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A chuva caia cada vez mais forte do lado de fora. A lojinha de conveniências estava vazia nesse dia. Dia dos namorados para ser mais exato. Eu estava cobrindo o turno da noite para um colega de trabalho que obviamente iria passar o dia dos namorados com a namorada dele e bla bla bla. Eu não tenho namorado, nem pretendo ter, mas confesso que passar esse dia sozinho desde que eu nasci é meio chato mas não há nada que eu possa fazer, bom , na verdade tem é só eu arrumar um namorado ou algo do tipo mas eu não estou afim, pelo menos não agora.
Eu sai dos meus pensamentos e voltei a me concentrar na revista mais entediante que eu já vi na vida, eu não podia usar meu celular nesse emprego estúpido.
Eu até que gosto quando ninguém passa aqui, é mais tranquilo e eu não preciso ficar me comunicando com outros seres humanos. Mas como a alegria de gay dura pouco não demorou muito para eu escutar o sininho da loja tilintar.
Eu não me importei muito em olhar para ver quem era, na minha cabeça seria mais alguem vindo buscar algum presente de última hora. Os barulhos de sapato ficavam cada vez mais perto, o que me fez finalmente olhar para cima. Um garoto escondido em um moletom preto se aproximava de mim. Seu cabelo era castanho e batia nos ombros. Eu podia sentir o nervosismo do garoto a quilômetros de distancia. Ele finalmente parou em frente a mim e me deu um sorriso digamos nervoso.
—Em que posso te ajudar?- Eu perguntei.
Minha pergunta fez ele sorrir constrangido e olhar para baixo. Ele levantou a cabeça novamente e retirou um pedacinho de cabelo dos olhos - que eram um tom de castanho escuro e carregavam pureza- Mas isso foi por água baixo quando ele me fez a mais idiota, porém engraçada pergunta.
