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TODOS ESTAVAM QUIETOS COMENDO A comida deliciosa que Dona Maria fez, ela realmente tem mãos de fadas. Olhava todos e eles evitavam me encarar. Eu mudei, não sou aquela louca sentimental que amava o papai. Espero ter amadurecido e ser que eu sou, mesmo sendo difícil e confuso. Tomei um gole grande do suco de uva antes de me levantar para lavar o prato.
- Não se preocupe, eu lavo. - Maria deu um sorriso.
- Minhas mãos não vão cair.
Rimos e ela me deixou lavar o prato. Passei pelos meninos e me sentei no sofá, agora observado melhor eles colocaram uma estante com livros, isso não faz o tipo deles.
Sorri e voltei minha atenção para televisão. Slash se sentou no sofá que ficava na minha frente, nos encaramos. Era um olhar vazio e perdido. Mordi meu lábio inferior e passei minha mão esquerda pelas minhas mechas.
Slash desviou o olhar, parece que se sente culpado. Fechou seus olhos rapidamente, o suficiente para eu me imaginar em seus braços. De vez em quando, percebo que eu sou aquela que escapou, mas acho que ser solitária combina comigo. Não consigo perdoar, mas sei que um dia eu terei que enfrentar isso.
Me levantei e fui em direção ao jardim. Acho que agora é meio-dia, não sei, mas hoje o sol não apareceu muito. Me sentei na calçada e comecei a fazer carinho em um gato que apareceu.
PONTO DE VISTA - DONA MARIA
Slash se tornou um grande amigo para mim, na verdade, um filho. Ele me contou sobre Kouteny e eu achei bem triste a pequena história que eles tiveram. Vi o momento que eles ficaram cara a cara, o desconforto era grande mas a loira ficou firme ali. Slash veio em minha direção me abraçando. Eu sabia o que estava sentindo
- Voce so sabe que a ama quando a deixa ir e você a deixou ir.
- Ela nunca mais vai voltar. - Slash tinha seu tom triste.
- Talvez um dia você entenda o porquê, tudo que você toca certamente morre.
- E eu a deixei ir.