10 Maneiras de se Apaixonar por Florence Miller / Vol. 3

Capítulo 27: Eu estou com ciúmes.

Kyle

Olhei para o meu celular, enquanto meu pé batia no chão repetidas vezes, com o tamanho da minha ansiedade. Eu e Zack demos uma boa volta por Miami e isso me permitiu pensar muito sobre o que aconteceu. Não vou ficar escondendo de Florence que eu lembro do que disse e o que eu estou sentindo agora. Nunca escondi meus sentimentos dela e não vai ser agora que isso vai acontecer.

KitKat — Eu, as garotas e o Theo viemos no mercado.
Vamos voltar pra casa daqui a pouco.
Aconteceu alguma coisa?

Meus lábios se curvarão em uma linha fina e meus dentes apertaram uns aos outros, depois que li aquilo. O que diabos Theo estava fazendo com elas?

Kyle — Aconteceu sim.
Precisamos conversar.
Me avise quando chegar, por favor.

KitKat — Okay!

Soltei um suspiro e me deitei na cama, encarando o teto do quarto. Havia um turbilhão de sentimentos borbulhando pelo meu corpo. Borboletas no meu estômago. E meus pensamentos ligados apenas em Florence. Simplesmente não conseguia tirá-la da cabeça. Era assustador e muito bom ao mesmo tempo.

Pra minha total infelicidade, elas demoraram duas horas pra voltarem pra casa, com sacolas e sacolas com doces e outras coisas. Observei da janela da cozinha, Theo descer e ajudar elas. Ajudar a minha garota, com um sorriso animado no rosto. E por algum motivo, ela estava sorrindo pra ele também, como se fossem velhos amigos.

Certo, eu estava morrendo de ciúmes e isso é um saco.

Anne foi a primeira a entrar, seguida por Emma e Bia. Florence veio por último, ao lado de Theo, com quem ainda conversava e ria. Tentei controlar a onda de nervosismo que se apossou do meu corpo.

—E aí, mané. —Emma murmurou, parando na minha frente com as sobrancelhas erguidas. —Cade os outros três mosqueteiros?

—Praia. —Me limitei a dizer e ela fez uma careta.

—E você não está com eles por que? Tá plantado aqui no corredor feito uma estátua. —Afirmou, e eu engoli em seco, balançando a cabeça negativamente.

—Você não tem coisa melhor pra fazer, não? —Perguntei, vendo ela revirar os olhos e passar por mim, subindo as escadas atrás das outras. Florence passou pela porta naquele instante, trazendo os olhos até mim. Vi o momento que suas bochechas ficaram coradas, o que teria arrancado um sorriso de mim, se ela não tivesse ao lado de Theo.

—Oi. —Falou, parecendo um pouco sem jeito.

—Oi, Kyle. —Theo olhou de Florence pra mim. —Hm... eu vou... vou levar as coisas lá em cima pra elas. —Ele pegou as sacolas que estavam nas mãos de Florence e saiu da sala, subindo as escadas. Segui ele com os olhos, até não o ver e nem ouvir mais os seus passos.

—Kyle? —Florence parou na minha frente, parecendo ansiosa. Mordi o lábio e olhei na direção da escada uma última vez.

—Está interessada nele agora? —Quando eu vi, as palavras já haviam saído da minha boca.

—O que? —Ela piscou, muitas vezes e rápido demais.

—Theo. Está interessada nele agora? —Repeti a pergunta, vendo ela ficar com as bochechas ainda mais vermelhas.

—Não! Claro que não! —Ela deu um passo para trás, fazendo uma careta. —De onde foi que tirou isso?

—Só estou checando, okay? —Afirmei, e ela balançou a cabeça negativamente. Meus ombros relaxaram um pouco. Eu estava sendo um idiota, tinha certeza. Mas não conseguia controlar o que eu estava sentindo.

—A gente foi no mercado e ele ofereceu carona, pra não precisarmos pegar um táxi nem nada. —Florence esclareceu, me encarando como se não me reconhecesse. —Se eu tivesse interessada nele ou em qualquer outro cara, você seria o primeiro a saber.

—Então não está interessada nele e em nenhum outro cara? —Nem em mim? Pensei, enquanto perguntava.

—Que pergunta é essa? Já disse que não. —A expressão dela ficou ainda mais contorcida em uma careta. —Para de agir como se estivesse com ciúmes. É estranho.

Merda!

—É porque eu estou com ciúmes! —Afirmei, vendo o queixo dela literalmente cair, e a coloração vermelha tingir todo seu rosto agora, não só as bochechas. Soltei uma respiração pesada. Não era pra eu ter falado daquele jeito, mas apenas saiu.

—O que? —A boca dela se moveu, como se quisesse dizer algo além daquilo. Mas não conseguia pronunciar. Meu coração acelerou e eu fechei meus olhos com força, antes de quebrar o espaço entre nós e segurar seu rosto. Florence pareceu surpresa, mas me deixou ainda mais nervoso e ansioso ao segurar minhas mãos que estavam nas suas bochechas, carinhosamente.

—A gente precisa conversar. Não aqui no meio da sala onde todo mundo vai ouvir. Só nós dois. Tem como? —Perguntei, vendo ela piscar várias vezes, parecendo ainda chocada. Mas então ela balançou a cabeça afirmativamente e eu suspirei aliviado.

—Ai! —Anne apareceu no topo da escada, olhando pra nós. —O casal vinte vai ter tempo mais tarde. Florence, precisamos de você lá em cima agora. —Florence olhou de mim para Anne e depois pra mim de novo. —Florence?

—Eu preciso falar com ela agora. —Afirmei, e Anne revirou os olhos.

—Aposto que sim. Mas pode ser mais tarde? Obrigada. —Murmurou, sem deixar eu responder. —Agora vem logo, Florence!

—Mas...

—Florence! —Anne exclamou, balançando a mão para que ela fosse logo. Como se para piorar ainda mais, minha mãe achou aquele exato momento uma boa hora para ligar. Soltei um suspiro e puxei o celular, me sentindo frustado.

—Tudo bem. Mais tarde, está bem? —Ela assentiu, enquanto nos encarávamos. Anne chamou por ela de novo e ela subiu as escadas correndo, me deixando plantado no meio da sala, atendendo uma dona Silvia preocupada.

Continua...