𝗙𝗲𝘁𝗶𝘀𝗵

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AS VEZES PRENDIA MINHA RESPIRAÇÃO para a frustração ir embora, mas sabemos que isso só me deixava com falta de ar. O caminho só não foi silencioso por causa do rádio que tocava Billie Jean do Michael Jackson, essa música me faz querer dançar, mas agora não consigo. Slash não olhou para mim, e as vezes eu o olhava e percebia que estava diferente, não a aparência, mas o jeito. Parece que amadureceu.

Coloquei minhas mãos entre minhas pernas e agora tocava Back in black do AC/DC, amo essa. Acompanhava a batida com meus pés. Estava com uma blusa branca larga, uma calça jeans e uma bota. Fechei meus olhos, pois as árvores passando rápido pelos meus olhos me deixou enjoada. Agora penso em tudo que eu tinha, por exemplo, meu trabalho. Espero que Tommy ainda esteja vivo e com a saúde boa.

Duff estacionou o carro em frente a casa, logo tive lembranças do beijo de despedida que Slash me deu. Esperei Izzy sair para eu poder descer do carro. Axl foi na frente abrir a porta para passarmos. Uma mulher morena que parecia ser de idade sorrio com a chegada dos meninos.

── Dona Maria, essa é a Kourtney. - Izzy apontou para mim.

Sorri sem jeito.

── Prazer, querida, eu sou a empregada da casa. - Ela estendeu a mão para mim.

Apertei.

── O prazer é todo meu.

A mulher pediu licença e foi para a cozinha.

── Eu te ajudo. ─ Steven disse.

── Não precisa.

Peguei a mala que não estava tão pesada e subi as escadas com uma sentimento ruim, eu senti isso quando minha mãe morreu. Abri a porta do meu quarto e estava cheiroso, mas do mesmo jeito que estava. Olho para o banheiro e as memórias nunca foram boas.

── Posso entrar? ─ Dona Maria perguntou.

Assenti com a cabeça.

── Eu só vim apenas colocar o papel higiênico no banheiro.

── Sem problemas.

Dei um sorriso e quando a senhora entrou no banheiro fui para a janela, agora me lembro do dia que eu fiquei chapada. Eu curei meu vício no cigarro e aquela bolsa que Slash fez para mim não serviu de nada, eles tiraram ela de mim. Quando Dona Maria saiu do quarto vi uma cartinha no chão, parece que o vento a derrubou.

"Para Kourteny"

Era o que estava escrito, abri a carta e li com atenção.

"Kourtney, seja bem-vinda novamente, estamos com saudades do seu café e da sua lasanha e também estamos com saudades de você, loirinha. Muitas coisas mudaram nesses dois anos, a gente ganhou mais reconhecimento e Slash estava tocando guitarra para o Michael Jackson. Nos desculpe, querida, foi pelo seu bem e sua alegria. A gente te ama.

Com amor, Guns N' Roses."

Dobrei a carta e coloquei na gaveta. Não acredito que Slash tocou guitarra para o Michael, ai meu Deus. Ri sozinha. Me olhei no espelho e dei um sorriso com lágrimas nos olhos. Iria me virar para sair mas dei de cara com Izzy.

──  Desculpe. - Se desculpou nervoso.

── O que você quer? - Perguntei.

── Conversar.

Dei espaço para ele entrar no quarto e fechei a porta. Izzy estava em olhando e isso me deixava de alguma forma desconfortável.

── Diga. - Disse.

Coloquei minhas mãos na cintura esperando.

── Eu queria saber se você estava bem.

Me aproximei do homem.

── Melhor do que nunca.

Respondi com um sorriso cínico. Izzy fechou seus olhos se aproximando mais de mim.

── Eu vejo claramente porque você quer estar por perto. - Izzy me olhava curioso. - Eu não estou surpresa. ─ Izzy suspirou e me aproximei mais de seus lábios. ──  Eu te afasto e você volta.


O homem sorrio, um sorriso diferente, não consigo decifrar .

──  Você se faz de difícil, mas eu sei que você é mansa.

Abri a porta e apontei para o homem sair.

──  Sua fantasia está bem comigo. ─ Pisquei para o homem, que saiu rindo.

 ࣪ 𖤐˚. 𝐏𝐑𝐀𝐘 𝐅𝐎𝐑 𝐌𝐄, 𝗦𝗹𝗮𝘀𝗵Onde histórias criam vida. Descubra agora