Meu Secreto Amor (Michaeng)

Recomeço

*Não deixem de comentar, ajuda muito S2*

Myoui Mina

Passei o dia todo rodando pelas ruas de Seoul, meu telefone não parava de tocar, estava intercalando entre as ligações de Sana, Momo, e Nayeon. Não que eu seja egoísta ou ruim de mais para não atender as ligações, mas eu não estava bem, no momento eu não me sinto bem, eu só queria ficar só. Muitas vezes quando algo de ruim acontece e nós precisamos ficar só, não é porque não queremos a companhia de ninguém, mas sim porque precisamos pensar em tudo o que houve, e a paz, o silêncio, a solidão muitas vezes é a melhor companhia nesses momentos e é disso que eu preciso agora, ficar só, e tentar não pensar em mais nada a não ser que tudo poderá melhorar amanhã.

Parei em frente a um prédio onde sempre vinha quando precisava. Fiquei parada olhando para a janela do apartamento. Batia meus dedos com frequência no volante por conta da ansiedade e da dúvida se subiria ou não.

– Onde você tava? - Sana me perguntou assim que entrei em casa, não lhe dei ouvidos e segui para o meu quarto. Ela me seguiu e entrou junto comigo fechando a porta logo atrás. – Mina, onde você tava? - Perguntou novamente, respirei fundo pelo nariz e tirei a jaqueta jeans que estava, prendi meu cabelo em um coque alto, ela continuava parada me olhando. – Não vai me responder, ou vou ter que adivinhar?

– Não quero falar sobre isso, só quero dormir. - Entrei no meu closet e peguei minha toalha, fui indo a caminho do banheiro mas ela ficou na frente e cruzou os braços.

– Mina, não me diga que você foi curar sua raiva e frustração naquele lugar. - Tentei entrar no banheiro empurrando-a de leve para que me desse passagem. – EU NÃO VOU SAIR, MINA! MAS QUE DROGA, VOCÊ VAI QUERER VIVER ASSIM MESMO? TODA RAIVA E FRUSTRAÇÃO QUE VOCÊ TIVER VOCÊ VAI SE JOGAR NAS DROGAS, VOCÊ É...

– EU USEI PORRA! EU FUI ATÉ O LOCAL E COMPREI, EU USEI DE NOVO! - Gritei no mesmo tom que ela a fazendo se calar e se assustar. – Eu não quis Sana, eu juro que eu ...eu tentei não usar, mas eu não consegui eu... eu... usei. - Quando menos percebi eu já estava chorando desesperadamente, caí no chão de joelhos e comecei a esmurrar o carpete dando vários socos. – DROGA, DROGA, DROGA! - Batia com toda a força no chão, se não tivesse aquele carpete minha mão iria ficar destruída. Me encolhi no chão abraçando meus joelhos tentando amenizar a dor que estava em mim. Senti braços magros me abraçarem então tudo o que fiz foi me jogar nos braços de Sana, eu chorava como um bebê, eu chorava por ter caído, eu chorava por ser fraca, eu chorava por me sentir tão inútil, eu chorava porque sentia medo.

– Me desculpa, me desculpa. - Eu falava entre choro e soluços que saíam de mim.

– Mina, tá tudo bem, tá tudo bem. - Sua voz saiu embargada, senti que também estava chorando. Não é fácil ter que lhe dar com o vício, principalmente quando ele já te domina, não é fácil ser forte, não é fácil.

Perdi a noção do tempo que passei nos seus braços ainda no chão. O choro havia cessado, meus olhos ardiam por conta das lágrimas que inundaram minha face, a dor de cabeça tinha começado, meu corpo já começou a dar seus primeiros sinais efeito do consumo. Me aninhei mais ainda em seus braços quando o calafrio começou a surgir, o corpo também começava a doer, o sono estava batendo e a ansiedade apertando.

– Que tal tomar um banho agora? - Perguntou com a voz calma.

– Eu tô com muito frio. - Falei quase em um
sussurro.

– Eu preparo um banho quente pra você, vem meu amor, vem. - Sana se ergueu do chão e me ajudou a levantar. Trocamos olhares e logo nos abraçamos novamente, o calor de seu abraço me dava uma força imensa. Dizem que o abraço cura todos os males, sim ele cura, principalmente quando é verdadeiro.