um ano em regime fechado. Entretanto, aceito a apelação feita pela defesa. Considerando que o réu é primário, sem antecedentes, converto a pena em seis meses de serviços comunitários prestados, com início imediato, mais multa fixada no valor de dois salários mínimos. – conclui.

Um dos guardas se aproxima, soltando seus braços. Sem conseguir se conter, Ivan corre até Roberto, abraçando o amigo com força. Algumas lágrimas escapam.

– Eu disse que ia ficar tudo bem. – murmura, retribuindo o abraço. – Agora a gente vai pra casa.

– Esse lugar é um inferno – balbucia, assustado.

– Eu sei. – suspira. – Podemos ir? – pergunta ao advogado.

– Sim, ele é praticamente um homem livre agora. – responde. – Algum agente deve monitorá-lo em relação a pena, mas de resto, está tudo certo, eu cuido daqui.

Assente. Segura em seu braço, caminhando para fora dali, até alcançarem o carro no estacionamento.

– Eu nunca vou poder agradecer todas as coisas que você já fez por mim – resmunga, dentro do veículo.

– Somos como irmãos, cara. Eu nunca vou te deixar sozinho. – aperta seu ombro. – Aquele homem não merecia ter um filho como você.

– As vezes eu acho que eu sou igual a ele – lamenta.

– Talvez você tenha aprendido a ser. Mas não precisa ser assim. – encosta o polegar na sua bochecha. – Não deixa aquele merda dizer a pessoa que você é ou não.

Inusitadamente Ivan solta um riso, entre algumas lágrimas que caem.

– Você sempre me salvou daquele imbecil.

– E é por isso que nós... – liga o motor. – somos a melhor dupla da porra dessa cidade. – passa a marcha. – Só vamos tentar não nos meter em mais confusões, os mortais precisam de descanso – sorri, sarcástico.

– Eu acho que eu não poderia ter saído com o uniforme da penitenciária – pondera.

– Incrível como os problemas sempre nos perseguem – dá de ombros, pisando no acelerador.

O ano letivo havia chegado ao fim. Os alunos do quarto ano estavam sobre o púlpito, todos vestindo beca azul. Valentin sorri e acena para Olívia, que está sentada na plateia. Rute, a nova diretora da escola, sobe no palco, indo até o microfone. Era uma mulher de meia idade, pele cor de canela e cabelos ondulados.

– Sejam todos bem-vindos a esta celebração. – diz com um sorriso. – Este, sem dúvidas, foi um ano atípico. Mas conseguimos chegar até aqui. Tivemos algumas perdas irreparáveis, que irão marcar para sempre a história deste colégio. Uma delas, tragicamente, ocorreu com o estudante chamado Matheus. Porém, para nunca esquecermos dele, e para mantê-lo vivo em nossa memória, gostaria de anunciar a todos a finalização de seu memorial. Gostaríamos que, quem puder, vá até o monumento prestar suas condolências. – suspira. – Também foi decidido que, como maneira de reparação pela dor causada, dez por cento do valor total das mensalidades dos alunos será repassado mensalmente para a sua família. Além de, é claro, estarmos criando um comitê interno para erradicar todas as formas de bullying na nossa instituição. – faz uma breve pausa. – Sei que a gestão passada fechava os olhos para nossos problemas, porém iremos lutar para construir um ambiente mais humano e justo para todos. O Colégio Conexão, a partir de agora, viverá novos tempos – conclui, como uma promessa.



FINAL DO EPÍLOGO

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