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ANTES DE ME LEVANTAR VI que nunca mais tinha ido visitar a lápide da minha mãe. Falando em mãe lembrei do meu pai, ele nunca mais apareceu e eu agradeço, me decepcionei muito.
Sorri ao perceber que Slash estava comigo. Me levantei devagar e tomei um banho rápido. Abri meu guarda-roupa e vi um vestido preto de mangas longas, não combina comigo, mas é o único preto que eu tenho. Me vesti e sentei na penteadeira e comecei a desfazer minhas tranças.
Agora não estou tão magra e meu rosto não tem aquelas sombras. Pintei minhas unhas de preto e nada de Slash acordar. Decidi passar um lápis em baixo dos meus olhos e coloquei um gloss em meus lábios que parecem carnudos agora. Me levantei e coloquei minhas botas, acho que estou gótica. Abri a porta para descer, mas me virei quando ouvi um resmungo de Slash.
── Cadê você? - Perguntou, passando sua mão pela cama.
── Aqui. - Me aproximei.
Slash me puxou, me fazendo cair em cima dele. Sorri e o cacheado colocou meu cabelo para trás.
── Vai para onde tão linda? - Perguntou, com sua voz rouca.
── Para o cemitério.
── Me deixe ir com você. - Pediu, fazendo beicinho.
── Então se arrume.
[...]
Slash exagerou, pegou um terno preto de Axl e colocou sua calça colada. Eu ri. Seus cachos estão bem definidos hoje. Nos sentamos na mesa lado a lado e atacamos as panquecas que Dona Maria fez. Todos nos olharam estranho.
── Vão para onde, família Adams? - Axl perguntou.
── Pro cemitério. - Eu e Slash respondemos juntos.
Steven fez uma cruz e eu ri. Depois que comemos escovamos os dentes. Quando iria abrir a porta para sair Slash me puxou.
- O que foi? - Perguntei.
Slash cruzou nossos braços e eu sorri.
- A família Adams anda juntos. - Disse colocando sua cartola.
Andamos em silêncio e todos parecem nos olharem. Comprei uma rosa é a favorita de minha mãe. Chegando no cemitério o portão se abriu, como se estivesse nos esperando, mas foi apenas um homem que abriu.
- Eu não sei como você gosta desse lugar.
- Minha segunda casa.
Antes de andarmos até o túmulo de Maria Antonieta Slash me parou segurando minha cintura.
- Você tem sua crueldade de corvos e seu bando de corvos. Lápis nos olhos e sua capa de Drácula. Tem passe livre nos portões do cemitério. - Disse, e me aproximei rindo. - Porque você é tão sombria, querida, mas eu te quero tanto.
Passei meus braços pelo seu pescoço. Eu gosto de o sentir por perto.
- E você é tão misteriosa, tem essa obsessão com a morte. Você assiste terror italiano e escuta as trilhas. Roupa de couro e anéis extravagantes. Eu te quero de quatro.
Ri com sua última fala.
- Você quer? - Perguntei, mordendo meu lábio inferior.
- Eu quero.
Rimos e cacheado passou sua mão pela minha cintura novamente. Se ele soubesse.
- E sei que não sou seu tipo, porque não me esquivo da luz do dia, mas, querida, estou disposto a começar. Você é tão sombria
- Você está me fazendo crer que é o meu ideal. - Disse agora deitando minha cabeça em seu peito.
Sai de seu braço e coloquei as rosas na lápide da minha mãe. Fiz uma oração por ela e me despedi. Slash segurou minha mão mas de novo parou no meio do caminho.
- Uma vez você comentou que gostava desse lugar que me dá arrepios. - Rimos. - Então é aqui que eu pego esse anel e te peço em namoro.
Slash pegou do seu bolso uma caixinha em forma de um caixão e quando abriu tinha dois anéis de morcegos.
- Quer namorar comigo, Kourteny Rose Laviotte? - Perguntou.
- Mil vezes sim.
O cacheado colocou o anel em meu dedo e eu coloquei no seu. Nos aproximamos e Slash me beijou. Senti falta de seus lábios.
- Beijo no cemitério, que romântico. - Disse, rindo.
Saímos e compramos sorvete. Enquanto chupava o meu de baunilha uma dúvida veio em minha cabeça.
- Saul. - O chamei. - Quando eu pedi para você orar por mim você orou? - Perguntei.
- Do meu jeito, mas orei.
Sorri.
- Sua fé me fez viver. - Disse sem prestar muita atenção em minhas palavras.
Slash ficou em minha frente me fazendo parar. Estamos em uma rua deserta, então não estou preocupada.
- Eu gosto muito de você. - Disse.
- Eu também gosto muito de você.
Slash jogou minha casquinha em um lixo que tinha em um poste.
- Ei! - Reclamei.
- Sou rico, depois compro uma fábrica para você.
Ri. Slash segurou minha mão e parece que isso é um filme pois começou a chover. Pulamos na poças, caímos no chão e dançavamos. Quando me deitei no chão cansada Slash ficou por cima de mim. Passei minhas mãos pelo seu rosto tirando os fios cacheados de seu olho.
- Agora tenho outro pedido. - Disse.
- Me peça tudo que quiser.
Ri ficando sobre meus cotovelos.
- Ore por nós.
FIM
Eita, que a novela mexicana acabou. Vim agradecer pelos votos e pelos comentários, isso só me deixou mais animada. Eu estou com uma idéia de uma fanfic do Axl Rose e cmo eu sou uma desocupada que ama fazer fanfic eu vou tentar fazer. É por aqui que eu me despeço de vocês meus morceguinhos e morceguinhas! Beijos monstruosos e eletrizantes. 🖤🦇
Com amor, Lore.